TRINTA E DOIS

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Estou no meu quarto café do dia e nem cheguei ao escritório ainda

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Estou no meu quarto café do dia e nem cheguei ao escritório ainda. Meu Deus, por que eu achei seria uma boa ideia beber tanto?

Noite passada me lembro do vago sentimento de ter achado a ideia brilhante. Mas há muita coisa que os mojitos apagaram da minha memória.

Parcialmente, isso é culpa de Aidan Rael. E culpa minha também por permitir que as coisas que ele faz me atinjam. Eu disse a mim mesma que não o deixaria me afetar, porém na primeira oportunidade que acontece vou lá e desabo, entro em surto.

E pior, envolvi alguém do meu trabalho neste papelão todo.

Mas pelo o que eu lembro, Diego se divertiu horrores ouvindo sobre o caos da minha vida e tendo a oportunidade de dirigir o meu carro ontem à noite.

De qualquer maneira, vou me desculpar por ter ficado tão bêbada e tentar restabelecer a nossa relação profissional.

Quando finalmente chego no escritório, vou direto para a sala de Marisa para que possamos ter a a reunião com a cliente do nosso atual projeto. Na minha agenda eu tenho tudo que a minha chefe precisa repassar para Heloísa, então a minha presença lá é imprescindível.

— Ai, querida, você está chegou! — A minha chefe me recebe com um beijo no rosto e segura os meus ombros. — Os azulejos, o que você achou? São lindos, não são?

— São perfeitos. E únicos. Heloisa vai adorar, eu repassei para a artista exatamente como ela queria. Palavra por palavra. Ficou legítimo.

Marisa sorri e balança a cabeça em animação, fazendo seus brincos coloridos chacoalharem. Tudo nela é colorido, vibrante e artístico. Hoje ela está especialmente bonita com um turbante vermelho envolvendo os cabelos encaracolados.

— Você é incrível! Sente-se, a vídeo transferência já vai começar. Vou pedir um cafezinho pro Diego, você quer?

— Ah, por favor, sim.

Enquanto Marisa vai buscar meu quinto copo de café para o dia, abro seu notebook e deixo o Skype preparado para a ligação com a nossa cliente.

Com os minutos que me sobram, deslizo um Advil da minha bolsa para a garganta, na esperança que pudesse ajudar com a dor de cabeça.

Faço isso do jeito mais discreto possível para que ninguém veja. Eu reboquei meu rosto com maquiagem pela manhã para disfarçar a cara de ressaca, então não quero dar nenhum outro tipo indício de que tive uma noite agitada.

Não acho que Marisa se importaria se soubesse disso, mas por via das dúvidas quero manter intacta a imagem que ela tem de mim.

Eu estou mais perto do que nunca de deixar de ser só uma arquiteta assistente e não arriscaria um deslize bobo me roubar o que eu mais quero nessa vida. Marisa me disse que no futuro me vê como uma sócia ou como sua própria precursora e isso me deixou ainda mais segura de que estou no caminho certo.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now