Capítulo XXXIII

5.6K 672 154
                                    

  DE QUE ESTADO/PAÍS VOCÊS ACOMPANHAM A HISTÓRIA?

                    (Lucas)

  De volta aos dias tristes. Eu me encontrava ainda perdido, entre a indiferença de de Danilo e a busca incessante pelo desgraçado que quer minar meu relacionamento. Pelo o que me parece, apenas eu estou fazendo esforço pra não deixar tudo o que construímos acabar na primeira crise.

  Nem sei de onde tenho tirado forças, pois as emoções costumam derrubar-me. Joana vem me ajudando nessa árdua tarefa, mesmo grávida. Ligamos para todos os caras com quem já fiquei, foi difícil lembrar de todos eles. Pois a maioria eu queria esquecer.

  “— O Lucas adorou seu presente —”. Era o que ela dizia, tentando descobrir a pessoa. Mas não era nenhum deles também.

  Os únicos sentimentos que essa pessoa conseguiu que eu nutrisse foi ódio. Eu queria que ela fosse pro quinto dos infernos, bem para longe.

   Sentado no sofá, eu esperava Danilo chegar. De hoje ele não me escapava, eu tinha algumas coisas entaladas, e eu diria. Ele tem 32 anos, não 12. Eu não ligava se ele era esquentado, ou violento, hoje ele teria de me ouvir.

  Ouço o barulho da porta se abrindo, ele entra, fecha porta, põe a chave no chaveiro, em seguida senta-se no sofá para retirar seu sapato.

   — Boa noite também Lucas — Ele finalmente rompe o silêncio, e bagunça meu cabelo como sempre fazia — Que foi?! —.

   — Danilo, acho que já está passando da hora de nós termos uma conversa —. Digo, nervoso, minha postura estava ereta, e eu respirava fundo. Queria passar a imagem de inabalável.

   — Tudo bem, pode falar —.

   — Muito bem — Respiro fundo, e tento segurar o choro que já insistia em cair. Essas atitudes dele ultimamente vem me machucado profundamente — Quando eu me mudei, quando eu vim morar com você. Você me prometeu que cuidaria de mim, que sempre me faria sorrir —.
Minhas forças são vãs. Uma lágrima cai, e deixo evidente meu estado emocional.

   — Por que está chorando? —. Ele pergunta, em seguida sua mão vem vagarosamente até tocar meu rosto, e secá-lo.

  — Por sua causa Danilo, você me machuca todo dia. Finge que não existo, quando eu estou bem aqui na sua frente, sempre apaixonado —.

  — Ei não chora, o que foi que eu fiz? —. Ele me abraça, melhorando um pouco meu estado.

  — Você fica colocando a culpa do que aconteceu em mim Danilo. Não diz mas eu sei. Você desconfia de mim —. Olho em seu rosto, e o vejo pensativo, enquanto encara a janela.

  — Eu sei que a culpa não é sua Lucas —.

  — Então por que parou de ser aquele Danilo romântico, gentil, atencioso? Você mal olha na minha cara. Nem me chama de "amor". Te recebo com um abraço, e você me dá apenas um oi —.

  Ele permanece em silêncio, mas seu toque fala por si, acho que era um pedido de desculpas.

   — Você foi o primeiro a dizer que ficaríamos para sempre, mas no primeiro momento de crise me rejeita como se eu fosse um objeto qualquer —.

   — Sim. Me desculpa — Ele fala, frio como sempre — Mas se coloca no meu lugar, eu chego em casa, você está todo alegre por causa de um presente, que raios eu pensaria? Reconheço que estou errado. Mas quero que enxergue meu lado também —.

   — Você poderia ter me falado Danilo, você tem 32 anos eu 20, somos adultos, não precisamos esconder nada um do outro —.

   — Eu sei Lucas. Mas é que tudo o que eu faço não tem planejamento, porque você é algo totalmente novo. Eu não sei como agir, não sei como falar, não sei nem pensar. Eu tento improvisar, entende? E olha pra você, você é perfeito, quantos caras não são afim de você? O que impede eles de tentarem algo —.

  — Eu Danilo, eu impediria, não quero nada com ninguém além de você. Ou você ainda não percebeu? —.

   — Percebi, me desculpa.

   — Desculpo. Mas você não sabe o tamanho do medo que fiquei de tudo acabar. Foi tudo tão repentino —.

   — O quê eu posso fazer pra me desculpar? —.

   — Só não finja que eu sou invisível. Não sabe o quanto isso dói —. Falei.

   Ele me puxa para mais perto e me abraça forte, deito sobre seu peito. E sinto o toque suave de seu nariz em meu pescoço.

   Resumindo, eu estava com muito ódio e tristeza no coração, tentei ser violento como o momento exigia, mas aquele rosto de escultura grega me derrubou complemente.

   — Sabe porque você não é invisível? —.

   — Não —. Na verdade eu sabia, mas é sempre bom ouvir uma declaração apaixonada do homem mais bonito do mundo.

   — Por que onde quer que eu estou sinto sua falta. Só penso em você desde o amanhecer. A parte mais feliz do meu dia, é quando você me recebe naquela porta. Todo tagarela, sorridente, e principalmente carinhoso. Ter você é como ganhar na lotérica, uma chance entre milhões —.

   — Eu não vivo sem ouvir isso — Dou-lhe um beijo, e só para provocar digo: — Meu recruta —.

   — É Major Danilo —. Foi quase um vislumbre do passado, quando conheci Danilo, naquele maravilhoso dia.

   — Não importa a patente, aqui eu sou o Fucking General Marechal, entendeu? —.

   — Entendi —.

                    (Danilo)

   Como que eu machuquei um ser tão perfeitos doce como aquele. Só mesmo eu para ser tão burro a esse ponto, desastrado como sempre. Lucas era meu maior tesouro, eu tinha que cuidar, mas nunca, nunca magoá-lo.

   — Você está tão triste quer comer alguma coisa? —. Pergunto preocupado deu semblante não era nada bom. Eu estava destruindo o meu amor. Por pura burrice. Acho que se ele tivesse ido embora, no mesmo momento eu teria pulado por aquela janela, eu não aguentaria viver sem ele.

   — Quero —. Ele faz aquela sua cara chantagista que me obrigava a fazer qualquer coisa.

   — Tudo bem —. Vou ver o que tem na geladeira.

   A minha sorte é que ele me ama, e me deu uma segunda chance, não sei se faria a mesma coisa se fosse ele.

   Seja quem for que quer tomá-lo de mim não vai conseguir, eu não vou deixar, e se preciso for, vou ter suja minhas mãos com o sangue de alguém.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO. NÃO ESQUEÇAM SEUS VOTOS AMORES. E SE POSSÍVEL COMPARTILHEM A HISTÓRIA COM OS AMIGOS, ISSO AJUDA BASTANTE.

  

  

Fardado [+18]Where stories live. Discover now