15 - A fuga da princesa

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Após a rainha ordenar que sua filha não saísse do quarto a tarde toda até o jantar, Brígida teve muito tempo para pensar sobre seu futuro no castelo. Pegou a carta e releu algumas vezes mais o que ele havia escrito para ela. Revoltada se rebelou. 

Ao retornar para seu quarto despois do jantar, e pensar muito, quase que a noite toda, tomou um ousada decisão. 

Usando uma de suas passagens secretas, ela foi até o que seria equivalente a uma lavanderia, pegou algumas roupas simples de uma das criadas, foi à cozinha e pegou alimentos e água. Retornou para o quarto vestiu aquelas roupas, pegou a sua capa, o dinheiro que estava com ela para ser entregue a ele e retornou para a passagem secreta. 

Conseguiu chegar até o estábulo sem ser vista e selou seu cavalo com máximo de silencio que conseguiu fazer. Caminhou com seu cavalo, pelos fundos do jardim. Por aquela fenda no muro que dava para o bosque, ela saiu puxando o seu animal pelas rédeas, quando tomou distância o suficiente o montou sem que nenhum dos guardas pudesse perceber a movimentação pelos arbustos.

Ela já havia cruzado todo o imenso bosque, mais um pouco chegaria a um rio que servia de fronteira para as terras do rei Âmis. Ao sair do castelo a lua cheia a favorecia. O dia estava clareando quando a jovem decidiu descansar e deixar seu bichinho comer enquanto descansava.

Inexperiente, saltou de seu cavalo e não o amarrou, deitou-se junto a uma árvore como costumava fazer em seu jardim. O animal se pôs a pastar. Sem noção do perigo que corria, adormeceu de cansaço, por passar a noite toda em claro sobre o lombo do cavalo, não demorou a dormir. 

Seu cavalo se distanciava cada vez mais levando consigo sua comida, água e dinheiro. A jovem só acordou quando o sol lhe aqueceu o rosto, incomodando-a. Abrindo os olhos lembrou-se de que não estava em seu confortável quarto.

Quando se levantou, procurou com os olhos pelo seu cavalo. Ela correu para todos os lados e não o viu. O mesmo se distanciou tanto que ao procurar por ela e não encontrar sua dona retornou sozinho pelo o caminho que o levaria de volta ao castelo.

A princesa, por ter caminhado durante noite, não estava reconhecendo o caminho pelo qual veio, e nem imaginou que o seu cavalo pudesse ter retornado para casa, sozinho. Agora só lhe restava sair do bosque e procurar por ajuda. 

Ela avistou uma estrada larga o suficiente para passarem duas carruagens lado a lado. Olhou para ambos os lados.

— Para que lado devo ir? Já sei. A noite a lua cruzou o céu para o norte, o sol nasceu do lado sul e vai se por no norte. É para o sul que eu vou!

— Seguirei por esta estrada. Quem sabe ela me levará a uma vila? Lá eu estarei segura. Poderei encontrar abrigo, água e comida e quem sabe um cavalo. — Ela desistiu de procurar o seu cavalo e seguiu a diante.

Mas o que ela não sabia é que ninguém seria tão generoso com uma estrangeira pobre. Era o que a moça demonstrava estando vestida daquele jeito. Um vestido simples, velho e uma capa com capuz.

Como não estava acostumada a andar, ainda mais sob o sol quente, e sem água e comida, o seu corpo já não respondia mais. Queria sentar-se, mas não via onde.

Reclamou da longa estrada. — Não me parecia tão longe quando pensei em encontrar uma vila.

Andou mais alguns metros e viu uma ponte. — Onde há ponte, quase sempre tem um rio. Água!

Feliz por saber que poderia saciar a sua sede teve ânimos para andar rápido, que até se esqueceu de que seus pés doíam. Chegando a tal ponte, viu que teria que atravessá-la para descer, pois do lado em que estava não tinha como, era muito íngreme.

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang