26 - A Reconciliação

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Na mansão da condessa. O clima era tenso e incerto. Afonso estava tão chocado com a revelação dos planos dela, que não queria sair do quarto. Desejou uma das passagens secretas de Brígida para escapar. 

Afonso não queria se casar. Mas ao mesmo tempo, ele sentia que se não aceitasse a tal proposta, estaria decepcionando todos aqueles que acreditaram nele. Afonso, mal dormiu a noite preocupado. 

Pensava em Brígida... — Casar? Não. Eu queria me casar com Brígida. Mas com esta eu não posso...

Em seu avô... — Vovô! Eu não sei o que fazer! Eu preciso do senhor, me ajude! 

...E na condessa. — Ela é tão boa para mim, eu não queria ter que dizer não. O que eu devo fazer!

Afonso lembrou se da conversa que eles tiveram logo quando ele chegou à mansão e ela contou a sua historia e a perseguição ela sofria por causa de seus parentes. 

Ela precisa mais do que um marido, ela precisava de um aliado, um homem de confiança como se fosse da família, que assumisse os seus bens e a protegesse. Naquele tempo, este era o destino de muitas viúvas, onde os homens mais velhos da família assumiam o controle da fortuna delas, deixando as, muitas das vezes sem nada.

Após pensar muito, ele já tinha uma resposta para dar a ela. Ao ver o dia clarear criou coragem para sair do quarto. 

Alessa esperava ansiosa para saber sobre Afonso. Um criado veio lhe avisar.

— Senhora a mesa está servida.

Ela estava sentada diante da penteadeira, levantou se e seguiu em direção a saída do quarto para fazer a sua refeição matinal, mas antes que pudesse faze-lo, ela passou mal.

Alvor que a seguia de perto, percebendo que ela estava perdendo as suas forças a segurou a tempo, antes que caísse no chão e a levou de volta para acama. Logo pediu a uma criada que fosse buscar por um médico. 

A mesma, enquanto seguia o seu caminho para cumprir o ordenado, avisava aos outros que a sua senhora estava mal. 

Afonso percebendo o alvoroço parou um deles e perguntou: — O que está havendo? 

— A condessa não está nada bem, alguém já foi chamar por um médico! 

Afonso não pensou duas vezes e apressou-se em vê-la. 

Chegando a porta do quarto, ele parou repentinamente e observou a cena, havia vários criados em volta da cama, alguns até já choravam por ela.

O rapaz, vendo-a desacordada sobre a cama, se aproximou e os demais iam abrindo passagem para o assustado Afonso, ele se curvou e segurou a sua mão. Alguém logo lhe trouxe uma cadeira. 

Afonso escutava os comentários dos empregados da casa, que diziam em voz baixa: 

— Minha senhora não se vá!

— Ela é como se fosse a minha filha.

— O que será de nós, se ela morrer!

O coração de Afonso ficava cada vez mais apertado. Ele gostava muito dela, para vê-la partir assim. E sem ao menos poder se desculpar.

Disse outro criado. — Eu não tenho para onde ir com minha mulher  e dois filhos. 

— Ouvi dizer que os parentes dela são terríveis!

Afonso se comoveu com aquelas palavras, mas agora isso não dependia tanto dele e sim da condessa em sobreviver.

O médico não tardou a chegar, por sorte ele estava em sua casa. 

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin