capítulo 17

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CAPÍTULO 17

    “A definição de escuridão é a ausência de luz, você não pode ver a escuridão, a escuridão não pode existir sem luz, a escuridão não pode ser explicada. As trevas só chegam quando tudo mais se foi, as trevas não são nada, então as trevas são tudo.”

    Asteria sabia que aquilo iria acontecer, então ela se desligou para que ela não experimentasse todo o horror disso.

    A bruxa caminhou despreocupadamente pela sala onde estavam, seus olhos violeta dançando pelas paredes e não deixando escapar nenhum detalhe. O cheiro da casa era de frescor, havia certo calor ali, um calor acolhedor, a casa cheirava e se sentia como um lar, não para ela, é claro. Mas ela conseguia sentir que havia sido para alguém, e talvez ainda fosse. Asteria olhou para aqueles três machos, piscando lentamente enquanto examinava atentamente a figura de cada um. Com exceção de um deles, ela não conseguia enxergá-los além do que seu ódio permitia. Lorde Cassian parecia um macho decente, mas Rhysand representava tudo o que ela mais abominava. 

    Ela se viu olhando para ele. Para a forma como seus músculos subiam para a superfície de sua pele, comiam as sombras de sua mandíbula, a curva completa de seus lábios, ele era incrivelmente bonito, inimaginavelmente poderoso. E para ela, completamente odiável.

    Asteria conseguia ver como todos os três se prepararam quando perceberam sua demonstração de poder. O ferro desintegrando havia sido apenas uma amostra bem pequena do que ela poderia fazer agora que sentia sua força revigorada depois de semanas em uma cela fria e escura, torturada, sozinha, e longe, muito longe daquilo que ela sequer sabia se poderia chamar de lar. Eles não estavam com medo, apenas se preparando caso ela tentasse algo contra eles, ou uma fuga. Mas a bruxa não queria ir em nenhuma das direções, não iria atacar, ao menos por enquanto, e também não iria fugir. Agora que estava cara a cara com o grão senhor ela não se atreveria a fugir, embora agora ela pudesse e conseguisse escapar. 

    Seus dedos apertaram em volta de seus pulsos enquanto ela acariciava a pele sensibilizada pelo uso de algemas pesadas por muito tempo, ela flexionou os dedos, estalando os ossos em sons ocos. um velho hábito que havia herdado de seu irmão Kieran, ela puxou a adaga de sua manga, e podia sentir no ar a tensão dos três machos illyrianos, ela quase sorriu para isso. Uma bruxa de um metro e sessenta e cinco deixando três machos centenários apreensivos com o estrago que ela poderia causar, mas felizmente, para o bem dela e de todos, Asteria não tinha derramamento de sangue em mente, ao menos não na prática.

    Azriel foi o primeiro a reagir àquilo, ele percebeu que o ato da bruxa de sacar uma arma de forma tão despreocupada mesmo sendo uma prisioneira que não deveria portar armas, ainda mais na frente do grão senhor da Corte Noturna parecia uma afronta, um desafio, parecia uma provocação, o que de fato era. 

    — Asteria, — disse ele em uma advertência branda, calmamente dizendo o nome dela ao se aproximar apenas alguns passos para perto da bruxa, ele não podia manter a distância habitual pois Rhys estava ali, atento aos dois. Azriel tinha seus segredos, e manteria aquele em especial bem longe do conhecimento do irmão. 

    Asteria não deu atenção a ele, seu olhar flamejando em púrpura focado apenas em um deles. Mas havia ouvido, esperava que Rhysand falasse algo, ele olhou para ela, sua expressão corporal demonstrava um estado cauteloso e vigilante. Nenhum deles iria se precipitar em meio aquela tensão palpável. 

    Rhysand não tirou os olhos violeta do rosto da bruxa por alguns instantes, sustentando o olhar desafiador dela. Cassian permanecia em silêncio, mas também cauteloso, o general pôs seus olhos em Azriel, e percebeu que ele, o encantador de sombras imperturbável parecia inquieto, os olhos âmbar fixos na pequena bruxa entre ele e Rhys. Cassian assistiu, sem se intrometer por enquanto, mas interessado naquela interação. 

corte de sombras e pesadelos • azriel × asteria | EM PAUSAWhere stories live. Discover now