Capítulo 2-Eu te protejo

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Tentada pelos dois caminhos,chapeuzinho vermelho deixou-se levar para o pior deles: a pacata Virgin River,que adrentava a um de seus verões mais intensos,onde a enorme floresta dava palco a espécies de fauna e flora adiversas, e mistérios ainda mais perigosos acabam de descongelar em seus rios.

Senti a mão quente de Jenne a me consolar no banco traseiro do impala preto de Thomaz.Estava a quase cinco horas completas dentro daquele carro,preenchido por adolecentes bêbados e muita fumaça de vapers que traziam um toque nebuloso a tarde quente em uma estrada cercada pela mata fechada.

Mais quatro carros seguiam o de Thomaz e um a frente guiava a todos para a famosa cabana dos pais de Peter.Uma sensação preenchia todo meu corpo e corria pelas minhas veias deixando minhas mãos gélidas e um olhar apático em meus olhos.

-Você está bem Megan?-direcionei meus olhos,deixando brevemente o olhar das grandiosas copas das árvores manchadas pela corrida do carro-Esta suando frio...-apontou preocupada.

O café da manhã talvez não estivesse sendo bem vindo em meu estômago agora,mas as únicas palavras monossílabicas que meus lábios deixaram escabar fora apenas um "não" curto e mentiroso.

Fosse pelas paranóias de minha mãe ou por nunca ter saído da capital.Para ela,estava apenas aproveitando o verão na grandiosa casa de uma de minhas amigas, que continha uma bela piscina e um espaço para adolescentes poderem expressar todo o sentimento reprimido em seus peitos.

Como a adrenalina misturada com uma quantia exagerada de desespero que assolava meus pensamentos.Não que fosse a primeira vez que mentia para a pacata dona de casa América,mas a primeira a contestar uma de suas ordens.

A música alta do carro parecia preencher a todos que se comportavam como um filme em câmera lenta.Thomaz sorria e piscava para mim,enquanto dirigia velozmente e sem medir qualquer consequência pela estrada curvilínea e desconhecida em direção a cidade mais isolada do país.

Sua irmã,ao meu lado, sorria bebericando ora e cantarolando uma música de rock independente,tão quão sua atitude solta,outra agarrando sem pudor a uma garota que nós fazia companhia na parte traseira do veículo.

Um amigo de Thomaz sentava-se no banco do passageiro cantando alto a letra enquanto colocava a cabeça para o lado de fora da janela e seus gritos com todas certeza incomodaram floresta a dentro,pelos pássaros que voavam apavorados de seu descanso tardio.

E com a frenesia de meu coração em ritmo Thomaz acompanhava com seu carro veloz mata a dentro,sem antes uma grandiosa placa de cores verdes e branca anunciar:"Bem vindos a Virgen River,cidade onde tudo se torna possível".

-Tudo se torna possível?-Jenne indagou ao meu lado risonha e um pouco mais altiva que a normalidade-Quanta breguisse em um lugar só...-comentou o que não deixava de ser verdade pelo conceitos aos quais me baseava.

-E o que você sabe sobre essa cidade?-Marcus,amigo de Thomaz,questionou virando-se para traz e soltando a fumaça do vaiper na cara embriagada de Jenne.Suas roupas pretas tais como suas unhas anunciavam seu estilo alternativo puxado a um metido a playboy.Como todos do carro exalavam,até eu.

-O que eu sei?Eu sei que morreremos de tédio se ficarmos tempo demais nela...-ambos soltaram uma risada antes de Marcus erguer sua sobrancelha.

-Você não lê os jornais?-questionou,fazendo a garota ao meu lado bufar e revirar os olhos.

-Meu Deus!Quem lê jornais hoje em dia?-e antes que minha boca fosse mais rápida,ela encarou,me denunciando-Tirando o pai da Megan...

-Nem meus avós leem isso!-a garota ao lado de Jenne protestou.

-Se lessem saberiam que um serial killer anda assolando a cidade...-sorriu perverso fazendo meu estômago se revirar.

-Pare de assustar as garotas Marcus!-Thomaz agarrou sua jaqueta de couro puxando-o para frente-Fica tranquila gatinha...-virou-se rapidamente para mim-Eu te protejo!

-Megan,sinto em lhe informar,você tem seguro de vida?-Jenne zombou enquanto todos sorriam e alguma coisa ao fundo me dizia que,deveria te-lo.

Os carros adentraram a cidade cercada por floresta de todos os lados, com casas tão pacatas quanto todos seus habitantes exalavam ser.Todas patriotas com a bandeira do país e gramas verdes bem aparadas.Algumas crianças aos quais vi passearem por alí,se arriscando talvez,já que tudo era inospitaleiro.

Thomaz parou o carro em um posto de gasolina,informando que faltava algumas horas para chegarmos na cabana.As garotas sairam para usar o banheiro,enquanto Marcus e outros meninos do grupo socializavam extrovertidos para dentro da grande conveniência.

Reencostei-me a lateral do grande impala preto,amarrando os cabelos pela quentura do ambiente.Observei inqueita toda a ambientação calma abraçada por tons quentes.E me perguntei o porquê de minha mãe odiar essa cidade,tão pequena e sem sal quanto um camarão,qual aos doze anos descobri ser alérgica depois de passar algumas noites na UTI de um hospital.

Assustei com um barulho de um veículo parado,constatando segundos depois se tratar de uma grandiosa caminhonete azul-metálica.Meu coração disparou e minhas mãos suaram frio com a adrenalina repentina.

O carro e seu dono,pelo o que parecia,o que não era de fácil acesso perceber pelos vidros fumê,pararam ao outro lado da bomba.Esperei paciente para a grandiosa descida do motorista,morta pela curiosidade que me assolara,mas para minhas falsas expectativas,ninguém descera do carro,que apenas tomou um rumo qualquer pelas ruas daquela cidade.

- Está tudo bem?-senti mãos grandes apertarem meus ombros me despertando da pequena hipnose-Trouxe chocolates que você gosta...-Thomaz estendeu-me a pequena sacola,beijando minha buchecha,enquanto meus olhos não desgrudavam do caminho ao qual aquele veículo havia tomado.

Jenne voltou instantes depois com a garota,ambas coradas e suadas o suficiente para negarem o que já estava na cara.

Marcus rouvaba sem que o funcionário percebesse um jornal das notícias semanais daquela cidade,me estendendo instantes depois no carro,a grandiosa capa com os desaparecidos da semana.

Em sua maioria mulheres,de um tipo específico,ao qual arregalei os olhos e me culpei por pensar se parecer fisicamente com minha mãe quando mais jovem.Todas de pele parda,cabelo escuro ora ondulados,ora liso.Olhos claros.

Chapeuzinho,nessa história chama de Megan,não saberia mas o amanhã se provaria menos importante que o ontem,quando estava fadada a não assistir o sol nascer.

Nem os irmãos Grimm previão que cada vez mais chapeuzinho se aproximava da toca do lobo-mau,apenas anos depois do esperado.

De volta à CabanaWhere stories live. Discover now