Capítulo 5-Não olhe para trás

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Reze chapeuzinho.Reze até que perca suas forças,pois ele está atrás de você...ele conhece a floresta como a palma da mão e pode sentir o ruir dos ventos zunindo e de seus ossos deslocando-se para frente e para trás  conforme corre em direção a grande escuridão...Reze chapeuzinho...

Senti meus pés sendo abraçados pela lama que formava do sereno da noite.Um silêncio pertubador perdurava até o horizonte escuro.Nenhum passo ou folhas secas que pudesse ser ouvidas ao encontro de seus pés,anunciando sua presença.

Apenas,a respiração irregular e sôfrega de Thomaz,ao colocar meu corpo contra o chão e dizer pela décima vez que precisamos correr...correr.

-Não vai adiantar!-suspirei derrotada e mesmo assim continuei seguindo-o por entre árvores e troncos,o caminho nebuloso tirava qualquer vantagem que pudessemos ter.Cautelosamente e então apenas a aceleração de meu coração percorrendo até minha boca-Ele virá atrás da gente...-repeti mais uma vez,relembrando de seu olhar para Thomaz.Lágrimas saltavam de meus olhos tomados pelo dilúvio da adrenalina.

-Nós precisamos sair daqui,Megan!Me escuta...Preciso que confie em mim e segure minha mão!-ordenou olhando em meus olhos,os seus tão corajosos que por alguns instantes senti de volta a esperança.

Agarrei seus dedos contra os meus e mesmo que a pouca visibilidade afetasse o percurso,Thomaz parecia convicto de onde estavamos indo,percorrendo cautelosamente o terreno íngrime.

Nenhum som de coruja ou qualquer animal noturno se fez presente,apenas o insudercedor silêncio do nada.Talvez o barulho do escuro tomasse nosso ouvidos com a imensidão da insignificância que estavamos nos direcionanado.

-Droga,droga!-suspirou pesarosamente quando paramos de caminhar para notarmos que não havia o fim daquela floresta,a trilha imaginária que Thomaz fazia,ao seu ver havia desaparecido,se desfeito em um piscar de olhos-Megan,estamos perdidos...Eu jurava ser por aqui e logo conseguiriamos acompanhar o rio de Virgin River,mas,mas...-exaperou-se ao meu lado.

Meus olhos acompanhavam toda a muralha feita por árvores nebolosas que afogavam toda a nossa visão.De repente...

Passos e mais passos.Galhos e folhas protestando a sua chegada.Estava perto demais para correr em qualquer direção pelo som que reverberava por todos os cantos.

Thomaz agarrou meu braço posicionando-se a minha frente.Olhava para todos os cantos e o som estrondoso de mais passos se faziam.A espada em suas mãos apontava em todas as direções pelas quais o barulho ruía,mais e mais perto....Minha respiração estava se perdendo entre todo o barulho de passos anciosos e corações rompantes.

Lágrimas corriam a solta pelo meu rosto,minhas mãos estavam trêmulas.Logo ao canto direito uma sombra refletida pela luz da lua presenciou-se,enorme em penumbria.

O som estrepitoso do medo,logo deu as caras para risadas e cochichos.Aos poucos vários flashes de luz furavam a escuridão em que tomavam nossos corpos.

-SAI MARCUS!-conseguimos indentificar a voz de Jenne estrondosa pela mata e uma gargalhada dele.Embora ouvesse pouca iluminação,quando saíram em meio aos troncos de várias espécimes de quaresmeiras e canafistulas,Marcus carregava uma cobra em mãos e tentava assustar Jenne.

Ambos se apavoraram com a nossa presença,observadora e inquieta.

-Puta merda!-exclamou com a mão no peito,embora deixava escapar a cobra verde que deslizava rapidamente para entre a terra e as folhas esparramadas -Que diabos vocês fazem aqui?-questionou com testa franzida.

E logo pude sentir minhas calças molharem simultaneamente.O pavor se apossava a cada pelo que se arrepiava em meu braço.

Jenne nos olhou desconfiada com malícia em seus olhos,pronta para alguma piadinha.Minha garganta estava tão seca que não conseguia pronunciar uma só palavra.Arranhava.

De volta à CabanaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora