13 - A despedida

10 2 0
                                    


Não demorou muito para que ele aprendesse a ler e escrever. Era um rapaz inteligente e de uma excelente coordenação.

Na biblioteca, ela o acompanhava em uma leitura. Apesar de um pouco lento não houve erros, então a princesa resolveu que já era o suficiente e o interrompeu.

— Já está bom. Só lhe falta ler todos os dias assim como eu. A gora escreva alguma coisa para ver como você está.

— Hã?!

— Não me olhe assim, preciso saber o quanto você já sabe.

— Escrever o que?

— Escreva algo sobre a sua mestra.

— Bom, posso lhe entregar depois?

— Claro que não! Preciso saber agora.

— Então... Posso me sentar ali do outro lado?

— Pode. Mas não se demore muito, eu não posso ser vista aqui. Lembre-se de que ninguém me viu entrar.

Em poucas linhas ele tentou dizer o que ela significava em sua vida. Enquanto escrevia, todos os bons momentos lhe vieram na lembrança. De repente um sorriso. 

E rindo sozinho se deu conta de outros momentos em tão bons assim, em que teve o seu pescoço por um fio por causa dela. Mas que agora lhe pareciam muito divertidos.

Brígida lia um livro em quanto o esperava, ao levantar as vistas o viu rindo. — Do que esta rindo?!

— Não seja tão curiosa.

— Pense bem no que você está escrevendo, se não! Bem... Apenas termine logo antes que sejamos pegos.

Assim que terminou, aproximou-se dela, tímido. Ele entregou o rascunho em suas mãos e se afastou. 

Ela recebeu ansiosa, pensando no que Afonso poderia ter escrito sobre ela. Já que ele estava sorrindo o tempo todo, pensou ser algo engraçado.

Naquela folha estava escrito o que parecia ser um poema, que dizia o seguinte:

"Você é para mim...

O sol que nasce no horizonte pela manhã.

Não posso tocá-la, mas posso sentir seu calor.

É como céu estrelado a noite.

Não posso tocá-la, mas posso admirá-la o quanto eu quiser.

É como uma flor a beira de um penhasco,

Não posso tocá-la, mas posso sentir seu perfume."

Brígida fingiu não perceber o que significava aquelas palavras, mas vendo que estava tudo certo, ficou surpresa e o parabenizou.

— Afonso! Como você pode?

O jovem pensou que ela iria repreende-lo por escrever aquelas palavras.

 Estou muito orgulhosa de você. De agora em diante você poderá se passar por um homem nobre. Se usar as roupas certas, claro! Mas quanto a isto, posso dar um jeito também.

— Não precisa princesa. Já sou muito grato pelo que fez por servo sem valor. 

A vergonha de Afonso se converteu em decepção. Pensou ele: — Como assim! Ela não entendeu o que eu escrevi para ela? — Mesmo ele acreditando, que o que escreveu para ela foi em vão, estava muito feliz com o elogio da sua professora.

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt