02- SACRIFÍCIOS

411 51 104
                                    


Anexo ao quarto circular do segundo príncipe existia uma sala de banho que no centro pousava uma banheira de madeira redonda com água cheia de flores, Cascas de maçã e servas que jogavam água quente sobre o corpo pálido de Alexei que estava deitado com o rosto molhado enquanto sua serva massageava seus cabelos passavando óleo de frutas vermelhas nos fios, A jovem garota tentava não olhar o corpo pálido como leite sob a água mas era impossível não se sentir atraída pelo corpo esguio e musculoso.

- Seu irmão está apreensivo com os boatos de acordo com o rei de Burgos - A voz esnobe da serva, de nome Laila, Escondia o bajulamento que ela rotineiramente fazia com seu senhor. Alexei apenas acariciava seu corpo, Como se contemplasse sua própria beleza física.

- As servas falaram que ele disse que não se casaria com um príncipe com cara de pedinte do deserto.

- Misha é tão esnobe, - Murmurou quase para para si mesmo. - Papai fará tudo para não enviar um filho para o norte, Do outro lado do continente. À cavalo não sei quanto tempo leva mas de barco são quase 85 dias até Burgos.

- Atravessar o continente para se casar com um queimado.

- Queimado? - Alexei perguntou sem muita curiosidade se levantando no centro da banheira esperando uma das inúmeras servas lhe trazer uma toalha branca feita de lã, Seu membro e nádegas expostos fez a serva corar. Alexei mal tinha pelos no corpo e os que tinha eram finos e loiros os tornando quase imperceptíveis aos olhos. Seu peitoral era masculo mas magro e sua cintura fina emoldurava uma barriga musculosa com uma pele totalmente sem marcas e pálida como leite azedo. Ele saiu da banheira e tremeu ao sentir o toque do mármore frio sob seus pés enquanto uma serva secava seu corpo e outra o envolvia com uma toalha. Seus olhos azuis de safira observaram com alívio os finos fios de sangue que saiam de seu membro em meio as gotas de água. Suas noites com seu amante secreto não havia dado frutos, Era um risco que ele jamais poderia correr. Se engravidasse teria de recorrer a uma das mulheres da cidadela que "purificava" homens e mulheres com gestações indesejadas.

- Sim alteza, Dizem que a pele deles é torrada pelo sol.

Alexei soltou uma gargalhada enquanto secava os cabelos.

- Não seja tola Laila, - Os olhos azuis a fitaram com um misto de ternura e desdém. - Os burgueses também tem sangue de Mimlos, A pele de oliva é por isso e não pelo sol. - Enquanto falava as demais servas cobriam seu corpo com uma veste toda em amarelo escuro, Aveludada com golas e mangas de pele para o proteger do frio. - Não se lembra de Sir Neltzon?

A serva forçou a memória até lembrar do homem que tinha vindo à anos durante uma visita diplomática representando o rei de Burgos. Ele era alto e parrudo com a pele morena e os cabelos negros, Não tão escuros como seus olhos, e suas roupas de tecido claro e diferentes. Os homens que o acompanhavam pareciam de diferentes lugares, Alguns de pele mais escura outros de pele mais clara deixando evidente a diversidade étnica do seu país, Todos libertidos que passaram mais tempo em bordéis femininos e masculinos do que no castelo do rei Athos.

Os homens Burgos são, com todos os estereótipos é bem verdade, um pouco machistas. Mas quando amam uma mulher ou outro homem em particular, amam-nos por inteiro, se entregam totalmente. O reino ao norte do continente era livre em vários sentidos, Burgos e seus vizinhos do norte eram diferentes cultural e etnicamente dos outros habitantes de Estúria devido à imigração em massa dos Mimlos tanto mouros como negros no passado, além de seu relativo isolamento pelo enorme deserto que os separavam dos reinos do leste e do oeste.

A família real de Burgos tinha uma reputação de serem sangue-quente e sexualmente liberais, e são visto com certa desconfiança e rivalidade pelos habitantes de pele clara do continente, Cujo o preconceito nada mais era a herança do despeito que os seus antepassados sentiram ao serem derrotados inúmeras vezes pelos homens de pele do sol. O norte de Estúria era quente, Com um sol escaldante tão indomável como seu povo. Era quase um milagre, Em meio ao deserto, tantas pessoas prosperarem. Mas o grande rio que cruzava suas terras, O grande chamado de Maya, fornecia algumas terras férteis.

OS TRÊS PRÍNCIPES (Romance Gay/MPREG) Where stories live. Discover now