14 - Meu mundo caiu

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Brígida chegou ao quarto de Afonso tarde demais. Perguntou a um guarda que estava de serviço nos corredores, sobre ele.

— Você viu o jovem das bonecas passar por aqui?

E ele nada tinha visto além dos criados. Ela entendeu que Afonso usou a passagem secreta novamente.

Ela não pode usar o mesmo atalho do quarto, pois o soldado iria desconfiar.

À medida que ela se aproximava da porta principal do castelo que levava até o jardim, ele estava saindo pela brecha do muro e seguindo para o bosque. 

A princesa olhou para todos os lados e não conseguiu mais avistá-lo em direção alguma. Ficou decepcionada por não poder vê-lo pela última vez, e nem dar-lhe o dinheiro que era seu por direito.

Ela se deixou cair no chão sentada, ofegante por ter corrido até ali.

Brígida retornou para dentro. Passou por Lira e Miray e de tão frustrada que estava não quis falar nem com elas e nem com mais ninguém.

— O que está acontecendo com nossa irmã? — Questionou Miray. — Se nossa mãe está no quarto quem aborreceu Brígida, desta vez?

A princesa Brígida subiu a escada, no alto da sacada, olhou para os dois lados e decidiu seguir para o quarto em que Afonso ficou hospedado.

— Veja! — Apontou Lira para o alto da escadaria. — Ela não está indo para o lado em que fica o quarto dela e sim para o daquele rapaz!

O guarda que ficava ali estava em sua ronda e não a viu entrar. Ela fechou a porta mas não a trancou e se jogou na cama chorando. Suas irmãs vieram logo em seguida. E também não foram vistas por ninguém ao entrarem.

Lira afobada entrou antes que Miray. E viu Brígida chorando e logo quis saber. — O que houve? Quem te fez mal?!

— Porque está chorando? — Miray sentou-se ao lado dela e colocou a mão nas suas costas.

Brígida respondeu calmamente. — Eu quero que as duas saiam, eu preciso ficar sozinha.

Lira apenas pensou rápido, mas não falou à suas irmãs, saiu de lá e foi direto ao quarto de sua mãe contar o que estava havendo. Não fez por mal, mas agora era tarde demais para Brígida.

Quanto a Miray, se recusou sair, sem antes saber o que estava acontecendo.

— Não ficarei sossegada sabendo que você está sofrendo. Conte-me logo o que está havendo.

— Quem te disse que estou sofrendo? É proibido chorar, quando se sente dor?

— Minha irmã... Sou a que mais te entende. Sei de todos os seus truques e sei também quando você está realmente triste ou se está fingindo uma dor. 

— O que você pode fazer! 

— É por causa daquele rapaz?

Brígida sabia que Miray não a deixaria em paz sem saber toda a verdade. E se rendeu ao seu interrogatório.

— Sim. É por causa dele. Ele se foi, agora a pouco.

— Eu pensei que ele já havia ido há muito tempo. — Miray lembrou-se das bonecas. — Ah sim... Porque não. Isto faz muito sentido agora que penso nisto. 

Brígida olhou para ela com um sorriso sapeca, mas forçado.

— Porque só agora recebemos nossos presentes, não é? É porque, ele ainda estava por aqui?

O Fabricante de Bonecas (Finalizado)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ