16 - O retorno para casa

13 2 1
                                    


Afonso esperou que ela tomasse certa distância, para poder segui-la sem ser visto. Assim a protegeria em secreto. Ele não queria que ela fugisse com ele, até mesmo porque um dia ela seria encontrada e com certeza ele seria responsabilizado por isso.

Brígida parava o tempo todo, sua pernas e seus pés estava doendo muito, ela não estava acostumada a andar tanto. Nunca tinha saído dos domínios do castelo. Sentia falta do conforto de casa. Para ela, tudo aquilo era novidade.

Para sua sorte, havia muitas árvores caminho a fora, para lhe fornecer sombra, Mesmo estando ainda com suas vestes úmidas ela sentia o calor do início da tarde. Sim já era mais de meio dia. Para alguém acostumada a ter tudo nas mãos, isto era muito castigo.

A moça já havia se esquecido de Afonso e não olhava mais para trás com a vã esperança de que ele a escoltasse para casa. A fome e o cansaço era tudo o que tinha mente.

Não demorou, para que ela avistasse o lugar em que viu o seu cavalo pela ultima vez. Apressou os passos para ver se seu animal estava por perto. Afonso ao vê-la acelerar o passo, correu por entre os arbustos para segui-la mais de perto. Ela estava preste a entrar no bosque. 

— O que está havendo, por que ela correu saindo da estrada? — Olhou para todos os lados, queria ver se havia algo suspeito e perigoso. Mas logo percebeu que ela procurava por seu cavalo, quando escutou ela gritar pelo seu nome.

— Trovão! Eu voltei! Onde você está? — Mas ao invés de encontrá-lo viu sua sacola com a comida e água que o animal deixou cair e que antes ela não tinha visto.

A jovem pegou a sua bolsa com tanta alegria, abraçou e a abriu em seguida, viu que tudo ainda estava lá. Ela também viu a mesma árvore que lhe serviu de cama da primeira vez. Sentou-se embaixo da mesma, bebeu e comeu sossegada. 

Afonso observava tudo de longe . Curioso e preocupado se perguntava.

— Ela não tem a menor ideia dos perigos que a cercam. Logo será noite, o que devo fazer por ela, para protegê-la sem que ela perceba que eu estou aqui?

Brígida se levantou e retomou para o seu caminho. Mas ela não era rápida e aquela lentidão deixava Afonso impaciente. Tempo depois o sol baixou, por sorte suas roupas já estavam secas, ela tornou sair da estrada e ele é claro a seguiu.

 A esperteza inconsequente da moça o surpreendia. Ela encontrou outra árvore com muitos galhos. Nesta ela podia subir. Amarrou a sua saia na altura dos joelhos, para facilitar na subida, tirou a sua capa e a jogou em seu ombro, no outro segurou a sua bolsa. Pôs-se a subir. Já lá do alto, do galho mais grosso, ela se acomodou.

O jovem olhou surpreso. — Como nunca pensei em fazer isto, é mais seguro do que a minha toca entre os arbustos. 

Afonso quando estava viajando, era de costume dormir entre os arbustos, fazendo delas cabaninhas para se proteger de animais que costumavam casar a noite, como lobos e raposas. Mas ainda assim as cobras e os ratos eram um problema que ele não conseguia se livrar. 

Ele resolveu copiá-la. Escolheu uma árvore que desse para vigiar a princesa sem ser notado. Sentou-se em um galho e recostou-se em outro que saia logo ao lado, só que um pouco mais alto, lhe dando mais segurança, e de lá passou a observá-la, já que a lua clara lhe favorecia naquela noite. Logo ela adormeceu, mas ele permaneceu acordado até não aguentar mais manter a sua vigília.

Assim que o sol começou a despontar no céu e os primeiros raios brilharam no rosto da jovem, ela acordou, deu uma boa espreguiçada, comeu o seu último pedaço de pão e bebeu o último gole de água. Desceu da árvore, desamarrou a sua saia e retomou para seu caminho.

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Where stories live. Discover now