A reunião

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Capítulo 8: A reunião

-Você realmente acha que ele vai fazer isso?

-Um roubo, Abraxas. Se eu deixar ele entrar sem iniciação não funciona.

Estavam ambos no dormitório masculino da Sonserina. Tom e Abraxas estavam sentados frente a frente na cama do loiro há algum tempo, tentando resolver a questão de outro moreno.

-Ele é diferente, Tom. Você vai dizer "roube isso" e ele vai te convencer de que é errado com palavras.

O moreno suspirou, dando um sorriso leve e encarando os olhos cinzas na sua frente. Malfoy tinha razão. Era um saco ter que admitir aquilo, mas ele estava numa leve enrascada... Harry não era igual aos outros, mas também, se fosse, ele não ia ter qualquer interesse nele.

-Eu sei. - Concordou - Mas eu preciso pensar em algo que convença.

-É óbvio que precisa! Todos fizemos alguma coisa, Avery quase foi cruciado, Walburga repetiu os Nom's em Poções para conseguir roubar do estoque de Slughorn e eu...

-Eu sei, eu sei. Essas coisas me parecem muito aceitáveis para medir capacidade e lealdade, mas Harry... ele não vai querer fazer nem uma coisa simples. Acho que se eu pedir para ele xingar um professor ele diz que não.

-E é por isso que eu acho que ele não dura uma semana nas nossas reuniões.

-Você também achou que ele não ia aceitar e olha onde estamos agora. - Alfinetou. - Não vai funcionar, a menos que a gente forje algo novamente...

O garoto pausou, uma ideia tomando sua cabeça de supetão

-O que foi? - perguntou Abraxas, reconhecendo aquelas feições animadas como ninguém.

-Ah, Abraxas. - Tom segurou o rosto do outro com o indicador e o polegar apertando seu queixo. - Parece que Harry teve um surto de raiva e colocou um corvino em coma.

-Mas disso a gente já sabia. E na verdade foi você, não? - respondeu o loiro.

-Foi, mas agora o Corvino vai lembrar de Harry magicamente.

-Avery sabe...

-Avery é um grandessíssimo inútil. - Tom pareceu zangado. - Eu vou cuidar disso pessoalmente, você cuide de calar a boca de Avery.

O moreno saiu do salão comunal, sentindo aquela euforia costumeira que sempre penetrava seu corpo quando o novo sonserino era seu alvo.

Harry era um grande mistério, cheio de inconsistências e instabilidades. Para Tom, desde a primeira vez que o garoto pisou no salão da Sonserina, ele sabia que tinha algo errado. E fosse por interesse ou por curiosidade, aquele garoto magricela começou a ocupar sua mente de uma forma que chegava a ser incômoda.

Ele queria desvendar Harry Smith, queria ele do seu lado. Obviamente o garoto, apesar de muito forte, não demonstrava a personalidade e astúcia das serpentes, mas ainda assim, algo nele atraia Tom como a luz atrai as mariposas. Riddle iria desvendar os segredos de Harry, e, se tudo desse certo, o garoto seria seu braço direito e escudeiro.

Ele queria entender como Harry conseguia ser tão burro e ainda assim tão inteligente. Como funcionava a dualidade na mente e na alma dele. Porque, para Tom, ler pessoas e manipular elas era tão simples... fosse por medo, poder ou até mesmo beleza, todos caiam nos seus encantos cedo ou tarde. Mas ele não... ele parecia odiar Tom na mesma proporção que se aproximava dele e era um sentimento completamente sem motivo.

E Tom gostava de Harry... era irônico, não? Porque usualmente, Tom não gostava de ninguém.

X--X--X

Pela primeira vez...Where stories live. Discover now