24 - O acordo

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Enquanto tudo isto acontecia na vida de Afonso. Brígida enfrentava uma história parecida. Estava prestes a se casar também. 

Sua mãe consegue convencer o rei, de que a hora de suas duas filhas mais velhas se casarem, havia chegado. 

Depois de muita conversa o pai impôs suas condições.

Âmis disse a Louise: — Façamos um acordo.

— Do que está falando. O que você quer dizer com um acordo?

— Aceito casar minhas filhas, mas farei as coisas do meu jeito.

— E existe outro jeito de se fazer isto? Tudo bem... Desde que você não demore muito, faça como quiser.

O rei começou a explicar o seu plano. Planejava dar um baile com a desculpa do aniversário do seu filho. Ele queria que as suas filhas pudessem dançar com os candidatos e escolher dentre eles o que mais lhes agradassem sem que elas suspeitassem da verdadeira intenção deles.

A rainha não gostou da ideia do rei, mas teve que aceitar suas condições. Pois este foi o acordo.

Outra decisão tomada pelo casal real foi a de não contar para elas, até que os pretendentes fossem escolhidos no baile.

O que eles não sabiam é que as princesas já tinham conhecimento do casório. Só lhes restava saber dos detalhes. Mas isto era só uma questão de tempo.

Algumas semanas se passaram e as meninas não faziam outra coisa a não ser espionar.

O rei já havia começado a visitar seus amigos e a conhecer seus filhos, sempre com uma desculpa diferente para não falar em casamento com eles, até que estivesse aprovado os candidatos a pretendente. Aquele pai queria um genro que combinasse com a personalidade de cada uma das princesas. Principalmente a de Brígida.

Para isto, o rei fez uma lista com os nomes dos possíveis candidatos. Começando por Mair, filho do Marquês de Lorraine. Era um jovem inteligente e cheio de vida, mas seu pai lhe disse que o seu defeito era ser muito relaxado com os negócios da família. Quando ouviu isto logo o descartou. "— Eu não quero um genro que destrua os bens da família." — Pensou ele.

O rei Âmis foi conhecer outros dois rapazes, filhos do Rei João IV. Eram gêmeos e ambos eram sérios e snobes. Ele não se agradou destes também. Dentro de um ano o rei visitou e conversou com vários rapazes e poucos foram os de seu agrado. Nem todos eram da realeza, alguns eram filhos de duques, marqueses e etc.

A rainha Louise já estava ficando farta de tantas exigências de seu marido. Tudo era desculpa para descartar um candidato. 

Certo dia, ambos estavam no quarto se preparando para dormir. E entre uma conversa e outra a rainha expressou seu aborrecimento com a demora do rei em marcar o baile.

— Devo acreditar meu marido, que você está demorando de propósito?

— Sobre o que está falando minha querida?

— Para você, todos os pretendentes têm defeitos. Não há homem neste mundo que sirvam para suas filhas?!

— Não é isto minha amada. Eles têm que ser bons tanto para elas como para o meu reino...

A rainha se virou rapidamente surpreendendo o rei.

— Pode até tentar me enganar meu querido, mas não abuse, minha paciência tem limites!

— Mas não estou te enganando!

— Vou me deitar agora. Não me dirija à palavra. Aproveite para pensar.

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora