O Rei Athos tenta manter a tradicional neutralidade e afastamento do seu reino dos problemas do resto do continente mas seu país parece ser o último tabuleiro de provocações entre duas poderosas coroas mais ao norte que pretendem usar seus filhos co...
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( AHADI )
Quando Ahadi convocou seu exército por completo não houve surpresa alguma entre o povo, mas quando a convocação veio de Marion e de Tessália uma aura mitológica se instaurou no povo do deserto, milhares de jovens correram para se alistar. Ninguém vivo tinha visto a reunião de aliança tríplice ser convocada, a lendária coligação entre os militares coletivos das forças das coroas de Burgos, Girona e Cadeval que no passado havia conseguido repelir todos os ataques do sul, Nenhuma força de Estúria havia sido capaz de invadir aquele deserto quando a força tríplice estava em ação mas agora eles não tinham sido convocados defensivamente, era a primeira vez em 300 anos desde a fundação dos reinos de verão que a aliança tríplice havia sido convocada para atacar, declarar guerra, e não apenas defender as nações de verão.
Envolta das muralhas da capital estavam acampados 26.000 homens de Cadeval, de Girona um contingente de 38.000 homens de infantaria e 7.000 na cavalaria além dos navios comerciais e da armada naval convocada por Marion e somados a eles o exército de Burgos. Estavam todos enfileirados, segurando suas lanças e trajando seus uniformes, enquanto seus respectivos reis estavam montados em cavalos diante do portão principal da cidade.
O grande exército de verão estava reunido, formado por contingentes de vários povos do deserto, assustadoramente barulhentos. Mas a falta da maior armada naval do deserto, a de Burgos que havia sido queimada, deixava em dúvida quais passos tomar.
Os anos de Ahadi no exército o tornaram o mais qualificado para ser o líder em campo de batalha, e os outros monarcas concordaram. Ahadi seria oficialmente o comandante de infantaria e lanceiros da aliança de verão. Tessália seria a comandante dos arqueiros, e Marion seria a líder de estratégia e inteligência, os três reis decidiram fundir sua unidade de inteligência em uma única organização separada, para otimizar o processamento e compartilhamento de novas informações. O resultado daquilo fora o regimento de mulheres, anões, deficientes ou qualquer pessoa com aparência "inofensiva", o trabalho destes seriam se espalhar incógnitos pelo continente e ficar em contato com o quartel general e outras divisões, a fim de receber e transmitir informações de forma rápida e eficiente utilizando-se de pássaros correio afim de assegurar que o contato fosse mantido entre toda a aliança, de modo que informações vitais fossem transmitidas de forma rápida e segura através de grandes distâncias. Era uma imensa rede de espiões prestes a serem enviados ao campo inimigo, se infiltrando em bordéis, entre servos, ajudando assim a aliança planejar ataques, contra-ataques padrões, manobras defensivas e estratégias de apoio. E a líder dessa teia de fofocas, Marion, foi a primeira a discursar.
— Guerras podem ser desastrosas, — Quando sua voz ecoou todos os soldados fizeram reverência. — Guerras podem ser motivadas por inúmeros motivos, plausíveis ou não e, na maioria das vezes, o rastro de uma guerra é muito mais nocivo para a população como um todo. Mesmo assim, guerras acontecem e continuarão acontecendo. — A rainha engoliu em seco sob o forte sol. — Hoje em dia é fácil esquecer a ameaça real de uma invasão e rendição sulista, mas eles vieram à nossa terra e nos afrontam atacando nosso mais antigo aliado. Devemos deixar esse afronte sem cobrança? — O urro coletivo das tropas ecoou assustadoramente, até mesmo o deserto se calou. — Não importa quanto tempo leve para superar essa invasão premeditada, o povo do deserto em seu poder de justiça vencerá esse inimigo mais uma vez. — As tropas explodiram em gritos abafando sua voz. — Que o raio de nossa glória seja visto e os ventos do deserto sejam ouvidos de leste a oeste, sul, em todo canto de Estúria!
