Capítulo XVIII

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                       (Lucas)

   Eu chorava profundamente nós braços do Danilo, feliz por ele estar ali, foi o maior alívio que senti na minha vida. Aquele desespero, e a felicidade que eu senti demonstravam que minha vida já não era só minha.

   — Onde é que você estava Danilo? O quê foi isso no seu braço? Eu estava com tanto medo —. Eu soluçava, ele secou minhas lágrimas, me deu um beijo no rosto, e arrumou meu cabelo.

   — Eu estava trabalhando. Isso não foi nada, foi só um tiro, mas estou bem —. Quando ele falou do tiro, meu corpo todo estremeceu.

   — E você fala com toda essa calma? Como se um tiro não fosse nada —.

   — Ei, não precisa ter medo, eu estou aqui, não estou? —.

   — Por que você não me disse nada? Por que escondeu de mim essa operação? —.

   — Porque era sigiloso —.

   — Nunca mais faz isso comigo —. Falei.

   — Você gosta tanto de mim assim? —. Seus olhos brilhavam com essa pergunta.

   — Você dúvida? —.

   — Eu... —. Ele sente uma dor no ombro, no lugar onde havia sido atingido. Ele não faz escândalo, mas era evidente que ele sentia muita dor.

   — O quê foi? — Fico preocupa com a sua situação, então apoio seu corpo no meu — Vem se deitar, eu vou ficar aqui com você —.

   Ver um homem como Danilo naquela situação era realmente triste.

                    (Danilo)

   Aquele tiro foi quase mortal, mas não contei isso para ele. Quando fui atingido, foi como um coice de um elefante. Caí no chão como uma jaca cai do pé. E desmaiei. Passei quase quatro horas desacordado, até finalmente acordar e me ver no hospital. Na minha frente estava meu chefe, ele segurava a bala que havia me atingido.

   — Parece que o Blanco vai continuar conosco —.

   — Deu tudo certo? —. Perguntei. Não sabia mas de nada depois que havia apagado.

   — Tudo certo, prendemos o Mosquito, e agora você está fora de risco. Os médicos disseram que sua sorte foi enorme —.

   — Eu quero ir para casa —. Falei. Eu sentia muita dor, mas eu queria ver o Lucas.

   — Vou chamar o médico, mas pela situação você vai poder ir para casa. E vai ganhar um mês de folga —.

                         •••

    Lucas tirou meu sapato, tirou minhas meias, e arrumou meu travesseiro.

   — Deita aqui comigo —. Falei, eu estava com saudades dele, minha vontade era o segurá com força e encher-lhe de beijos.

   — Eu vou preparar alguma coisa para você comer —.

   — Eu não quero comer. Eu quero você —. Engrossei minha voz.

   — Você está fraco, precisa de cuidados —.

   — Não, eu preciso mais de você —. Esse Lucas era mesmo teimoso.

   — O quê quer dizer com isso? Você só pensa em sexo mesmo? —.

   — Não é isso. Eu quero você. Quero que você seja meu, só meu. Lucas Santiago Gutierrez, você quer namorar comigo? —.

                     (Lucas)

   Aquelas palavras pareciam ser invenção da minha cabeça. Mas foram suficientes para abrir um sorriso no meu rosto.

   — O quê? —. Foi a coisa que eu mais esperei ouvir. Um pedido de namoro.

   — Eu não vou repetir —. Ele falou grosso.

   Eu pulei em cima da cama, e subi em cima dele, nem lembrando do seu machucado. Fui direto a sua boca, e lhe dei milhões de beijos. Ele parecia não se incomodar, pelo contrário, retribuiu o beijo, e me segurou com seu braço bom.

   — Você não me deu uma resposta —. Ele interrompe nosso selinho.

  — Óbvio que eu aceito. Eu sou seu, somente seu —. Falei me abrigando no seu peito.

  Eu sabia, eu sempre soube, que Danilo não era mesmo igual aos outros. Foi como Joana falou, eu procurava em moleques por homens. E agora eu encontrei o cara certo para mim.

   Eu gostava tanto dele, que às vezes não entendia como. Era como se existisse uma força, que nos atraía mutuamente.

   — Eu pensei que você seria igual aos outros, e pensaria em manter sigilo ente nós dois —. Falei.

   — Por que alguém esconderia alguém tão perfeito como você? —. A maneira como Danilo me olhava e falava era tão encantadora.

   — Por que são covardes, que bem aquele imbecil do Jonas foi —.

  — Jonas é aquele da festa? —.

  — É sim, aquele seboso —.

  — Se quiser eu dou uma lição nele —.

  — Com o braço desse jeito? —. Ri. Era engraçado como ele protetor comigo, eu gostava bastante.

  — Eu sei chutar também —. Sorriu e me afagou.

  — Não, não precisa. Deixa aquele otário aprender sozinho —.

  — Qualquer coisa me chama, que eu saio de onde estiver —.

  — Tudo bem. Agora deixa eu ir fazer alguma coisa para o meu namorado comer, você está pálido —.

  — Repete de novo, o que você é de mim —.

  — N-A-M-O-R-A-D-O —. Falei pausadamente, ele sorriu.

  — Queria conseguir ir até você, tirar essa sua roupa, e transar com você garoto —.

  Eu soltei um sorriso, e fui para cozinha. Abri sua geladeira, por sorte ela estava cheia. Danilo parecia ser bastante organizado com sua vida, só o seu apartamento que fugia dessa lógica.

                    (Danilo)

   Eu consegui sobreviver 32 anos, só para então encontrar alguém como ele. Eu nunca vi uma pessoa se preocupar tanto comigo desde que minha mãe morreu.

  Eu era louco por aquele garoto, faria qualquer coisa por ele, e aí que parece Lucas também faria qualquer coisa por mim.

   — Ei vamos tirar essa roupa para tomar um banho —. Ele apareceu no quarto, depois de eu ouvir barulhos de panelas na cozinha.

   — Queria descansar —.

   — Vamos eu estou mandando, depois você descansa —.

   — E você manda em mim? —. Eu queria provocá-lo.

   — Aqui eu sou general bebê, e você é um cabo. Obedeça subalterno —. Ele falou e me fez sorrir

   — Só obedeço se você for pro chuveiro comigo —. Por que não melhorar

   — Tudo bem eu vou, aliás eu teria de te ajudar de qualquer jeito —.

  

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
 

  

  

  

Fardado [+18]Where stories live. Discover now