21 - Um passo de cada vez

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Na mansão da condessa, os dias eram sempre iguais. Todos se levantavam muito cedo.

Antes mesmo do sol aparecer, as cozinheiras já estava de pé para preparar o desjejum para todos. Após isto, os demais criados começam suas tarefas diárias.

Afonso acordou cedo, mas não tanto quanto os outros, e após se trocar, aproximou-se da janela, que dava para o jardim dos fundos da casa. Alguns dos criados já se encontravam cuidando de suas tarefas, divididas entre; horta, jardim e animais.

Pensou ele: — Já que aceitei ficar aqui por um tempo, devo aproveitar ao máximo a minha estadia e aprender mais. A condessa me parecer ser alguém em que eu posso confiar. — Conferiu a sua roupa antes de sair do quarto. — Devo sair agora e começar o meu trabalho o quanto antes. Se eu quiser seguir com a minha vida.

Mas antes. Um criado veio lhe chamar para se juntar a mesa do desjejum com condessa.

 Acompanhado do servo, ele chegou até ela. 

Como sempre, bem vestida, como se fosse sair naquele mesmo instante.

— Bom dia Afonso! Dormiu bem? — Ela o cumprimentou. — Dar-me o prazer de sua companhia. Não gosto de comer só.

— Bom dia! — Respondeu ele feliz por tal cumprimento, que nunca antes havia recebido de ninguém. — Eu quem deveria agradecer por tão honrosa companhia. Há! E desculpe-me pelo horário. Com tanto conforto e muito cansaço, devo ter dormido demais.

— É compreensível. Sente-se e coma à vontade. Depois vamos à biblioteca, vou lhe mostrar o que quero de você para hoje.

Afonso não podia acreditar na sua sorte. E aproveitou cada momento.

Já na biblioteca. Afonso mais uma fez se deslumbrou diante dos livros. Vieram as lembranças dos momentos em que esteve com a princesa. E disse saudosamente — É bom estar entre livros outra vez.

— O que disse? — Perguntou ela.

Não querendo contar a ela onde esteve antes, disse algo que evitasse perguntas. — Me sinto bem aqui! Em minhas andanças já estive em uma biblioteca antes.

— Que bom! Estes livros estão todos desorganizados, desde a morte do Conde. Mas me falta animo para ordená-los, já que tenho estado muito doente. 

Após Alessa explicar-lhes tudo, ela se retirou da biblioteca para que ele pudesse começar o seu trabalho.

Primeiro ele retirou todos os livros de uma das varias prateleiras da sala, e os pôs sobre uma mesa. Começou empilhá-los separando-os por assunto. Conforme os dias iam passando o serviço ia chegando ao fim.

Não foi tarefa para meses como pensou ele, e a Condessa sabia disto. Mas esse tempo foi o suficiente para que ela o conhecesse melhor e colocasse o seu plano em pratica, mas resolveu acrescentar algumas coisinhas não previstas.

O mordomo Alvor, assim como o cocheiro Fernão, ficaram cientes de tudo o que ela estava planejando. Embora não estivessem de acordo totalmente, resolveram apoiá-la assim mesmo. Eles apenas observavam com cuidado o comportamento do rapaz. A condessa era tudo que eles tinham.

Numa noite, após o jantar, ela o levou até a varanda que dava para o jardim da frente. Lá se sentaram sob a luz da lua enquanto tomavam uma taça de vinho.

Ela iniciou a conversa. — É muito bonita. Você não acha? Amo estar aqui.

Afonso com o olhar distraído segurando sua taça deu-se conta tardiamente de que ela lhe disse algo. — Minhas desculpas. O que disse?

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Where stories live. Discover now