Fisioterapia

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    Na semana seguinte, organizamos uma festa surpresa para Brooke no hospital. Ele já tinha ganhado alta, e sairia hoje, enchemos alguns balões e eu fiz o bolo. Fomos para o hospital eu, nossos filhos, os tios de Brooke e a Laura.

    Chegando lá, provavelmente ele estaria dormindo, pois era manhã ainda. Acendemos as velinhas e entramos no quarto cantando parabéns, seus olhos brilharam e a vontade dele era sair correndo daquela cama.

    Arthur pulou em cima dele e o abraçou, foi o melhor abraço que ele poderia ter ganho neste aniversário. Entrei logo atrás delas e lhe dei um selinho.

- Assopre as velas. Sorri aproximando o bolo de seu corpo. Ele as assoprou e sorriu.

- Não precisavam ter feito isso. Disse emocionado, limpei as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos.

- Claro que precisava, é seu aniversário! Sorri, os tios de Brooke se aproximaram e o abraçaram, logo a Laura o abraçou também.

Cortamos o bolo e comemos todos juntos conversando e rindo e aí resolvi dar a boa notícia que ele estaria de alta.

- Tenho uma notícia para você! Peguei em sua mão e a apertei devagar.

- É boa ou ruim, se for ruim é melhor guardar porque nem irei querer saber! Me olhou aflito.

- É uma notícia muito boa que você vai amar. Sorri alegre.

- Então diga logo. Entrelaçou nossos dedos e eu me envergonhei.

- Você está de alta. O abracei forte e ele me abraçou forte também.

   Todos sairam e eu fiquei encarregada de arrumar Brooke. Estava com vergonha, teria de ver ele nú e faz algum tempo que eu não o vejo dessa forma...

   Tirei seu avental e ele tinha alguns cortes nas pernas, já estavam cicatrizando mas estavam ali, deviam ser do acidente. Peguei uma cueca e coloquei nele, coloquei sua camiseta e sua calça.

    Ele não pareceu ter gostado de eu ter feito isso, Brooke era pouco machista, odiava ter que depender dos outros, porém agora, ele teria de se acostumar até que voltasse a andar.

***

    Um tempo se passou e hoje Brooke arriscaria andar pela primeira vez em um mês, a Doutora disse que com certeza ele voltaria a andar, era só querer. Ele estava na casa dos tios por conta das escadas do prédio, então três vezes por semana eu ia lá busca-lo, e levava-o para o hospital.

- Você está bem? Beijei sua testa e o arrumei na cadeira de rodas.

- Sim. Sorriu feliz. - Espero conseguir... apertou minha mão.

- Eu vou estar lá, tenho certeza que vais conseguir! Sorri e o levei para dentro do hospital.

    Segui pelos corredores e o levei para a sala de fisioterapia. Fomos para um tipo de quadra, onde ficavam vários equipamentos e muitas pessoas estava lá utilizando-os.

- Vamos Senhor Brooke? A fisioterapeuta o pegou e ele se apoiou na mesma. Fiquei em frente ao equipamento esperando que ele se aproximasse de mim.

    Ele se apoiou nas barras de ferro e me olhou confiante, os dois primeiros passos, a fisioterapeuta o ajudou, mas logo o soltou como se fosse um pai ensinando um filho a andar de bicicleta, e ele veio confiante.

    A fisioterapeuta o soltou e ele deu seu primeiro passo sozinho, sorri e coloquei as mãos na boca de felicidade. Veio andando até mim devagar quando seus pés se embolaram um no outro e ele acabou por cair no chão. Deu um soco no chão e suspirou.

- Você consegue meu amor! Me aproximei e o peguei quando ele se soltou de mim, sem me olhar, e gritou:

- Sai daqui Amanda! Sentia a tristeza em suas palavras e seu tom de choro.

- Mas eu só quero te ajudar! Tentei o pegar novamente e ele se soltou de mim mais uma vez.

- Sai Amanda!!! Resolvi me afastar e sair de perto, ele precisava ficar um pouco sozinho.

    Saí dali e fui até a lanchonete do hospital, comi um salgado e fiquei ali por um bom tempo. Ele tinha capacidade daquilo, mas ainda não tinha confiança o suficiente.

    A enfermeira veio trazendo ele na cadeira de rodas. Ele estava de cabeça baixa, parecia não querer me olhar, vou leva-lo ao parque, talvez esfrie sua cabeça.

    Peguei a cadeira de rodas e chamei um táxi acessível. Fomos então para o parque. Chegando lá, encostei a cadeira de baixo de uma árvore e o olhei nos olhos.

- Desculpa por hoje... Suspirou me olhando e logo abaixando o olhar.

- Não precisa se desculpar meu amor! Sorri e o abracei forte. Ele retribuiu o mesmo.

    Vendo tudo isso acontecer em minha vida, percebi que a cada dia que passa estou mais apaixonada por Brooke do que eu imaginava.

- Eu amo você! Acariciou meu rosto e me deu um beijo na bochecha.

- Também te amo! Passei minha mão sobre a dele e beijei a mesma.

***

    Quando a noite estava caindo, levei ele para casa dos tios e também fui pegar as crianças. Quando chegamos, ele pediu para que eu dormisse lá com as crianças. Eu aceitei.

    Dei janta para as crianças e as coloquei para dormir, tomei um banho e ajudei Brooke com o dele, o troquei e coloquei o mesmo deitado na cama.

- Dorme bem! O cobri e fui beijar sua testa, porém ele inclinou a cabeça para trás e me deu um selinho.

- Dorme aqui comigo! Me puxou.

- É melhor não...

- Então você não me ama!

- Claro que amo! Suspirei e deitei na cama ao seu lado, deitei minha cabeça em seu peito e acariciei seu braço.

- Queria te pedir em namoro mas acho que está muito cedo para isso! Me olhou.

- Em namoro? O olhei e ele sorriu.

- Você aceitaria? Perguntou e eu me sentei na cama o olhando.

- Tá falando sério? Perguntei sem acreditar, eu até aceitaria, mas ainda estava insegura em relação a ele.

- Quando eu estiver  bom das pernas, lhe farei uma surpresa. Me puxou e eu deitei em seu colo novamente. - Agora não será mais surpresa porque eu te contei. Riu.

- Vamos dormir Brooke. Ele se calou e dormimos. No meio da noite acordamos com o Arthur chorando, dizendo que havia tido um pesadelo.

- Traga-o para cá amor! Brooke falou me olhando. Peguei Arthur no colo e levei para o quarto, deitamos e o mesmo ficou em nosso meio.

O PadrastoWhere stories live. Discover now