corte de sombras e pesadelos • azriel × asteria | EM PAUSA

capítulo 24

CAPÍTULO 24

Quando Asteria acordou ela estava sozinha, Azriel não estava na cama e ela sentiu uma espécie de vazio, o lado dele estava bagunçado e ainda quente, o que significava que ele não tinha saído há muito tempo. Mas Asteria queria ter acordado ao lado dele, ela sabia que aquilo era loucura, aquele sentimento de querer estar perto sempre e outras coisas que ela sentia quando estava ao lado dele eram erradas, ela era Asteria Thorin, e ele era Azriel, Mestre Espião da Corte Noturna, um Encantador de Sombras, ele era especial, importante, e ela não era nada. Apenas uma bruxa. Algo naquilo não fazia sentido para ela, como ela queria estar perto dele, como não queria que outra fêmea se aproximasse. Ela não sabia o que Azriel sentia, e não sabia se queria saber, porque aquilo podia machucar, poderia fazer com que algo nela se quebrasse, e Asteria já era quebrada o suficiente, não precisava daquilo, daquela vulnerabilidade. Ela precisava ser forte, poderiam continuar naquele joguinho de sedução, de flerte e tensão sexual, mas não poderia passar disso.

Asteria se levantou, lembrando-se de como Azriel a tinha tocado nos lugares certos na noite anterior, como ele a tinha feito chegar ao orgasmo com tanta facilidade, outros machos já a haviam levado ao ápice, mas não como ele tinha feito. Ela ficou com a lembrança das mãos dele tocando o corpo dela, de suas sombras envolvendo suas pernas, Azriel era experiente, ele sabia onde e como tocar uma fêmea, ele sabia os lugares certos, e ele tocava a bruxa como se conhecesse seu corpo há décadas, como se fossem íntimos há muito tempo, mesmo que se conhecessem há apenas algumas semanas, Asteria sentia uma ligação com ele, eles se entendiam, por mais que ela repugnasse illyrianos, ele era uma exceção. Asteria não sabia porque, mas Azriel não era tão ruim. 

Ela se vestiu em seus couros de Draven, e desceu para procurar por ele, Azriel deveria estar em algum lugar lá embaixo. Asteria deixou seu longo cabelo preto solto, e verificou em um espelho no corredor se seu rosto estava apresentável, suas bochechas estavam rosadas assim como seus lábios, suas olheiras tinham sumido e ela parecia bem, ela geralmente não se preocupava se estava bonita, ela sabia que era bela, mas ultimamente estava mais preocupada com essas questões, ela estava ignorando o fato de que isso potencialmente poderia ter a ver com um certo encantador de sombras. Que bobagem, pensou ela, ele sequer iria notar. 

Asteria não viu Azriel quando desceu as escadas, ela viu praticamente toda a tripulação de Elysiam tomando café da manhã. Ela não sabia a que horas eles haviam chegado na noite anterior, mas estavam todos ali, bebendo cerveja e comendo alguma coisa que parecia ser pão. Quem bebe cerveja às oito da manhã? Só podia ser um bando de piratas liderados por aquele louco inconsequente do Dragna, Asteria o viu em uma mesa com o que pareciam ser seus marujos mais próximos, seus braços direitos. Ela decidiu se unir a eles apenas porque não tinha encontrado Az, ele devia estar fazendo coisas de espião em algum lugar, ou pendurado em alguma árvore com bons morcegos fazem. 

— Alguém se divertiu ontem à noite — diz Elysiam quando ela chegou na mesa e pediu um café preto. 

—  Não sei do que você está falando — diz a bruxa, e em seguida olha o pirata nos olhos.

—  Esse cheiro adocicado em sua pele, essa pele brilhante, já vi isso antes, quando você ainda frequentava meus lençóis.

Asteria não tinha se dado conta do cheiro, agora todos saberiam o que ela e Azriel andaram fazendo. Droga. Ela tinha se esquecido. 

—  Pelo menos ela se divertiu — disse Raelyn, ela era a segunda capitã do navio de Elysiam. Era bonita, cabelos ruivos cortados bem curtos e orelhas pontudas, sardas por todo o rosto e ombros, usava uma roupa de couro bem ajustada, era delicada, Asteria pensou que ela fosse uma ninfa da água, pelas membranas entre os dedos e as guelras no pescoço — E se divertiu com aquele belíssimo espécime de illyriano, eu o vi hoje cedo, nunca tinha visto um macho tão bonito.