Acordado e sem movimentos

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    Laura me obrigou a ir para sua casa, pois na verdade eu queria era ficar com Brooke lá no hospital. Ela fez um almoço para nós e eu logo depois fui dormir, estava cansada...

    Acordei, por incrível que pareça, de madrugada. Nunca dormi tanto. Estava com saudade dos meus filhos, nem liguei hoje para eles, ver como estavam, faria isso amanhã cedo. Me levantei e tomei um copo em leite, voltei para a cama e dormi novamente.

    Acordei pela manhã e me levantei, tomei um banho e fui tomar café com a Laura e os pais dela. Os mesmos estavam com saudades de mim, fazia tempo que não os via...

- Laura, vou ao hospital. A olhei.

- Eu vou com você amiga! Deixa só eu me arrumar!

- Não precisa, não quero que mude seus hábitos por mim, já basta estar me dando moradia né!

- Você que sabe... Me olhou.

- Vou de táxi. Sai de lá, chamei um táxi, enquanto isso, fui ligando para a tia do Brooke. Falei com Arthur e isso me confortou muito.

    Chegando ao hospital e fui direto para a UTI, quando entrei, os médicos estavam o examinando, chamei o doutor e conversamos um pouco.

- Quer dizer que eu posso ficar aqui? Até a noite?

- Pode passar a noite aqui se quiser! Sorriu e apertou minha mão.- Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance.

- Eu sei disso e agradeço. Sorri e ele se retirou, entrei na sala e me sentei no sofá que lá tinha.

   Passei a manhã lá, a tarde e agora era noite, saí somente para tomar um café, ou comer algo, e logo voltei. Fiquei o olhando, estava com ele nessa, igual ele esteve comigo quando o Matheus me sequestrou.

    Estava quase pegando no sono, quando vi que seu dedo estava se movimentando, devagar, mas estava. Me levantei correndo e o olhei, mas seu rosto não esboçava nenhuma reação, chamei então uma enfermeira.

- Seu organismo está reagindo. Ela sorriu fazendo alguns exames básicos.- Amanhã faremos novos exames srt. Amanda.

- Eu agradeço imensamente, será que ele está perto de acordar? Olhei para ela.

- Não sei, isso só o médico irá dizer. Sorriu e saiu da sala. Olhei para Brooke e passei a mão em seu rosto.

- Por que você não acorda? Eu te amo tanto... Abaixei a cabeça e deixei uma lágrima cair.

- Eu também te amo... Sussurrou e eu me assustei olhando para ele de pressa. Limpei meus olhos e ele respirou fundo abrindo seus olhos lentamente logo depois.

- Brooke... Minha voz quase não saia. Comecei a chorar de felicidade e abracei levemente sua cabeça contra meu peito. Beijei sua testa e peguei em sua mão.

- A quanto tempo está aqui? Falou baixo.

- Desde cedo, cheguei ontem... Você me assustou. Achei que não acordaria mais.

- Eu tentei falar com você... Respirou fundo novamente.- O Guilherme não deixava... te liguei diversas vezes...

- Não fale nada! Coloquei a mão em seu peito. Amanhã cedo o médico estará ai, ele irá te examinar. Ele abriu a boca para falar algo mas não conseguiu, então ficou quieto.

***

    No dia seguinte bem cedo o médico apareceu, eu não havia pregado os olhos, fiquei o tempo todo olhando para Brooke, porém ele, dormiu um sono.

- Iremos o transferir para um quarto hoje ok, mas ele ainda passará um tempo aqui no hospital por conta das pernas. Falou para mim.

- O que tem minhas pernas? Ele falou no fundo e olhamos para ele.- Por que eu não as sinto?

- Sr. Brooke, você perdeu o movimento das pernas, com exames mais profundos veremos se tem tratamento. Se você pode voltar a andar. Eu sinto muito. O médico se retirou da sala.

- Eu mereço isso por tudo o que eu fiz com você Amanda. Deixou uma lágrima cair e aquilo acabou comigo.

- Eu estou aqui. Apertei sua mão.- Vou fazer tudo o que estiver em meu alcance e você vai voltar a andar meu amor.

- Eu quero ver meus filhos. Me olhou nos olhos.

- Eles estão com sua tia. Quando você sair daqui poderá vê-los quantas vezes quiser...

- Obrigada. Apertou minha mão.- Eu amo você com todas as minhas forças Amanda.

- Eu também amo você! Dei um beijo no canto de sua boca e os enfermeiros vieram busca-lo.

    Saí da UTI e fui para fora do hospital, liguei para Laura, tios de Brooke, para todo mundo, para dizer que ele havia acordado.

    Pensando bem, o Guilherme não fez por mau o que fez... Ele só queria me conquistar e mantendo Brooke longe, ele o faria. Eu também provavelmente teria feito isso, mas foi feio da parte dele dizer que Brooke havia morrido, neste caso ele passou dos limites, mas eu sei que ele encontrará uma pessoa que realmente o ame.

    Voltei para dentro do hospital e já haviam deslocado Brooke para o quarto, fui até o mesmo e lá tinha uma bandeja em cima de um carrinho, abri e era uma sopa, creio que era para Brooke.

- Vamos comer? Olhei para e ele e o mesmo fez careta. Peguei a tingela de sopa e a colher, me sentei ao seu lado na cama.- Abra a boca. Ri e ele abriu. Coloquei a sopa em sua boca e ele quase a cuspiu.

- Que treco ruim. Limpou sua boca.

- Porém você tem que comer. Vai por mim... Dei novamente em sua boca e ele foi comendo. Quando acabou dei o suco de laranja que veio junto para tirar o gosto ruim da boca. Bateram na porta e logo ela se abriu, olhamos os dois para a mesma, era a namorada de Brooke, ela me olhou e logo olhou para ele.

- Acho que devo sair... Me levantei e Brooke pegou forte em meu braço, me fazendo sentar-se novamente ao seu lado.

- Quem deve sair é ela. Apontou para a mesma.

- Mas... ela cogitou em falar algo.

- Mas nada, sai daqui! Brooke gritou e ela se assustou.- Eu quero a Amanda, você só me enganou todo esse tempo, sai daqui! Ela se retirou do quarto e eu o olhei.

- O que aconteceu?

- Eu terminei com ela antes de sofrer o acidente. Como disse, eu tentei falar com você várias vezes. Ela havia falado que estava grávida e no dia do meu acidente, eu descobri que era tudo mentira.

- Nossa... Não tinha o que falar. Peguei as coisas e disse que iria sair por alguns minutos. Deixei o carrinho e as coisas no corredor do hospital e saí para pensar um pouco, suspirei.

     Os tios de Brooke chegaram e trouxeram minhas crianças, abracei forte o Arthur e dei vários beijos no mesmo, peguei a Clara no colo e a abracei, como estava com saudade da minha pequena...

    Entramos no hospital, na verdade, nem era para trazer as crianças aqui, são pequenas e podem pegar doenças facilmente nesse ambiente hospitalar.

- Seus tios vieram te ver! Abri a porta do quarto e ele sorriu. Os tios dele entraram e eu entrei logo atrás com as crianças. Seus olhos brilharam ao vê-las.

    Cumprimentou os tios com abraços e beijos e logo depois dei a Clara em seu colo, peguei o Arthur e o coloquei na cama, que abraçou Brooke também.

O PadrastoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora