Capítulo XL

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                        (Lucas)

  Joana e eu estávamos tentando parar o sangramento do nariz de Rodolfo, seu rosto estava inchando. Danilo agiu como um animal, um estúpido. Me envergonhando na frente dos meus amigos. Eu estava com ódio da sua cara, e também com o coração doendo, devido às palavras que ouvi.

   — Rodolfo, me desculpa, eu não sei nem o que dizer, eu pensei que você fosse... —. Danilo tenta se explicar, me deixando com mais raiva, eu não queria olhar na sua cara. Então apenas digo:

   — É melhor você ficar calado! —.

   — Gente o que está acontecendo? —. Joana pergunta, fazendo carinho no seu namorado. O coitado estava assustado, sentia dor e respirava ofegante.

   — Depois eu te falo, acho que nem eu estou entendendo completamente —.

   — Acho que já podemos ir Joana, eles tem muito o que conversar —. Rodolfo fala, ainda gemendo de dor.

   — Você aguenta mesmo ir? —. Indago muito preocupado, eu sentia que aquilo era culpa minha. Mesmo sabendo que foi Danilo que agiu como um animal.

   — Aguento —. Rodolfo se levanta da cadeira onde estava, e segura na mão da Joana, Danilo estava na cozinha também, mas um pouco distante. Os acompanhei até a porta, quando Joana ia saindo ela me diz:

   — Vou mandar a empregada arrumar o quartinho para você, se precisar nem pense duas vezes em ir para lá —.

   — Desculpa por tudo Rodolfo, desculpa mesmo, não foi culpa sua —. Falo lhe dando um abraço.

   — Vamos Rodolfo, e você quando chegar em casa vai me explicar direitinho quem é essa tal de Amanda —. Até eles tinham seus problemas, mas resolviam no diálogo. Olhei para o Danilo, e ele também me olhava de braços cruzados.

   — Você está sangrando, deixa eu te ajudar! —. Ele tenta se aproximar mas logo impedi. Eu sentia tanta tristeza e raiva que nem percebi que estava sangrando, mas era coisa pouca, quando caindo sobre um copo de plástico que me quebrou e me cortou não sei como.

   — Não chega perto de mim, não toca em mim —. Falei me afastando.

   — Amor... —.  Ele tenta novamento, mas eu não queria saber.

   — Amor? Amor Danilo? Não é "verme", "parasita"? —.

   — Amor, me... —.

   — NÃO ME CHAMA DE AMOR —. Grito já extravasando minha fúria, coloco o algodão que eu tinha pego, e ponho no meu braço na região do corte.

   — Vamos conversar, por favor! —.

   — Conversar? Você quer conversar? Pois quem não quer conversar sou eu! Eu não quero ouvir mais nada —. Tentei evitar, mas o choro desceu pelo meu rosto. Era dor demais para um psicológico tão frágil.

   — Eu sei que errei —.

   — Que bom que você sabe que errou, quer saber onde errei também? Pois eu digo — Eu queria jogar tudo para fora, sem esconder mais nada, nem carregar um peso tão grande em vão — Eu errei em me entregar totalmente para você, errei em achar que poderia mudar alguém rude como você apenas com amor. Eu devo ser um palhaço mesmo —. Danilo vem em minha direção, mas eu fujo dele.

   — EU JÁ MANDEI VOCÊ FICAR LONGE DE MIM —. Gritei novamente. Ele pareceu entender. Nesse momento minhas lágrimas caíam sem parar. Essa foi a maior decepção da minha vida.

   — Eu acreditei em você Danilo, acreditei que você confiava em mim —. Vejo que ele começa a chorar também. Acho que tentava me comover, mas eu não ligava mais para o que ele fazia.

Fardado [+18]Where stories live. Discover now