Capítulo XXIX

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PELAS BARBAS DO DANILO DEIXEM SEUS VOTOS, É SÉRIO MESMO.        

                      (Danilo)

   Ao passar das semanas as coisas mudavam abruptamente. Eu começava a enxergar novas coisas, em várias áreas da minha vida. Principalmente no meu relacionamento com Lucas. Nesse meio tempo tive de aprender várias coisas, uma delas foi ter mais paciência com ele, afinal ele é um doce de pessoa, e merece ser tratado bem.

  Ultimamente ele me chama de alguns apelidos um tanto exagerados como: Fofinho, docinho, amorzinho. Eu gosto, mas acho um pouco fresco. Íamos bem juntos, comigo agora ele parecia mais vivo, com mais saúde. Não sei. Mas a principal mudança ocorria em mim. Era perceptível que eu não era tão sombrio quanto antes. Agora falta de amor e amar era normal.

   E com esse relacionamento eu perdi meu autocontrole, agora eu tinha ansiedade, sentia saudades, sentia várias coisas que antes preferia esconder bem no fundo do armário. 

  No trabalho as coisas iam de mal a pior, a cidade ficava ainda mais violenta. Presenciei dois assassinatos, antes eu tinha estômago para isso. Mas agora eu sentia algumas coisas não muito boas.

   — O quê foi meu anjo? —. Lucas me pergunta,unha cabeça repousava em sua coxa após um longo dia de trabalho. Ele havia percebido que eu estava pensativo.

   — Problemas no trabalho, nada do que deva se preocupar —. Respondo-lhe.

   — E como é que não vou me preocupar com o bem-estar do meu namorado? —. Recebo um beijo na testa. Aquele lindo cabelo cai sobre meu rosto, e sinto um aroma agradável.

  — Só presenciei uma coisa não muito boa hoje —.

  — O quê? —. Não existia ninguém nesse mundo mais curioso que o Lucas. Curioso e fofoqueiro, ele passava horas com a Joana no telefone, às vezes nem lembrava da minha existência.

  — Assassinato Lucas, não quero falar sobre isso —. Digo sendo bem seco.

  — Ah entendi! Tudo bem se não quiser contar. Mas você está bem? —. Era impossível resistir aquele olhar doce e juvenil. A juventude de Lucas era simplesmente uma das coisas que eu mais gostava nele. Aquele ânimo para fazer tudo, para se divertir. Sem falar na sua risada que ecoava pela casa, e relaxava minha mente.

   — Com você eu vou ficar —.

   O melhor de ele morar comigo, é que nunca mais eu vou ficar sozinho. Pois todos os dias eu terei aquele arco-íris particular, que é louco por mim, e eu por ele.

  De repente seu telefone toca, vejo pela foto que era Joana, reviro os olhos. Eu gostava dela, mas odiava quando ela passava tempo demais com meu Lucas.

  — Oi Jô! —. Ele atende, e continua mexendo no meu cabelo.

  — Amor eu preciso de sua ajuda, é o apocalipse —. Eu nem ligava, ela era mais exagerada que o Lucas, com certeza apenas quebrou a unha, ou algo parecido.

  — O quê foi garota? —.

  — Lucas, eu estou grávida! Grávida! —. Por essa até eu não esperava, olhei para Lucas, e ele estava boquiaberto.

                      (Lucas)

  — O quê? —. Foi o que consegui falar naquele momento. Minha cabeça explodiu naquele momento. Se eu estava perdido não consigo imaginar o quanto Joana estava.

  — E quem é o pai? O Rodolfo? —. Pergunto tentando não ser indelicado.

  — Claro que é ele! Pensa que eu sou o quê? Uma puta? —. Ela não estava nem um pouco calma.

  — Jô Desculpa. Mas você olhou direito o exame? Faz uma outra vez, vai que é um alarme falso —.

  — Lucas, eu já mijei em três drogas de exames, e todos eles deram positivos. Não tem fuga, eu estou grávida —. Certo, naquele momento eu queria ter um milhão de conselhos, mas não tinha nenhum.

  — Já falou para ele? —.

  — Não, eu soube agora, ele está no apartamento dele. Droga, por que isso foi acontecer justo agora? —. Ela não parecia muito contente, era de se esperar. Estávamos na metade do curso de literatura. Joana trabalhava, isso atrasaria em muito seus planos. E ela morava em um muquifo pior que o meu.

  — Eu não sei, mas você tem que contar isso pro Rodolfo, você não pode passar por isso tudo sozinha —.

  — Você pode me ajudar com isso amanhã? Pelo menos ficar comigo, ao meu lado, eu estou com tanto medo Lucas —.

  — Ei amor fica calma, amanhã se quiser eu falo com o Rodolfo, e se ele fugir, mando o Danilo dar uma surra nele —. Danilo me olha curioso ao ouvir seu nome.

  — Tudo bem então, já é tarde, vou tentar dormir, mas eu acho difícil. Tenham uma boa noite —. Ela desliga o telefone. E eu fico olhando Danilo por um bom tempo em silêncio.

  — Ainda bem que não temos se preocupar com isso, não é? —. Falo beijando sua testa.

  — Eu gostaria de ter um filho com você, um menino —. Ele fala de uma maneira tão fofa, minha vontade era apertar aquele homem. Mas essa ideia de filho nem passava pela minha cabeça. Já era difícil cuidar de nós dois, imagina de um menino.

  — E eu pensei que te conhecia completamente —. Era legal saber que Danilo tinha um sonho tão lindo como esse. Mostrava que ele também era um sonhador como eu.

  — Já imaginou um menino, com seus cabelos, e seus olhos? —. Era triste saber que nunca eu poderia dar esse prazer a ele. Afinal as leis da natureza nós impedia.

  — Tomara que ele não puxe a sua personalidade —. Falo debochando, como sempre fazia.

  — Eu não estou brincando —. Danilo parece mesmo sério, acho que fui um pouco estúpido.

  — Desculpa amor, mas é que eu nunca pensei nessa possibilidade, nunca mesmo. E você sabe que nós dois não podemos ter filhos não sabe? —.

  — É, eu sei —. Ele parece um pouco tristonho. Fico com pena e dou-lhe um beijo na boca.

  — Mas podemos tentar não é? —. Aquele olhar promíscuo eu conhecia muito bem.

  — Seu tarado, pervertido! —. Subo em cima de seu colo. Coloco minha cabeça por debaixo da sua blusa. Ficando com o rosto colado ao seu abdômen. Subi até minha cabeça sair pela gola da camisa. Nossos rostos ficam muito próximos. Passo minha língua pelo seu queixo, até chegar em seus lábios.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

 

 

 
 

 

 

 

Fardado [+18]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt