Capítulo XXIII

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                       (Lucas)

   Dias se passaram, Danilo se recuperava devagar. Aquele rabugento de antes voltava, mas a cada dia estava mais fácil também amolecer seu coração.
Todos os dias, pelo menos uma vez, eu ouvia um “eu te amo”. Era engraçado ver ele falando aquilo, todo machão. Eu me derretia todo.

   Eu não saía de seu apartamento, eu passava o dia inteiro lá, só ia em casa buscar roupa. No fundo eu estava gostando de ficar muito tempo assim com ele.

  — Ei grandão, vamos sair? —. Beijo seu peito nú, e sinto um afago carinhoso.

  — Vamos, aonde quer ir? —. Perguntou. Eu pensei bem, acho que ele estava muito pálido, por ficar todo esse tempo em casa.

  — Vamos ao parque, tomar sorvete, ou sei lá, você pode escolher também —.

  — Tudo bem, vou tomar banho, vem comigo? —. Ele levanta, e estende a mão. Na minha frente a imagem de um homem enorme, musculoso, pelado. Acho que ele estava tendo aulas de boas maneiras, ultimamente estava tão cavaleiro. Acho que foi depois que assistimos “Titanic”, e eu fiz um comentário sobre como o Leonardo DiCaprio era encantador. Ele novamente me olhou com aquele olhar mortal, e revirou os olhos. Eu seguro sua mão, e ele me puxa. Em seguida vou andando na sua frente, até que sinto uma palmada na minha nádega, uma palmada forte. Olhei para trás e vi aquele sorriso malicioso.

   — Cavaleiro nada, seu troglodita —. Digo entre risos. Estava bom demais para ser verdade. Acho que era melhor eu desistir desse Danilo educado.

   Me olhei no espelho, e vi que as mechas estavam perdendo a cor. Já estava na hora de pintar, mas eu não sabia bem a cor. Fiquei alisando o cabelo, até que Danilo aparece detrás de mim, e me abraça.

   — Amor, que cor eu pinto meu cabelo? —. Pergunto, prestando atenção no lindo cabelo que ele tinha também.

   — Eu sei lá, pinta da cor que você quiser —.

   — Ajudou muito você —. Mordo seu pescoço, e ele geme.

   — Que tal rosa? —. Digo.

   — Eu gosto dessa cor —. Fala.

   — Eu também gosto, mas quero outra cor —. Eu gostava de mudar a cor, já fui ruivo, já fui moreno, tive cabelo branco.

   — Já sei vou pintar todo de verde —.

   — De verde? —. Ele demonstra surpresa.

   — Sim verde —.

    Depois de termos tomado banho, e também termos feito amor debaixo do chuveiro. Fomos nos vestir. Olhei o guarda roupa dele e vi aquelas mesmices.

   — Você só tem roupa assim? —. Pergunto, vendo que elas eram praticamente iguais.

  — Qual é o problema? —.

  — Nada, mas em vez de meu namorado, você vai parecer seu meu guarda-costa —. Eu amava fazer piadinhas sobre ele, piadinhas sobre nós. Só para ver ele rir, ou então se esbravejar.

  — Quer que eu vista o que então? —. Paciente como sempre. Eu amo esse homem.

                     (Danilo)

   Eu esperava no lado de fora do salão, Lucas estava demorando demais. Ele deveria está conversando lorotas com Joana, a sua amiga que trabalha lá.

   — Olho para meu relógio impaciente. Na loja a frente havia uma vidraça, em que eu podia ver meu reflexo. Acho que Lucas tinha mesmo razão, eu parecia um guarda costa.

Fardado [+18]Where stories live. Discover now