Encontro.

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Capítulo 19: Encontro.

Seguir aquela estradinha de terra até a casa dos Riddle foi fácil, rápido e silencioso. Tom não falara muito mais do que poucas considerações e parecia bem perdido nos seus próprios pensamentos. Gostaria de poder ler sua mente, mas acreditava que o outro perceberia uma tentativa de legilimência assim que ele começasse a tentar.

Suspirou profundamente.

O caminho era bem cuidado, fácil de andar, e, como o sol despontava dos galhos mais longos, a iluminação não era nem um pouco ruim. Foram cerca de quarenta minutos de caminhada até que começassem a avistar um casarão de três andares, cercado por um jardim bem cuidado e verde, com árvores de copas densas e arredondadas. Era enorme e amplo, bem aberto, uma mansão que exalava respeito e riqueza. Era incrível o quão diferente era da memória que vira outrora, quão mais brilhante e imponente ela parecia ao estar parado bem na sua frente.

Apesar daqueles terrenos serem visíveis por praticamente todo o vilarejo, ainda havia um ar de privacidade que conferia aos meninos a plenitude de saber que o que quer que acontecesse ali naquele dia, não seria descoberto tão logo assim.

-Como vamos entrar? Acho que dá para abrir um caminho... - Apontou, ao localizar a grade de ferro brilhando pontiaguda com a luz do sol.

Tom o olhou com escárnio, circundando a mansão até os muros de pedra que protegiam lateralmente seu interior.

-Defodio. - Murmurou sucessivamente, abrindo um pequeno espaço no muro pelo qual se lançou para os terrenos privados num só pulo.

Acabou acompanhando o amigo, pisando na rasteira grama verde e macia que não lembrava em nada a do orfanato.

Tom provocou:

-Às vezes penso se você é um bruxo tão inteligente assim. Em certas situações me parece tão... tão...

-Obtuso? - Sugeriu.

-Perfeitamente!

O garoto rodou os olhos, marchando em direção à mansão que estendia-se robusta na sua frente.

A cada passo que o moreno de olhos esmeraldas dava, era mais como se estivesse a caminho do inferno. Todo o encantamento fora levado pelos picos de adrenalina que cismavam em agredir seu sistema nervoso sem qualquer piedade. Não sabia como o outro se sentia, mas ele rodava a varinha por entre os dedos, ansioso demais com o que quer que fosse acontecer dentro daquela casa.

As possibilidades eram aterradoras.

Se Riddle matasse seu pai e avós... o que Harry faria? Qual seria sua reação? Avançaria tanto a ponto do mundo ter dois novos assassinos?

Balançou a cabeça, tentando não pensar nisso e gemeu, frustrado, querendo muito que Hermione estivesse ali para bolar um plano mirabolantemente inteligente.

-Ai meu Deus! Ai meu Deus! - Uma voz grossa soou, sendo acompanhada pelo barulho de um objeto metálico caindo no chão. - Nossa senhora!

-Quem é você? - Tom perguntou, com aquela altivez de sempre. A varinha perfeitamente escondida por trás do corpo, preparada para qualquer reação negativa do estranho.

Harry analisou a figura do homem.

Era um tanto baixo e carcunda, com os cabelos brancos rareando no topo da cabeça. Exibia uma imagem de puro horror enquanto encarava Riddle... o moreno sentia que deveria reconhecê-lo de algum lugar, apesar de não lembrar exatamente de onde.

-Mas como pode! É algum novo creme? Quando dizem que dinheiro compra tudo... - O homem olhou para sua perna direita, que parecia incomodamente esticada. - O senhor está perfeito, senhor Riddle. - A tez do idoso enrugou, olhando de Tom para Harry e de volta para Tom. - Mas podia jurar que havia o visto tocando piano dentro da casa, com as mesmas feições de sempre, não faz cinco minutos. E quem é esse jovem atrás do senhor?

Pela primeira vez...Where stories live. Discover now