Rogue || A/B/O universo ✔

Quartel General

Louis está acordado há pelo menos algumas horas quando a luz do dia espreita pelas frestas da velha porta de madeira. Ele ainda não se moveu por dois motivos. Sua perna o está matando: a menor mudança em sua posição envia uma dor aguda por todo o corpo. Além disso, e mais importante, ele pode sentir o cheiro de um alfa fora da cabana. O alfa conhece Louis lá, ele tem certeza disso. Por que outro motivo ele teria ficado do lado de fora, a poucos metros de distância, imóvel, por pelo menos as duas horas que Louis está acordado? Ele tem pensado em um plano para escapar despercebido por todo esse tempo e não encontrou nada de bom.

Pelos sons sutis e suaves de ronco que ele tem ouvido nas duas horas que está acordado, Louis imagina que o alfa está dormindo em seu esconderijo. Essa é sua única vantagem. Ele tentará passar pelo lobo sem acordá-lo. Um plano que provavelmente fracassará pateticamente, mas Louis não consegue ver nenhum outro caminho. Ele suspira, tentando ignorar a torção em seu estômago e se levanta.

Assim que ele pressiona sua perna machucada, ele não consegue evitar o grito de dor que escapa de seus lábios.

"Porra." Ele murmura entre os dentes cerrados. Ele percebe que o alfa, se antes não estava, agora está acordado e totalmente consciente da própria consciência de Louis. A única ligeira vantagem que ele poderia ter se foi.

Pior ainda, ele pode sentir o cheiro dele se aproximando, se aproximando da cabana. "Dá um tempo maldito." Ele resmunga enquanto tenta se levantar e ignora o latejar incessante de sua perna. Como último recurso, ele olha ao redor das quatro paredes decadentes em busca de uma arma adequada para se defender, caso seja necessário. Infelizmente, a cabana está quase vazia, tudo o que ele vê são latas vazias de comida que comeu na noite anterior e mofo. Até que seus olhos pousem em uma chave inglesa enferrujada jogada no canto, ou talvez seja uma catraca ou uma chave de fenda, Louis não sabe. E é completamente irrelevante, ele diz a si mesmo, concentre-se, droga. Ele pega a ferramenta e segura-a, como se isso realmente o ajudasse a se defender. Ele pode tentar torná-lo intimidante. Ele é bom em blefar nesse tipo de situação.

No momento em que ele está pronto para abrir a porta, bolsa nas costas e arma incrivelmente trivial levantada em uma das mãos, ele estima que o alfa está a apenas um metro de distância da porta.

"Eu não vou sair até que você recue!" Ele grita, esperando que isso lhe dê espaço para fugir e sabendo muito bem que se o alfa decidir empurrar a porta, ele está perdido. Ele sabe que com sua perna machucada, raciocinar com o lobo é sua única opção. O problema é que isso só pode funcionar se o referido lobo for, de fato, razoável. Há uma pausa em que os dois lobos ficam parados, avaliando suas opções. "Vamos...", Louis murmura para si mesmo. Depois de muito tempo na opinião de Louis, ele sente que o alfa finalmente recua alguns centímetros. Não é o suficiente, mas Louis terá que aceitar. Ele abre a porta e é saudado por um lobo marrom muito imponente. Nada a ver com o último pacote. O alfa parado diante dele é nada menos que majestoso. Louis não se intimida facilmente, mas ele tem que suprimir seu ômega para evitar se encolher de volta para a cabana. Por instinto ou estupidez, ele ergue mais alto sua ferramenta de construção oxidada.

A primeira reação de Liam é o choque. O ômega está de pé forte, desafiando-o com sua postura e seus olhos, como se estivesse pronto para enfrentá-lo se necessário com nada além de uma catraca velha e uma perna ferida. Ele também percebe o medo de Louis, embora seja claro que este último tenta escondê-lo. Ele decide voltar para sua forma humana, pensando que isso seria menos intimidante e prova que ele não tinha nenhuma intenção de machucá-lo.

"Não estou aqui para te machucar. Ouvi dizer que você sentiu dor durante a noite e gostaria de conseguir ajuda, se estiver tudo bem."

Bem, isso foi fácil, Louis pensa. Ele normalmente tem que arranjar ajuda quando precisa. Louis fica surpreso com a gentileza do estranho. Tanto que ele tem dificuldade em acreditar nele, seus pensamentos sempre vão direto para o engano por hábito. Certamente este magnífico alfa não está interessado em curar as feridas de um simples pária. Ele simplesmente não vê o ângulo aqui. Se ele quisesse dominar Louis e tirar vantagem dele, já teria feito. Ele apenas terá que ver como isso se desenrola. Liam percebe a preocupação nos olhos do ômega, então ele acrescenta: