#1 em chicklit 02/05/21
Dez coisas que você precisa saber sobre a Maria Madalena:
1. Ela teve seu coração recentemente partido ao terminar o namoro de quatro anos com o Luciano.
2. O Luciano não era um namorado ruim mas também não era ótimo. Ele s...
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O vestido que a minha mãe me comprou de presente de aniversário é mesmo bonito.
Vermelho, com um busto apertado e um decote circular, mas não exageradamente colado ao meu corpo e mangas elegantes que iam até o cotovelo.
Sexy sem ser vulgar, como a mesma tinha me dito quando apareci na sala, já maquiada e arrumada.
Eu não estou muito animada para sair de casa, mas preciso admitir que me faz sentir um pouquinho melhor colocar uma roupa bonita.
Estou arrasada e com o coração partido, mas ainda sou muito jovem, não é? A minha vida não terminou!
Eu acabei de concluir a faculdade e tenho um bom emprego — apesar de ainda ser só a assistente-chefe da talentosa Marissa Queiroz, arquiteta renomada de Salvador.
E para ser sincera, Marissa me adorava e eu amava o meu trabalho. Apesar de Luciano ter feito parecer que eu não era nada sem ele e que perderia todo o "conforto da vida privilegiada que ele me proporcionava" quando decidi ir embora, isso não era verdade.
Eu sei ser independente. Não preciso dele. Terminar com o Luciano não será o fim do mundo... Não é?
Com mil e uma perguntas na cabeça, eu observo a cidade toda iluminada do banco traseiro do carro do meu pai, enrolada à minha jaqueta de couro preta.
A lua está brilhante e reluz por todo o Rio Cascata, deixando a Beira Rio especialmente bonita para os transeuntes que passam pela avenida agitada.
O carro do meu pai faz a curva e atravessa a ponte, deixando aquela parte da cidade para trás.
Minha família sempre morou no sul de Ilha Bela, uma parte mais calma e afastada do centro. Já o Pallace Rael era o hotel mais famoso da região, muito bem reconhecido pelo seu restaurante abastado e as festas que dava em datas especiais.
Ele fica na avenida mais famosa de Ilha Bela, a Avenida Centenário, que era basicamente o coração da cidade.
Eu me animo quando chegamos na Centenário e até abro a janela do carro, colocando a cabeça para fora.
A cidade tem uma antiga tradição de colocar bandeirolas coloridas de São João por toda a extensão da avenida, que possui quase trezentos metros.
Era a coisa mais bonita que eu já tinha visto e a minha tradição preferida. Desde pequena, achava mágico passar de carro por aquele túnel colorido que parecia infinito.
