Vida nova

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    No dia seguinte, acordei com muita dor de cabeça, era tudo novo para mim ainda. Me levantei e fui até a cozinha tomar um remédio. Cruzei os braços e fiquei olhando para aquela imensa cozinha. Era difícil acreditar que minha mãe não estaria mais ali preparando comida para nós. Subi para o quarto e olhei pela porta do quarto da minha mãe, o Brooke dormia abraçado a um travesseiro, suspirei e voltei para meu quarto.

    Me sentei na cama e passei as mãos no rosto, me deitei novamente e fiquei pensando como seria daqui pra frente... Sem mãe, mil e uma responsabilidades...

— Vamos tomar café e ir ao hospital ver seu irmão? Quando quase dormia ouvi a voz de Brooke na porta.

— Ah... Sim. Cocei meus olhos e me sentei na cama, Brooke veio até mim e se sentou ao meu lado, passando a mão em meu cabelo logo em seguida.

— Acho que teremos de vender a casa. Me olhou nos olhos

— Mas por que? Não tem condições de sustenta-la?

— Sim, mas pra que queres uma casa desse tamanho? Para mim, você e seu irmão? Um lugar que só trará saudades?

— É você tem razão! Mas vamos deixar isso para depois, está muito cedo ainda, tenho que processar muitas coisas.

— Tudo terá seu tempo certo. Me deu um beijo na testa e se levantou saindo do quarto. Me levantei logo em seguida e abri meu guarda-roupas, e peguei uma calça jeans e uma regata preta, peguei minha toalha e fui para o banheiro. Tomei um banho relaxante e saí, coloquei minha roupa.

   Desci pra sala e o Brooke tomava café na cozinha, fui até lá e me sentei com ele...

— Bom, o café não deve estar tão bom igual ao da sua mãe e a mesa também não é a mais bonita, mas precisamos comer. Sorriu forçado bebendo um gole do café.

— O que vale é o esforço. Peguei uma torrada e comi.

— Pela segunda vez estamos conversando como pessoas civilizadas, sua mãe iria gostar de ver isso. Mas eu tenho certeza que onde ela está, provavelmente deve estar nos olhando.

— Por que segunda? Qual foi a primeira? Bebi o café e logo tossi. — Esqueceu do açúcar? Peguei o mesmo e coloquei um pouco no café, o Brooke soltou uma risada.

— A primeira foi quando nos conhecemos lembra? Quando você tinha dez anos. Sorriu.

— Ah sim, verdade. Bebi o café. — Bem melhor...

    Tomamos café da manhã e ele foi se arrumar enquanto eu lavava a louça que sujamos. Peguei o telefone e resolvi ligar para a Laura, afinal ainda não tinha dado a notícia do que havia acontecido com a mamãe.

— Oi amiga, tudo bem? Laura perguntou ao atender o telefone.

— Não amiga, está tudo péssimo! Me sentei no balcão.

— Mas o que aconteceu? Perguntou preocupada.

— Mamãe morreu amiga.

— Você tá brincando né?

— Não amiga. Comecei a chorar.

— Amiga eu estou indo para aí agora!

— Não amiga! Quero ficar só, mas obrigada mesmo assim.

— Mas amiga, você deve estar precisando de colo.

— Sim estou, mas não agora! Obrigada mesmo...

— Mas, e seu irmão, desculpa perguntar...

— Ele está bem, quer dizer bem entre aspas né... Está internado, mas já está melhor. Já, já vou ir lá vê-lo.

— Ok amiga, quando quiser que eu vá, só me ligar que eu vou ok?!

— Tá bom amiga, ligarei. Beijos

    Desliguei o telefone e o Brooke desceu as escadas, trajava uma camiseta preta calça jeans e tênis. Se sentou ao meu lado, e pegou a carteira dele, olhou, olhou e logo a fechou colocando no bolso da calça.

— Vamos lá, ver seu irmão? Se levantou.

— Sim. Respondi me levantando logo em seguida, saímos de casa e trancamos tudo.

    Fomos até o hospital calados, acho que nem tínhamos o que conversar. Quando chegamos entrei na frente enquanto ele estacionava o carro, me identifiquei e entrei no berçário, Arthur estava acordado e sorridente, mal sabia que não tinha mais a mamãe.

     A enfermeira o trouxe até mim e eu o peguei no colo, ele se aconchegou e se encolheu, ficou parecendo um tatuzinho, ele era muito bonito, parecia com o Brooke mas tinha alguns traços da mamãe.

— Bebê lindo, coisa linda da irmã.

— Pelo que eu vejo ele está bem... Ouvi uma voz atrás de mim, era o Brooke, sorria igual a um bobo, me virei pra ele e coloquei Arthur com cuidado em seu colo. — Calma eu não sei... não tenho jeito para pega-lo.

— Você é o pai, terá de aprender. Ri.

— Ele é tão pequeno, e mole. Mas é lindo, tem os traços de sua mãe. Falou ajeitando Arthur em seu colo.

— Mas é muito parecido com você. Acariciei seu rostinho.

— Ah filhão, vai conquistar a mulherada quando crescer! Rimos. A enfermeira se aproximou.

— Vejo que já estão adaptados ao Arthur, ele é um bom garoto, só chora quando está com fome ou quando precisa trocar as fraldas. Sorriu o pegando do colo de Brooke.

— E enfermeira, quando acha que ele estará de alta? Perguntei cruzando os dedos e sorrindo de lado.

— Com todo esse amor e carinho acho que amanhã já poderão o levar para casa. Sorriu.

— Sério moça? Brooke explodiu de alegria.

— Sim. Vou falar com o médico e ai qualquer coisa os ligo, mas tenho certeza que virão amanhã o ver né? Disse o colocando dentro do berço e fechando o mesmo com uma luz azul.

— Sim enfermeira, mas o que é isso? Disse apontando pro berço.

— É banho de luz srt. Miller, como ele nasceu prematuro, precisa desse tratamento e de outros também que o próprio médico quando der alta, falará para vocês.

— Ah obrigada moça. Brooke apertou a mão da enfermeira e saímos da maternidade. — Viu como ele é lindo, e tão pequeno? Brooke falava todo encantado.

— Sim, mas Brooke, temos que correr para uma loja, não compramos nada para o quarto dele ainda, onde ele vai dormir?

— Nossa Amanda, verdade! Colocou as mãos na cabeça sem saber o que fazer. — Vamos ao shopping. Fomos para o carro e Brooke seguiu para o shopping.

    Entramos em uma loja de bebês e fomos escolhendo cada detalhe com muita cautela, tinha que ficar tudo extremamente perfeito, para que o Arthur tivesse conforto o suficiente. Compramos tudo e Brooke pagou.

— Vamos ver um apartamento? Brooke perguntou enquanto devorávamos um sorvete.

— Que apartamento? Levantei a sobrancelha.

— Um que eu estou de olho a um tempo. Parou e me olhou.

— Mas você mesmo disse para que a gente fizesse isso depois, não estou com ânimo para me mudar agora Brooke.

— Nós só vamos ver Amanda. Pegou em minha mão e me puxou para o estacionamento, e entramos no carro.

***

Ele dirigiu até um condomínio fechado e explicou para a o porteiro que queria ver o apartamento, nisso o porteiro entrou em contato com os donos do apartamento que permitiram nossa entrada.

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