05- URSOS DANÇAM NA NEVE

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Alexei não saiu mais da cabine naqueles longos quinze dias que se seguiram, Laila não entendia seu desânimo e no fundo não se importava já que estava animada com os homens Rubros e seus corpos musculosos moldados pelo serviço militar.

- Estamos a poucas horas da
capital rubria, Meu senhor. - Laila falava enquanto revirava os baús do principe, Ela vestia um longo vestido azul escuro cuja a cauda arrastava pelo chão de madeira da cabine. - Vanlei ordenou que eu usasse tons escuros. Parece que sua sogra, A velha, está a vinte anos usando negro pelo luto ao marido morto e o povo passou a usar também em respeito e por moda. Que mórbido.

- Não fale assim da Rainha Dagmar, As pessoas do navio veneram a anciã. - Alexei disse desanimado enquanto se levantava da cama puxando o grosso cobertor que cobria seu corpo que estava protegido apenas por uma camisa branca que ia até seus joelhos.

- Sim, que estranho não? - Laila o fitou observando o rosto abatido do seu senhor mas nada perguntou. Se ela estivesse prestes a se casar com um desconhecido também estaria com aquela expressão. - Tão másculos e adeptos de práticas bárbaras e amam ter uma mulher como líder.

- Tem algo haver com as milhares das superstições deles, Dizem que ter uma rainha no trono atrai sorte na guerra. Que a vitória é feminina.

- Além de rainha também é um amuleto? - Ironizou Laila pegando de um baú o conjunto de roupas que ela escolheu para Alexei, Ela esperou o príncipe se impor e dizer que escolheria sua própria vestimenta mas apenas houve um silêncio e ela estranhou aquilo também. - Que sortuda, Por isso ainda está viva.

- A longevidade da família real é famosa, - Enquanto falava ele puxava a camisa branca que cobria seu corpo revelando sua nudez que Laila evitava focar cuidadosamente. O avô de Dagmar viveu noventa e quatro anos, e foi rei por sessenta e dois, Sobreviveu a seus filhos e deixou o trono para sua única neta que ainda era uma criança de colo, A rainha Dagmar então reina a longos sessenta anos desde os sete anos. - "Longevidade mas pouca fertilidade depois de tantos casamentos entre primos, Até mesmo entre sobrinhos e tios, No passado a família da Rubria se orgulhava de serem puros e de não se misturar mas tal orgulho cobrou seu preço ao longo dos séculos" pensou no mais profundo interior de sua mente, Sabia que críticas deveriam ser feitas em silêncio agora, já que faltava pouco para pisar na terra onde principe ou não ainda seria um estrangeiro.

- Meu deus, Então não ficará viúvo tão cedo. - Laila disse sorrindo na sua tolice inocente, Alexei a fitou pensando que em alguns anos cuidaria para arrumar um marido bom para ela. Talvez um oficial. Quando ficou totalmente nu seu corpo tremeu de frio, Mesmo que estivessem apenas na costa do reino o seu clima, Muito mais frio do que em Behat, chegava correndo navio adentro como lanças de gelo.

A Rubria era grande em tamanho, o maior dos nove reinos do continente de Estúria, quase tão grande quanto os outros combinados mas também era mais fria e chuvosa. A região era relativamente bem povoada, Menos que o norte quente e sua super população, com vastas áreas silvestres, florestas, colinas cobertas por pinheiros e montanhas cobertas de neve que ora ou outra eram palco de avalanches no interior. O clima era muito frio no inverno, e mesmo no verão nevava ocasionalmente. Naquele reino o sol era ainda mais um enfeite iluminador do que em Behat que tinha um clima mais chuvoso e frio e a neve só aparecia de fato no inverno. O frio constante, e o forte inverno, faziam a neve se acumular até dez metros. A chuva caia fria e dura, e, por vezes, em forma de granizo, obrigando os homens a procurar abrigo e construir casas e castelos de pedra mais reforçados. E no passado milhares de pessoas morriam de fome durante os tempos de inverno mas os reis ursos, Como eram chamados os Reis da Rubria, aprenderam que cidades eram uma bela toca para se proteger em conjunto do inverno, e de inimigos, o que tornou a Rubria o reino das grandes cidades, Poucos viviam no campo e suas cidades de pedra prosperavam e se estendiam por quilômetros.

OS TRÊS PRÍNCIPES (Romance Gay/MPREG) Onde histórias criam vida. Descubra agora