Proteja-se, Harry

4.1K 567 306
                                    

Capítulo 5: Proteja-se Harry.

Ficar sem os amigos em Hogwarts gerava uma imensa nostalgia no coração de Harry Potter. Esse era um fato completamente inegável com o qual ele ainda estava aprendendo a lidar. Mas naquele momento nada, absolutamente nada, superava a raiva que sentia por ter que, novamente, assistir aulas de poções. 

O professor Slughorn estava lá, uma penca de anos mais jovem do que no próprio tempo de Harry, mas ainda assim extremamente pomposo e irritante. O garoto conseguia distinguir a cobiça que ele direcionava para alguns pontuais alunos, cobiça esta de que ele mesmo seria vítima alguns anos depois. Contudo, nenhum olhar era tão brilhante quanto o que ele designava a Tom Riddle. Ele olhava para Tom como se olhasse para um gênio, não havia resquícios de medo, apenas a mais profunda e fiel admiração por mais estranho que soasse. 

Harry quis vomitar. 

—Aluno novo! — O homem mais velho falou, chamando atenção de toda classe. Era a primeira aula de poções depois da Páscoa e a Sonserina dividia a turma com a Lufa Lufa. Naquela sala não havia ninguém que chamasse atenção de Harry e ele não tivera tempo de analisar as outras casas e procurar rostos conhecidos ainda. Voltou o foco para o professor: — Se apresente, vamos. 

"Ele não vai fazer eu ir na frente da sala, ele não vai fazer eu ir na frente da sala.", pediu Harry mentalmente, duvidando da falta de noção que Slughorn pudesse ter. 

O garoto levantou da carteira em que estava, nos fundos do local, muito próximo das paredes. Normalmente as aulas de poções eram ministradas em duplas, mas Harry estava na única mesa solitária, longe das vistas de qualquer um, tentando passar despercebido. Uma pena que o professor tenha frustrado seus planos.

Antes que pudesse começar a falar o que quer que fosse, o professor o chamou:

—Não, Harry. Aqui na frente. As pessoas não vão conseguir te enxergar daí, rapaz. — Ele deu aquela risada seca digna de... bom, Slughorn.

A cada passo que Harry dava para frente da sala, podia sentir aqueles olhares hostis pesando e furando suas costas. Pareciam um bando de abutres tentando ao máximo cavar seus segredos. Estava paranóico? Depois de ter que lutar com toda Sonserina não tinha mais tanta certeza. Parou ao lado do professor. 

—Muito bem, muito bem. Seu nome? — Slughorn tinha um olhar predatório em si, Harry começou a achar que ele sabia de sua boa atuação na noite anterior.

—Harry Smith. — respondeu simples.

—Idade?

—15 anos. 

—Aonde você mora, Harry? — A pergunta foi descomedida. Harry olhou-o de soslaio, mas não era só ele quem estava desconfortável. Na segunda carteira, Riddle encarava-o muito sério, ignorando totalmente o loiro — Abraxas estava sentado ao seu lado —que falava algo sussurrando. 

—Num orfanato. — Conseguiu ver a reação dos alunos lufanos, alguns o olhavam com pesar, outros com curiosidade. Os Sonserinos em geral não demonstravam muita coisa.

—Ah, sim, é claro. — O professor parecia meio envergonhado. — Seus sonhos, Harry? 

"Matar um certo alguém", pensou, cruzando o olhar com Tom. 

—Ser um grande auror. 

Ele percebeu que falara besteira assim que as palavras saíram de sua boca. Os alunos da casa das serpentes pareciam ultrajados e até o professor demonstrava uma curiosidade ímpar. Os lufanos, por sua vez, exibiram descrença e até susto e Harry distinguiu Tom maneando a cabeça em desaprovação. 

Pela primeira vez...حيث تعيش القصص. اكتشف الآن