TREZE

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Por incrível que pareça, a clínica Petvida estava funcionando em pleno sábado. E a médica veterinária de plantão é a minha melhor amiga, Alice.

Parada do lado de fora do portão envidraçado, eu aperto o botão do interfone e espero.

Como a clínica fica na Avenida Centenário, dezenas de pessoas passam pela calçada ao meu lado. Tento esconder o rosto quando percebo os olhares estranhos.

Provavelmente tive uma noite de cão e de certeza tive uma manhã pior ainda, devo parecer uma louca descabelada com um dos pés descalços.

E a minha aparência nem é a parte mais bagunçada da minha vida no momento.

Alguns minutos de passam e eu ouço latidos e ganidos vindo de dentro da clínica, mas nenhuma resposta ao interfone. Onde será que a Alice se meteu?!

Eu teria ligado para avisar que estava vindo, mas ao sair do prédio de Aidan, percebi que o meu celular estava descarregado.

Perfeito. Em um momento tão crucial como aquele, isso era só a cereja do bolo.

Modéstia à parte, sempre fui uma campeã da auto crítica, mas hoje estou me superando. Desde que coloquei um ponto final na bagunça entre Aidan e eu, estava enfrentando a tortura mental mais exaustiva pela qual já me obriguei a passar.

Não consigo parar de pensar no aconteceu noite passada, mais especificamente no que eu não me lembro que aconteceu... E em Aidan.

Apesar de ter jurado para mim mesma que a partir de agora iria deletar a Tragédia Que Não Deve Ser Nomeada, ainda não consegui superar essa loucura toda.

É claro que me lembro de tê-lo visto ontem na boate, me provocando na frente das minhas amigas, brincando e flertando comigo.

Lembro-me da sensação quente que se espalhou pelo meu estômago quando o vi sentado com aquela garota em seu colo e de mais tarde procurar por Aidan na pista de dança.

Mas por que eu o procuraria na pista de dança?

Um arrepio me faz encolher com a ideia de que talvez eu tenha decidido jogar tudo que acreditava para o alto e procurar por aquele cara porque queria ir para casa com ele.

Só que na prática eu jamais faria isso. Conheço a mim mesma, sei que seria um erro terrível e me arrependeria.

Sorrio com desgosto, encostando a minha testa no portão. Bem, eu estou arrependida, isso é um fato.

Frustrada, dou tapinhas na minha própria cabeça como se isso pudesse colocar algum parafuso solto de volta no lugar e restaurar as informações perdidas.

Mas dançar sobre as luzes ofuscantes da Taboo é a última coisa confiável que meu cérebro consegue processar e ter certeza que aconteceu de verdade.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now