A despedida

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   Finalmente abriram a porta, Brooke saiu empurrando tudo e todos em sua frente e a mala de Guilherme estava ao chão com o mesmo paralisado ao seu lado. Me aproximei e o abracei forte o que foi retribuído claro.

- Viu... sussurrou. - Agora eu tenho que ir. Foi me soltando.

- Mãe faz alguma coisa! Bati os pés ao chão e comecei a sentir as lágrimas escorrerem sob meu rosto.

- Sabe que contra ele a palavra que prevalece é a dele. Se virou e voltou para o quarto. Suspirei profundamente.

- Já está pronto? Ouvi a voz de Brooke, senti algo me puxar, quando olhei era o mesmo. - Deixe-o se trocar! Foi me puxando escada abaixo até área da piscina. Me encostou na parede e me olhou bem no fundo dos olhos. - Não quero saber de namoradinho não, tá ouvindo? Você está nova tem que se dedicar aos estudos. Se eu te pegar namorando, não vai ficar bom nem para você e nem para o menino!

- Você não é meu pai, e nem manda em mim! Nunca vai mandar. Eu já sou bem grandinha não acha Sr. Brooke?! E outra o senhor mesmo disse que eu precisava conhecer alguém! Suspirei e entrei em casa, o Gui já descia as escadas o abracei novamente (um abraço mais forte que o primeiro) e chorei. Subi correndo para não o ver ir, e entrei em meu quarto, tranquei a porta e cai na cama aos prantos, rezando para que aquilo fosse um sonho.

   Ouvi as portas do carro baterem o que me doeu mais ainda, eu estava tendo um lance legal com o Guilherme, nada sério, mas queria sentir algo novo. A verdade toda era que eu sentia falta do meu pai.

   Logo viera minha mãe me consolar, só ela sabia do que eu realmente precisava, a abracei forte e pela primeira vez em 10 anos senti a presença de meu pai ali entre a gente, eu sabia que ele estava nos olhando.

   Passei a mão na barriga de minha mãe e pude sentir meu irmão ou irmã ali, (não com chute ou algo parecido mesmo porque não deu tempo disso ainda), mas sim que uma vida estava ali, um ser respirava ali. Me levantei e fui tomar um banho, resolvi que iria na casa da minha única amiga, afinal não tinha lhe dado feliz ano novo.

   Tomei um banho rápido, e coloquei algo leve, um vestido de seda estampado com vários tipos e tamanhos de flores. Deixei meus cabelos soltos e passei perfume, não coloquei maquiagem, já havia exagerado muito na noite anterior. Peguei meu celular e a liguei:

- Laura? Está em casa? Perguntei após alguém ter atendido o telefone.

- Olá senhorita que esqueceu de mim! Disse com uma voz manhosa e eu soltei um riso.

- Estou indo aí, para poder te ver.

- Então venha, sobrou bastante coisa do ano novo.

- Você sabe que não sou muito chegada a bebida. Revirei os olhos.

- Vem logo! Desligou na minha cara, aquela garota estava impossível.

O PadrastoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora