TIME LAPSE | l.s

The punishment sometimes don't seem to fit the crime.

Harry havia ido para fora da cidade no final de semana e Louis não sabia o que fazer.

Ele mesmo nunca havia parado para reparar no quão apegado ele se sentia a Harry. Era estranho e quase cômico o fato de que eles realmente tornaram-se amigos. Não conhecidos, ou colegas, mas amigos. No mais íntimo e sincero sentido da palavra.

Louis confiava em Harry como confiava em Niall - quem conhecia desde sempre. Ele contou seus segredos para o fotógrafo, permitiu que ele visse suas imperfeições e suas fraquezas. E ao contrário do que poderia ter acontecido, ele não se sentia imperfeito ou fraco ao redor de Harry. Pelo contrário.

Ele se sentia uma nova pessoa. Talvez os três delinquentes em potencial que balançaram a sua vida, tenham realmente o ensinado algo.

Louis sentia como se ele finalmente pudesse respirar.

Foi com aquele sentimento de renovação que ele pegou a chave reserva do apartamento de Harry, que o mesmo havia o entregue para casos de emergência - não que Louis soubesse qual emergência poderia acontecer - e agarrou o pequeno pote colorido que pegara de manhã nas coisas da Lottie.

Sua irmã havia levado as gêmeas para a casa de uma amiga e provavelmente ficaria o final de semana inteiro, voltando apenas no domingo a tarde, deixando Louis totalmente sem correntes.

Ele tinha dois dias para fazer o que quisesse.

Pensou em ligar para Aiden e combinar de sair em um encontro, talvez para algum pub ou até mesmo ao cinema. Mas o pensamento não era tão agradável assim.

Seu relacionamento com Aiden estava estável, aquela euforia que Louis sentiu nos primeiros dias, a excitação pela descoberta recente da sua orientação sexual, isso apimentou um pouco a relação entre os dois.

Mas agora, prestes a completarem três meses juntos, Louis não conseguia exatamente planejar um futuro com Aiden. Em nenhum dos seus sonhos, Aiden estava presente.

Juntando isso ao fato de que Aiden havia se tornado mais íntimo, sempre aproveitando para tocar em Louis quando eles estavam juntos. Não que Louis não gostasse dos toques, era apenas estranho para ele que Aiden reduzisse as conversas a praticamente nada e focasse apenas em suas mãos em seu corpo.

Talvez tenha sido sua culpa, no final das contas. Uma vez que Louis quem havia o incitado daquela maneira, Aiden nunca havia tentado nada indiscreto, e Louis, na sua ansia de bloquear os pensamentos com Harry, ousou em deixar os beijos mais quentes e afobados.

Ele quase estava se arrependendo disso agora.

Na ponta dos pés, ele saiu de casa, entrando no apartamento de seu vizinho instantes depois. Louis guardou rapidamente o potinho no bolso quando viu aquela figura morena sentada desleixada no sofá, soprando a fumaça no ar.

Ele se aproximou devagar.

- O que está fazendo aqui? - ele perguntou baixo, aproximando-se e sentando ao lado de Zayn. - Como entrou aqui?

Quando Zayn virou o rosto, Louis quase gemeu de dor. O moreno tinha os olhos vermelhos, não pela droga que fumava, mas pelas grossas lágrimas que molhavam seu rosto. Louis rapidamente estendeu as mãos e com as pontas dos dedos, secou-as, uma a uma.

- O que aconteceu? - ele sussurrou, acariciando o rosto de Zayn, sentindo-se subitamente compadecido ao estado do moreno.

Eles não estavam acostumados àquilo, toques e o mínimo de carinho. Mas Louis não se importou em oferecer colo para Zayn naquele momento.

O tatuador era forte. Usava sua ironia e seu sarcasmo como grandes armas e nunca desmoronava daquele jeito. Louis jamais havia visto Zayn naquele estado. E não era só o choro incontido, mas os ombros caídos, a expressão de dor em seu rosto, os olhos feridos.