Capítulo XXII

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                  (Danilo)

   Eu cochilava, até que sou acordado por um beijo suave de Lucas. Em seguida sinto um afago no cabelo.

   — Lindo, eu vou em casa me arrumar para a faculdade, volto mais tarde, quer alguma coisa?—.

   — Você —. Digo ainda muito sonolento. Lucas me presenteia com um beijo suave, doce, que me deixando ainda mais triste por ter que ficar tanto tempo sem ele.

   — Desse jeito eu não consigo ir —. Fala rindo.

   — Tchau lindo, te amo —. Lucas vai, e novamente fico sozinho. Até que eu estava gostando desse tempo de folga, ficar o dia inteiro com ele era maravilhoso.

   Ouvi o barulho da porta fechar. Peguei meu celular, e vejo que Lucas tinha enchido ele com fotos. Eram tantas, sorri, e passei um bom tempo vendo elas, em algumas eu dormia sobre sua coxa. A verdade era que eu nunca fui tão bem cuidado desde que minha mãe morreu. E eu gostava do carinho, das palavras, dos beijos, dos abraços, dos risos, das curvas e de tudo que vem daquele garoto.

   Depois de me torturar um pouco mais, me levanto e vou até a geladeira ver o que tinha. Lucas tinha feito uns sanduíches, e nela havia um bilhete:

   “— Para o maior gostosão do mundo —”. Ri. Se eu pudesse ficava o dia inteiro ouvindo ele falar. Era cada história. Guardei o bilhete no meu bolso, e fui comer na sala, sentei no sofá e liguei a tv. Mas parecia que ela estava contra mim, pois não havia uma nenhuma coisa que eu gostava de assitir. Pelo menos os sanduíches estavam bons, esse era mais um talento dele, saber cozinhar.

   Eu estava com saudades do Blanco, fazia tempo que eu não via o meu garanhão. Espero que aquele desgraçado do Silva não queira perturbá-lo. Acho que iria demorar um bom tempo até eu poder vê-lo novamente.

   As horas pareciam não passar, de vez em quando eu olhava para o relógio, e às vezes fingia não olhar para ver se o tempo passava mais rápido. Admito estava com muita saudade, mas não direi a ele, senão isso seria motivo de piadinhas o resto da vida.

   Peguei meu celular, fui ver seu whatsapp, ele não estava online. Fiquei um bom tempo olhando aquela foto do perfil, como ele era lindo. Parecia que um anjo tinha transado com uma elfa.
Abaixo da sua foto, havia escrito: “Namorando”. Fiquei feliz imaginado que eu fazia parte daquilo. Era uma coisa real, entre mim e um garoto irreal.

   Levantei, e com dificuldades fui caminhando até a janela.

   Fiquei olhando lá para baixo, esperando o momento em que um garoto de cabelos coloridos aparecesse

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   Fiquei olhando lá para baixo, esperando o momento em que um garoto de cabelos coloridos aparecesse. Eu não lembrava de ser tão ansioso assim. Era compreensível, eu não me conhecia mais desde que conheci Lucas naquela noite.

   Fico imaginando como a vida e feita de encontros, se eu tivesse ido por uma rua diferente, talvez eu nunca o teria conhecido, e se sim, não teria sido convidado a ir em sua casa. Nunca fui de dar importância a essas crendices bobas, mas agora elas tinham um pouco de sentido.

                       (Lucas)

   Não vejo a hora de me formar, é trabalho demais para uma cabeça só. Estudar me sobrecarrega, e para uma pessoa que tem um psicológico frágil como eu, isso não é nada bom.

   — Lu, acho que eu estou gostando do Rodolfo —. Joana fala baixinho no meu ouvido, sua expressão estava diferente, ela falava mais devagar, e incrivelmente baixo.

   — Sério?! Cadê aquela Joana independente que dizia: “Eu só quero me divertir, nunca vou me apaixonar”. Otária! —. Falei rindo, ela ficou irritada e me deu um tapa na minha mão.

   — Cala a boca seu veado, eu tenho que aturar você falando do gostosão a aula toda, você vai ter que me ouvir também —. Ela disse sorrindo.

   — Tudo bem eu ouço, mas só porque eu gosto do Rodolfo, ele é legal —.

   — Você acha que ele gosta de mim de verdade? —. Sei que ela sabia a resposta, mas ela queria só ouvir da boca de outra pessoa.

   — Não, imagina, ele gosta é de mim —. Falo grosso.

   — Teu macho precisa te educar, sua gazela —. Disse me batendo de novo.

   — Por que não pede ele em namoro? —. Indago.

   — Eu não, não sou dessas meu amor, eu gosto de homem aqui ó —. Ela aponta para sua mão. Joana e Rodolfo era o casal perfeito, Joana toda ciumenta, possessiva e manipuladora. E Rodolfo todo burrinho.

   — Danilo me pediu em namoro, mas demorou —. Falo todo apaixonado.

   — Você não vale, você apelou para o café coado na cueca. Macumbeira —.

   — Até parece, quem é a macumbeira aqui? —. Se Joana um dia foi normal, foi em um dia em uma vida passada. Em tempos bem remotos.

                           •••

   Depois de aguentar Joana e Rodolfo tagarelando a viagem inteira, cheguei na casa do meu gostosão. Olho para cima, e tenho a impressão de que havia alguém na janela.

   Tomara que Danilo tenha sobrevivido a minha ausência. Ele era muito carente, e estava ainda muito frágil.

   Subo o elevador, e paro em frente a porta. Pego as chaves que ele tinha me dado, e abro a porta. A primeira coisa que vejo é ele parado em pé a pouco metros de distância.

 A primeira coisa que vejo é ele parado em pé a pouco metros de distância

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   — Lembrou de mim? —. Pergunta com uma cara boba, eu não resisti àquele homem, aquela sua pose de machão era muito patética e fofinha ao mesmo tempo.

   — Você é o meu namorado de terça, não é? —. Falo apenas para vê-lo ficar irado.

   — Como é?! —. Sua cara de espanto era engraçada. Minha vontade era apertar aquele homem até ele explodir.

   — É assim que você recebe o seu namorado, depois de uma longa e exaustiva aula? —. Pergunto fazendo cara de coitado.

   — É —. Seco como sempre, mas eu sabia como tirar leite de pedra.

   — Sabe o que eu trouxe para você? —. Rapidamente sua expressão de Pitbull raivoso, muda para Pitbull curioso.

   — O quê? —.

   — Um pedaço enorme de bolo, e um pedaço de pudim —. Esse agrado só duraria enquanto ele estivesse doente, porque eu não queria engordar meu namorado, e fazê-lo perder aquele corpo de super-homem.

   — Pudim? —. Sua sobrancelha é levantada demonstrando curiosidade.

   — É, só para o meu namorado, mas tem que dizer que sentiu saudades —.

   — Isso de novo não —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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Fardado [+18]Where stories live. Discover now