Capítulo XXXI

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                      (Danilo)

   Esses últimos dias passaram depressa, Lucas e eu completamos 5 meses juntos. A barriga da Joana já estava um pouco grande. Ela sempre vinha aqui, a maioria das vezes de dia, vez ou outra encontrava ela em casa. Sempre que eu via a barriga dela, me vinha a imagem de muitas crianças pulando e correndo pela casa. Acho que um filho do Lucas seria perfeito como ele. Mas não quero tocar nesse assunto, pois sempre ele ri da minha cara. Às vezes ele é imaturo, uma das desvantagens de se namorar um garoto.

   — Amor, a Joana fez o ultrassom hoje, e adivinha o quê deu? —.

   — Menino? —. Todas as vezes que penso em ter filhos sempre penso em um menino.

   — Não, menina. Você tinha que ver a cara do Rodolfo, acho que ele queria um menino —.

   — Legal —. Era difícil esconder um pouco da tristeza, e da vontade enorme de construir uma família. De uns tempos pra cá, consegui abrir mais meu coração, graças ao meu amor.

  — Que carinha é essa amor? —. Ele pergunta vindo até mim, e beijando meu pescoço, em seguida envolve seus braços em meu corpo.

  — Nada, só pensando em algumas coisas —.

  — O quê é que meu amor quer que eu faça? Pode pedir qualquer coisa —. Eu tinha a resposta na ponta da língua. Com esse meu interesse constante em ter filhos, pesquisei sobre alguns métodos. E os conhecia a fundo. Mas não quis tocar no assunto.

  — Que tal uma massagem? —.

  — Uma massagem?! Tudo bem —. A perfeição daquele sorriso simétrico fazia que me esquecesse do que eu queria por um momento.
 
  Me deito de bruços. E ele sobe em cima das minhas costas. Ouço o barulho do creme sendo aberto, ele põe na mão e esfrega bem elas. Em seguida começa a passar em minhas costas.

   — Acho que você é 70% músculos —. Ele diz e me faz rir. 

   — E você 90% deboche —.

   Com aquela mão me acariciando, e fazendo meu corpo relaxar acabo adormecendo. O cansaço do trabalho também contribuiu. Só lembro de um último beijo na bochecha, e do seu corpo de abraçando ao meu.

                       (Lucas)

   Tomara que o Danilo tenha desistido daquela ideia estapafúrdia de termos um filho. Eu não tinha a menor vocação para ser pai, nem para ser tio dos meus sobrinhos. Na realidade eu não me imagino cuidando de crianças em tempo integral. É estressante, irritante, e sem sentido.

   E conhecendo bem o Danilo como conheço, ele me faria de dona de casa, enquanto ele apenas trabalharia.

  Mas tenho de confessar que um filho daquele homem deveria ser a coisa mais perfeitinha do mundo. Aqueles cabelos extremamente negros eram lindo, e nem falo em seus olhos.

   Minha vida era perfeita com Danilo, pra quê mudar? Nós dois apenas, e o resto é resto.

   Conversando com minha mãe nesses dias, ela me confessou que está gostando do Danilo, da forma como ele cuida de mim, e como ele é responsável, e decidido. Disse inclusive que minha escolha foi boa.

   Antes do Danilo, eu desacreditava veementemente em almas-gêmeas, achava isso tudo uma baboseira, e uma grande mentira. Talvez pela decepção com aquele traste que não quero dizer o nome.

   O bom é que me adaptei completamente a viver com Danilo. Ele respeita meu espaço, nunca reclamou de nada que faço, e ainda por cima é muito atencioso.

Fardado [+18]Where stories live. Discover now