Wipe that tear away now from your eye.

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- Então ele vai realmente dar uma festa na sua casa? - Ed perguntou, surpreso do outro lado de linha.

Ele estava em sua turnê pela Inglaterra para divulgar o seu segundo álbum. Ele tinha vendido menos de 500 cópias, mas a sua gravadora ainda investia nele. Eles achavam que o ruivo teria algum futuro. O fotógrafo também achava isso. Ed era extremamente talentoso e muito humilde. Ele iria longe, Harry sabia disso.

- Sim, ele realmente vai dar uma festa aqui. - Harry concordou, sorrindo um pouco para Londres a sua frente. Ele estava com os cotovelos apoiados na sacada da varanda.

Era uma sexta feira de manhã e o clima estava tão ruim quanto nos últimos dias. Parecia que Londres estava em um luto eterno, nenhum raio de sol aparecia por quase um mês inteiro. Harry gostava do céu nublado, desde que as chuvas não ficassem muito intensas, afinal, isso sempre estragava suas sessões de fotos.

- O que aconteceu? Quer dizer, - Ed fez uma pausa, Harry sabia que ele estava ascendendo um cigarro. - Você me contou o que aconteceu na festa e tudo o mais, mas isso é suficiente pra vocês virarem amigos, sendo que ele te odiava?

Harry coçou a cabeça.

- Acho que ele está com a cabeça fodida. - ele respondeu, aquele parecia o único motivo cabível pelo qual Louis estava agindo da forma como estava agindo. - Ele está passando por um problema, e parece que não sabe como lidar com ele. Isso está enlouquecendo a criança. Ele meio que chorou durante uma hora do meu lado, sem a menor vergonha.

- Que porra. - Ed gargalhou. - E você está o ajudando? Compaixão não é muito do seu feitio. 

- Eu só... Só estou fazendo o que eu acho certo, cara, honestamente.

- Você está se vendo nele? Todo fodido na adolescência, problemático?

- Eu não usaria essa palavra para descrevê-lo. - Harry estendeu a mão para sentir uns pingos de chuva contra a pele alva. - Ele só parece estar passando por algo difícil, e porra, se eu posso ajudá-lo então, não vejo o por que de eu virar as costas. Você sabe das porras que eu passei, e mesmo que seja Louis, quem eu definitivamente jogaria para os leões em um passado não tão distante, eu não conseguiria dormir.

- Puta que pariu. Essa foi a conversa mais longa que nós tivemos em muito tempo e você está falando daquela criança. - Até mesmo Ed havia se rendido a forma como Zayn costumava chamar Louis. Era meio que inevitável. - Mas é bom saber que você ainda tem um coração batendo aí.

- Vai se foder.

- Então você tem medo dele acabar como você. Qual é, Harry. Você não é tão ruim assim. E no final, você aprendeu com todas as suas merdas, não aprendeu?

- A questão não é essa. Sei que ele tem crescer,  mas porra, ele tem outros meios pra aprender. Seria sujo se eu quisesse que ele tivesse as mesmas experiências que eu e Zayn tivemos. Porra, seria doentio.

- E você acha que ele não conseguiria aguentar.

- Porra sim. Ele parece... Sei lá, cara, parece frágil demais quando tá de boca calada.

Harry esfregou as têmporas fortemente, deixando um lado do seu rosto molhado. Ele estava começando a ficar inquieto falando de Louis e aquilo não era exatamente um bom sinal, especialmente a forma como ele estava falando.

Então, mais uma vez, ele não poderia pegar de volta nada do que falou, porque tudo era verdade. Ele presenciou os momentos de fraqueza de Louis e mesmo que ele não soubesse das coisas que acontecia naquela mentezinha, ele saberia que Louis não saberia lidar com coisas quais ele teve que lidar.

TIME LAPSE | l.sWhere stories live. Discover now