Capítulo XLVII

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(Lucas)

Danilo ainda estava sob o corpo de Silva, os dois brigavam, Danilo segurava sua arma, e eu via o sangue saindo de seu corpo. Eu estava no chão, Danilo havia me empurrado, mas dessa vez para me salvar. Eu estava sangrando, mas estava mais preocupado com o que aconteceria.

Era como ver dois leões brigando, só sairia um vencedor, e eu torcia para que fosse o Danilo.

- Lucas corre, vai embora, se salva -. Danilo diz ainda segurando aquela arma. Se Danilo tomasse, estaríamos bem, caso o contrário acontecesse seria o fim.

- Eu não vou sem você -. Digo meio zonzo, me levanto, pego um pedaço madeira que havia naquele lugar sujo. E vou mancando na direção deles. Meu coração estava cheio de raiva. Eu sentia tristeza pela morte do Jonas, sentia ódio por tudo que aquele homem fez contra mim, e sobretudo sentia medo de ele matar o Danilo.

- Isso aqui, seu desgraçado, é por ter matado o Jonas -. Acerto em cheio a sua cabeça, ele fica furioso, e Danilo tentava o segurar.

- Com mais força! -. Danilo grita.

- Isso aqui é por ter tentado destruir meu relacionamento -. Bato mais forte, e ele solta a arma.

- Veado maldito, eu vou te matar -. Silva fala. Danilo pega seu fuzil, e ele sim bate com força em sua cabeça. Silva desmaia.

- Você vai apodrecer na cadeia seu rato, vou te mandar para o pior presídio dessa cidade -. Ele prende suas mãos com algemas, e o deixa deitado e desacordado no chão.

- Você está bem? -. Foi o que ele disse ao me abraçar, naquele momento Esqueci de tudo o que aconteceu, e caí aos prantos em seu enorme peito. Sua mão toca meu cabelo, e fica me acariciando.

Abro os olhos, para só ter a certeza que estava tudo bem, mas sou surpreendido da pior forma possível. Silva veio por trás com uma faca, e sem as algemas desferiu um golpe no abdômen do Danilo.

- Danilo! -. Digo assustado, e perplexo pela aquela cena. Era nítido a expressão de dor no rosto do meu amor. Ele me olhava, e em seguida tocou meu rosto.

- Vai pro inferno Major de merda -. Ele desferiu outro golpe. Eu sem fazer o que fazer tentei o impedir, mas recebo um soco no rosto que me joga no chão.

Danilo também estava no chão, dessa vez agonizando de dor, já era visível uma poça de sangue naquele chão imundo.

- Lucas, corre -. O meu homem fala com dificuldade, eu estava zonzo, tudo estava embaçado, mas percebo Silva vindo em minha direção. Ele trazia a sua faca.

- Agora é sua vez veadinho de merda -. Eu não conseguia nem sair do chão, sei que sou fraco, mas não era por meu querer.

Fecho os olhos só esperando sentir a facada, mas quando abro os olhos novamente vejo Danilo de pé na minha frente, segurando o braço do Silva.

- Tenho que admitir você é forte -. Silva lhe dá um soco no rosto, e em seguida no estômago.

- Tem que aprender muito major de merda, mas dessa vez você não vai ter uma segunda chance -.

- Me mata, mas não machuca o Lucas -. Ele fala como uma súplica.

- Eu vou matar vocês dois, mas você será o primeiro, o veadinho vai virar comida de cães -.

Silva dá outro soco em Danilo e ele cai no chão de joelhos. Silva levanta a faca para desferir o golpe, eu vou correndo até ele com as mãos completamente nuas, eu não podia deixar o meu homem morrer daquele jeito. Mas novamente recebi um soco, e caio no chão.

Eu me sentia um completo inútil, queria ter como eliminar aquele Silva desse mundo, mas não, meu amor iria morrer por minha fraqueza, tudo estava perdido, era mesmo o fim.

- Danilo, Danilo, Danilo - Silva agarra seu cabelo, e vira sua cabeça em minha direção. Danilo já estava fraco, muito pálido, e com a respiração ofegante nem consigo imaginar o que ele sentia.

- Olha bem pro rostinho do seu veadinho, olha - Silva leva sua faca para perto do pescoço do meu amor - Se despede, vai diz alguma coisa -.

- Lucas - Danilo tossiu e saiu um pouco de sangue por sua boca - Me perdoa por tudo, eu... -.

- Tarde demais -. Silva colou a lâmina da faca na pele de Danilo.

Mas naquele momento ouço um barulho de tiro, e Silva cai no chão. Danilo também cai no chão.

- Silva, Silva, Silva, que belo tiro hein? -. Um policial diz ao abaixar-se. Leio em seu uniforme o nome, Figueredo.

Silva segura a sua faca novamente, mas Figueredo pisa em seu braço, e impede que a use.

- Chamem a ambulância, agora -. Figueredo diz para os outros policiais, ao olhar para Danilo no chão. Corro imediatamente para onde seu corpo estava.

- Danilo, você está bem meu amor? -. Pergunto chorando. Figueredo vem na nossa direção, com a faca de Silva em suas mãos, mas apenas para cortar o seu colete e sua blusa.

- Droga, ele está perdendo muito sangue -.

- Lucas -. Danilo falava com dificuldade.

- Não fala nada amor, poupa suas energias -. Tiro minha blusa e tento estancar o sangramento.

- Nenhum de vocês tem álcool? Alguma coisa para que eu possa fazer um curativo? -. Indago desesperado. Eu não poderia deixar o meu amor morrer. Não por minha causa.

- Lucas não adianta, para, me escuta por favor enquanto ainda dá tempo -. Danilo fala, e vejo uma lágrima descer seu belo rosto.

Olho para Figueredo, e sua cara não era muito boa. Meu coração dispara, palpitando velozmente, o medo invade meu corpo, e um arrepio na espinha eu sinto.

- Danilo, aguenta mais um pouco a ambulância está vindo, você vai ficar bem -.

Danilo segura minha mão, e a aperta, eu podia sentir que ela estava muito fria, e seu pulso estava muito fraco. Não era isso que eu queria, mas era óbvio, Danilo estava morrendo, para meu desespero, para minha tristeza apenas aumentar.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.



Fardado [+18]Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz