TRINTA E QUATRO

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Eu acho nunca vi os meus pais tão exultantes de felicidade como hoje quando descarreguei as minhas duas malas na garagem

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Eu acho nunca vi os meus pais tão exultantes de felicidade como hoje quando descarreguei as minhas duas malas na garagem.

Eles literalmente dançaram pelo jardim á modo de comemoração por me ter de volta.

Papai e mamãe já estavam animados sobre os meus irmãos virem para o aniversário deles, saber que estarei aqui e a família vai estar completa foi a cereja do bolo.

As bodas de casamento dos meus pais é o evento da família, parentes de todos os cantos aproveitam para se reunir aqui em casa e fazer uma festança.

Meus irmãos não participaram dos últimos dois anos, mas por esse ano ser as bodas de prata do casal eles decidiram surpreender mamãe e fazer um esforço para comparecer.

Só que a última vez que vi toda a minha família reunida eu tinha um namorado de longa data e todo mundo já contava com um noivado em um futuro bem próximo — especialmente eu.

E por esse motivo estou desde já me preparando psicologicamente para as perguntas inconvenientes com as quais serei bombardeada.

Eu tenho oito tias-avós que praticamente fundaram a instituição da fofoca no sul da Bahia e elas não têm medo de serem intrometidas.

As perguntas serão escandalosas...

Sento em frente a penteadeira do meu quarto enquanto me arrumo e meus olhos capturam minha antiga aliança de namoro no porta joias de vidro.

Eu a seguro entre meus dedos e solto um suspiro pesado.

Um ano atrás, no aniversário de 24 anos de casados dos meus pais, eu achava que sabia exatamente como seria o meu futuro, onde estaria e com quem.

Olho para o meu reflexo e vejo como eu estava enganada. Nem em um milhão de anos a Maria Madalena de um ano atrás teria adivinhado que eu estaria voltando para Ilha Bela, chefiando seu grande primeiro projeto e de quebra tendo de mentir para o homem que ama — o qual não era mais o Luciano.

Eu estou tão fodida.

Deixo a aliança onde estava e volto a me a concentrar nos últimos detalhes da minha aparência.

Se eu estou sendo obrigada a ter que ver Aidan novamente, pelo menos vou fazer isso me sentido confiante e bonita.

Tive algum tempo para pensar em como vou abordar essa nossa situação e desde então cheguei a conclusão de que eu ainda não o perdoei.

Se tivesse que escolher, não estaria ali e nem muito menos tentaria voltar para a sua vida. Por mais que doesse e sentisse sua falta eu era orgulhosa demais para ceder primeiro — obviamente não era tão orgulhosa assim depois que o álcool fazia parte da equação... Mas isso não vem caso!

E apesar de parcialmente entender as intenções de Aidan quando me dispensou, ainda acho que foi a decisão mais idiota que ele poderia ter tomado.

MORDE E ASSOPRAWhere stories live. Discover now