O Fabricante de Bonecas (Finalizado)

25 - A esperança é a ultima que morre

O Rei Âmis finalmente dá uma data para o baile para sua esposa.

— Louise!

— Sim...

— Finalmente tenho uma data para o primeiro baile.

— Como assim o primeiro baile? Isso não estava no nosso acordo!

— Realmente não estava. Mas... Tive uma ideia!

— Não tente me enganar, senhor meu marido!

O rei abraçou a sua esposa e lhe beijou no rosto.

— Acame-se querida. Vamos nos sentar, pedir um chá... se acalmar... e te contarei o que eu quero com estes dois bailes.

Lira, todas as vezes que via os seus pais conversando a sós, não perdia a oportunidade. Seguia-os e ouvia tudo para contar as suas irmãs à noite.

Quando ela escutou o plano de seu pai, correu à procura das outras princesas.

Brígida estava na biblioteca, com um olhar perdido. Pensava nos dias divertidos em que se encontrava com Afonso as escondidas. E Miray penteava os cabelos em seu quarto com a ajuda de uma criada e sua dama de companhia.

Lira encontrou primeiro Miray.

— Até que em fim encontrei uma!

— O que é desta vez Lira?!

— Tenho novidades sobre aquele assunto. — Falou disfarçadamente por causa das criadas.

— Vá procurar por Brígida enquanto eu termino o com o meu cabelo.

— Sim! Mas eu já fui a vários lugares procurando por ela, e não a vi em lugar algum.

— Olhe na biblioteca ou nos fundos do jardim. São seus lugares favoritos.

— Bem lembrado, não olhei na biblioteca!

Enquanto Lira se encaminhava para lá, Brígida teve a ideia de entrar na passagem secreta, quando estava próximo a ela, Lira entra repentinamente dando lhe um susto.

— Brígida! Que bom que lhe encontrei. Venha rápido.

Brígida tentou disfarçar que estava indo para os fundos da biblioteca, mas ainda bem que a sua irmã era muito distraída para notar. 

Colocando a mão no coração gritou com ela. — Faça-me um favor Lira! — Ela desejou voar no pescoço de sua irmã. — Para que tanto alarde? Você me assustou.

— Você está só?

— Por que a pergunta?

— Não há mais ninguém aqui? — Olhou para todos os lados antes de poder falar.

— É claro que não! — Disse Brígida irritada com ela.

— Que bom!

— Fale logo para quê veio!

— Tenho novas informações sobre o baile.

— Então diga logo.

— Ainda não. Miray está nos esperando no quarto dela.

— Fazer o quê. Vamos então.

De volta ao quarto de Miray. A criada e a dama de companhia se retiraram. Lira, antes de fechar a porta, olhou para ver se seus pais estavam por perto e não as viram entrar. 

Miray se levantou da penteadeira e sentou-se na cama e apressou a sua irmã. — Agora nos fale Lira, o que você descobriu?

— Nosso pai vai dar uma festa...

— Disto nós já sabíamos!

— Não seja tão apressada Brígida. Eu não terminei de falar!

— Brígida, deixe ela falar tudo de uma vez, depois você diz o que quiser.

Eufórica, disse Lira: — Serão dois bailes!

— Dois bailes?! — Miray e Brígida ficaram surpresas dizendo ao mesmo tempo.

— Era só o que faltava. Será um para cada uma de nós? 

— Não!!

— Os detalhes, diga-nos logo Lira!

— Nosso pai disse que fará o primeiro baile para apresentar o nosso irmão em seu primeiro aniversário. Na oportunidade vocês conhecerão os candidatos e os escolherão. E no segundo... Ele anunciará noivado das duas!

— Como assim Lira? — Miray ficou sem entender. — Será uma competição?

— Você não ouviu só isto? — Brígida queria os detalhes. — Vamos fale logo o resto!

— Silêncio! Vocês gritam muito. — Lira se aproximou delas. — Ouçam agora com atenção; No primeiro baile, os escolhidos por nosso pai, dançarão com todas nós, dentre outras jovens que não foram escolhidos e que também estarão neste dia. Para não levantar suspeitas. — Ela riu da situação. — Já que eles pensam que nós não sabemos de nada. 

— Não brinque conte-nos o que virá depois!

— Aqueles, a quem os nossos pais perceberem que vocês duas mais gostaram de dançar e conversar, serão seus futuros noivos!

Brígida se levantou olhando para Miray. — A minha ideia de fugir ainda é a melhor solução!

— Apenas ousa Brígida!

Isto ainda não era tudo. Lira tinha mais para contar. — Tem mais uma coisinha que vocês têm que saber.

— Eu não aguento mais surpresas! — Bradou Brígida, perdendo a paciência.

— Entre um baile e outro, os rapazes escolhidos passariam a vim no castelo com frequência, para que vocês duas os conheçam melhor.

— Isso é a coisa mais absurda que eu já ouvi em toda a minha vida! — Brígida continuou reclamando enquanto Miray pensava no que acabara de ouvir.

— Fique feliz Brígida, papai tem muito bom gosto quando se trata de nos dar presentes. — Lira deu uma boa risada e brincou com a situação delas mais uma vez.

— Não me provoque Lira!

Indiferente à discussão de suas irmãs, Miray fez uma observação em voz alta enquanto pensava. — Nossos pais estão se saído ótimos estrategistas. Eles estão de parabéns!

— Você também enlouqueceu Miray? Chama isto de estratégia?! Ele estão nos encurralando!

Miray percebeu que sua irmã mais velha, já havia chegado ao seu limite, e que nada de bom sairia dali se prorrogassem aquela conversa.

— Brígida. Volte para o que você estava fazendo. Tenho certeza de que até a noite, você terá pensado em algo melhor e eu também.

— Não! Eu não aceito isso! — Ela queria desabafar. — Quer dizer que se nós não tivéssemos descoberto tudo. Seriamos pega de surpresa no segundo baile?!

Miray insistiu para que ela fosse esfriar a cabeça.

— Lira, acompanhe Brígida até o quarto dela. Caso nossos pais estejam nos corredores, disfarce e não coloque o nossos encontros em risco.

— Você tem toda a razão Miray. Vamos Brígida?

Lira acompanhou a sua irmã, sem problemas até o quarto, e de lá Brígida só saiu para o jantar.

As outras duas princesas agiram normalmente durante a refeição. Porém Brígida ficou o tempo todo calada com um olhar fulminante, enquanto comia. Quanto a seus pais, apenas pensaram que ela estava em mais um dia de mal humor.