O pesadelo

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    Quando acordei, estava em meu quarto, deitada em minha cama, achei que tudo aquilo fosse um pesadelo e corri para o quarto da mamãe pra contar o que havia sonhado. Mas para meu azar, quando cheguei lá, Brooke se arrumava, estava com um terno preto. Me ajoelhei no chão e cai nos prantos, o mesmo veio correndo até mim e me abraçou tentando me consolar de alguma maneira.

— Eu... Eu sinto muito! Chorou também.

— Por que Deus foi tão ruim? O olhei nos olhos.– Por que ele levou minha mãe?

— Todos nós um dia vamos morrer! Limpou minhas lágrimas.– Vá se arrumar, vamos ao velório da sua mãe.

    Me ajudou a levantar e eu fui para meu quarto ainda chorando muito. Meu Deus de onde eu iria arranjar forças agora pra seguir em frente? Tomei um banho quente e fui até meu quarto, me troquei colocando uma camiseta preta e uma calça jeans preta tbm, coloquei meu all-star, e deixei meus cabelos soltos.

— Vamos? Coloquei meus óculos escuros para disfarçar as olheiras.

— Sim. Brooke apoiou as mãos em meus ombros e descemos as escadas. Saímos de casa e entramos no carro, nos dirigindo até o cemitério.

— Está com fome? Perguntou Brooke.

— Não... Olhei pela janela.

— Não fique assim, eu estou com você.

— Você não é nada meu. Falei séria e o mesmo se calou. Depois de alguns minutos chegamos no cemitério.– Quero que ela seja enterrada ao lado da cova de meu pai.

— Já providenciei isso. Respondeu Brooke.

    Descemos do carro e eu comprei um buquê de rosas, já haviam vários parentes ali, me dando os pêsames, mas eu só queria abraçar minha mãe aquele momento.

    O caixão não havia chegado ainda então me sentei em uma cadeira que havia dentro da sala onde aconteceria o velório, sempre tentando ser forte e não deixar que uma lagrima caísse de meus olhos.

— Meus pêsames amor! Alguém se sentou do meu lado. Olhei para a pessoa e era o Gui. O abracei forte e apoiei minha cabeça em seu ombro, o mesmo acariciou meu cabelo por um bom tempo.

    Quando o caixão da minha mãe chegou eu me levantei e fiquei o olhando, minha mãe estava pálida, os lábios estavam bem rosadinhos, algodões tampavam seu nariz, ela estava toda de branco. Me aproximei do mesmo e todos me olharam. Segurei em sua mão que estava fria e as lagrimas começaram a cair. Era uma dor e uma saudade muito grande que eu sentia dentro de mim.

— Mamãe volta pra mim... Sussurrei e me sentei na cadeira que tinha ali ao lado do caixão, apoiei minha cabeça em seu peito e chorei mais do que devia. Desabafei ali tudo o que eu sentia naquele momento. Apertava sua mão de forma em que não pensava em soltar nunca mais.

    Horas se passaram e eu continuei ali, praticamente a noite toda, só a soltei na hora que iam a enterrar. Beijei sua testa e sussurrei baixinho: "– vai com Deus, sentirei sua falta!"

Levaram o caixão e eu fui indo atrás com Guilherme à minha esquerda e Michael à minha direita, ambos com a mão em meus ombros. Chegamos a cova e fizemos uma pequena oração em volta do caixão. Colocaram o mesmo dentro da gaveta e a trancaram. Todos foram deixando as flores ali por cima, e eu fiquei por último.

— Vou te esperar no carro... Sussurrou Brooke saindo dali. Depositei as rosas ali e fiquei por volta de uma hora conversando com meus pais, agora estavam lado a lado né... Começou a chover muito forte então tive que sair dali.

    Fui correndo para o carro, estava exausta. Entrei e Brooke ficou me olhando:

— Vamos no hospital ver como o Arthur ta?! Olhei para ele.

— Sim claro! Respondeu.– Acho que em breve ele estará de alta.

    Fomos para o hospital, e entramos na maternidade. Arthur mamava na mamadeira, no colo da enfermeira. Optamos por não entrar, pois ele estava frágil e nós estavamos sujos de cemitério.

O PadrastoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora