QUARENTA E OITO

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A arma agora está apontada para a minha cabeça enquanto eu dirijo

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A arma agora está apontada para a minha cabeça enquanto eu dirijo.

Estamos seguindo para fora da cidade e isso foi tudo que consegui arrancar de Abraão. Não consigo parar de pensar em Tito caído no chão, o sangue se espalhando no porcelanato... As lágrimas caem em silêncio do meu rosto, acho que estou completamente em choque depois do que eu presenciei.

— Siga pelo viaduto, vamos na direção das cachoeiras.

Eu olho para Abraão com medo e receio, procurando por qualquer tipo de arrependimento na sua expressão, mas o homem parece impenetrável. Está calmo, focado, respiração suave, nem um pingo de tensão nos ombros. É como se estivéssemos saindo à passeio, nem parece que ele está literalmente me raptando.

É assustador.

— Você atirou no seu próprio filho — Murmuro revoltada com a voz ainda rouca de tanto gritar. — Como pode estar tão tranquilo?

Abraão revira os olhos.

— Foi um tiro de raspão, ele vai sobreviver.

— Ele estava caído no chão, sem se mexer! — Eu arfo apertando o volante. — Ligue pelo menos para uma ambulância, faça alguma coisa!

Abraão olha pela janela, distraído, sem carregar consigo um terço da preocupação que eu carrego. Parece mais interessado em se assegurar que não estamos sendo seguidos.

O celular dele de repente começa a tocar, porém Abraão não atende. Apenas olha de relance para a tela e sorri, guardando o aparelho.

— Quem era? — Exijo saber ansiosa. — Era Aidan?

— Concentre-se no caminho que eu te indiquei, Maria Madalena. Isso é tudo que você precisa saber.

Eu torço os lábios, odiando me sentir tão impotente e não poder fazer absolutamente nada ou saber o que realmente está acontecendo. Não sei se Tito está bem, se Aidan sabe o que está acontecendo e qual o plano de Abraão.

Eu odeio o fato de que ele me mantenha no escuro porque sabe que essa é a melhor maneira de controlar o que acontece e garantir que seu plano ocorra como foi elaborado.

Depois de alguns minutos, antes da estrada que leva para as cachoeiras, Rael me faz seguir por uma estrada recém construída que não se prolonga por muito tempo. Ela logo se continua com uma estrada de terra entre uma densa floresta, típica da mata da região do sul da Bahia.

Logo a mata se abre em um grande espaço aberto, onde há uma construção pela metade.

É um grande bloco retangular que ainda nem saiu do cimento. O projeto foi claramente abandonado em seu estado inicial e a natureza já começou a reivindicá-lo para si.

Eu estaciono próximo a uma montanha de areia e cascalho deixada nos arredores da construção. Há materiais de construção largados por toda a parte.

MORDE E ASSOPRAحيث تعيش القصص. اكتشف الآن