Little Hangleton

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Capítulo 18: Little Hangleton

Foi difícil para Harry acreditar que aquele belo garoto, com cabelos encaracolados e loiros, olhos azuis e sorriso bonito era Ernesto. Parecia tão são, vivaz e pouco carcunda. E dirigia com muito mais prudência, isso era certo.

—O que está olhando?

—Ele só me lembra alguém. Sabe?

Tom seguiu em silêncio para o fundo do Noitebus Andante, sentando em uma das recém transfiguradas camas.

O ambiente não estava lotado, muito pelo contrário. Além de Harry e Tom, apenas um homem com cabelos castanhos sujos lia um velho livro, deitado em uma das muitas camas do primeiro andar. Ele mal olhara para os meninos quando passaram, parecendo bem focado no que quer que estivesse escrito.

—Nós temos que desfazer o rastreador.

—Acha mesmo necessário?

—Com certeza. — Tom apertou o joelho de Harry, que se rendera e se sentou ao seu lado com medo do chacoalhar revoltado do transporte. — Não sabemos para onde tudo isso vai nos levar.

—Nada ilegal, espero.

—Não posso garantir. — Emendou um sorriso torto. — Se quiser desistir, esse é o momento.

—Nós temos um pacto, lembra?

—Que me obriga a te carregar se você quiser ir. Se não quiser, pode ficar no orfanato.

—Não dormiria bem sabendo que você está indo encontrar gente estranha sozinho. — respondeu o moreno num sussurro, recebendo apenas um acenar de cabeça em troca.

Queria poder ficar no orfanato.

Aquele síndrome de super herói havia colocado Harry Potter em muitas enrascadas, ele não podia negar isso. Sua atração por encrencas era tão clara quando o céu da manhã, tão límpida quando as águas cristalinas do oceano… mas o moreno de olhos esmeralda duvidava muito que qualquer outro momento de sua vida tivesse o deixado tão nervoso quanto aquele.

Sua barriga doía, resmungando em um protesto urgente. Sua mente gritava para que ele somente se escondesse, que desistisse daquela loucura toda, que batesse o pé e voltasse para seu tempo.

Ora, fazia pouco mais de seis meses que estava convivendo com Tom e — por mais que a melhora do outro fosse significativa — Harry ainda não tinha certeza se conseguiria impedi-lo de cometer algum crime eventualmente.

Olhou para o rosto impassível do colega, que encarava o borrão paisagístico na janela. Não parecia sentir nem um terço do nervosismo que assolava o corpo de Potter, contudo, aquela ruguinha que cismava em aparecer entre suas sobrancelhas denunciava para um olhar atento que ele não estava no seu melhor momento.

Suspirou.

—Suponho que você saiba fazer isso, não é?

—Não… quebrar o rastreador é impossível.

—Mas você disse…

—Eu digo muitas coisas, Harry. — Tom bufou, rodando os olhos. — Mas eu tenho uma informação importante: o rastreador não identifica o menor propriamente dito.

—Sim, sim… ele identifica o local.

—Exatamente! Como sabia disso? Bem não importa… Então, nós só temos que nos manter próximos o suficiente de famílias bruxas.

—E como você planeja fazer isso?

—Bem… os Gaunt que vamos ver agora já são bruxos, então tudo bem. Em casos de emergência… — Harry viu o menino retirar um mapa de dentro do bolso.

Pela primeira vez...Donde viven las historias. Descúbrelo ahora