Capítulo 20- Um lugar à minha espera

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Suas enormes mãos deslizavam por meus cabelos como se fossem seda, muito embora, nenhum dos produtos que os submetera fossem adequados. O fato de Jhon confirmar
a ânsia que tenho sentido de Christopher me ser um protetor, não me deixa escapar e iludir em um visão deturpada dos fatos, que ele ainda poderia me machucar. Seu rosto se encontrava sério e atento a atividade de escovar meus cabelos molhados, refletida e distorcida pelo espelho coberto pela penumbra do quarto. Mais uma de suas camisa, de estampa xadrex, contudo verde e azul, cobriam meu corpo contra os ventos gélidos que atentavam as pequenas janelas e madeiras roidas da cabana.

-Espero que não esteja incomodada com o fato de usar minhas blusas...-refletiu com sua carranca cotidiana-Contudo, prendo ir a cidade embreve e trazer-lhe tudo o que irá precisar...

-Não me importo...-comentei em um sussuro e senti a longa palma de suas mãos descer para meu ombros e sua sombra me acorbertar até que o espelho fosse suficientemente preenchidos por nossos reflexos.

-Não seja negligente, Megan-repreendeu voltando a sua tarefa, ao qual, se me determinada poderia desegnar muito bem-Seja sincera comigo...-pediu novamente com sua voz grossa, capaz de persoadir até os mais bem treinados-Há alguém a sua procura na cidade? Amigos ou parentes? Qualquer mísera alma que possa acabar com meus planos?

-Quais são seus planos?-questionei perplexa e pensativa. Estaria alguém a minha procura? Meus pais? Qual seria o meu destino, se não, a mercê de três lenhadores misteriosos?-Você não pode exigir de mim sinceridade, quando está claro que não o é comigo...-determinei diante o cessar de suas palavras frequentes e resolutas, em total relutância.

O puxão em meu couro cabelo fez com que suas mãos me conduzissem perto de sua face dura e penetrante. E a fidelidade de nosso traços mais uma vez, chocou-me. Seus olhos gélidos disputavam contra os meus profundos. As sardas espalhadas entre nossas bochechas e nariz. Poderia apostar que se sorrisse, uma covinha, tal como a minha, deformaria em um dos lados.

-Fico admirado com quão espertalhona você consegue ser...-admitiu, soltando-me e preenchendo o vazio do aperto por carícias apaziguadoras-Megan, eu tenho motivos para não te matar ou aceitar que fuja...-confessou sombrio e o ambiente seguiu sua completa mudança de humor. Pelo quarto, todos os cantos onde pudesse penetrar os olhos, sombras se esquivavam da luz fraca, a noite acobertava a floresta deixando seus observadores encobertos. Estrelas se escondiam atrás das nuvens tempestuosas enquanto a floresta estava terrivelmente quieta. Como se, nada vivesse ou permanecesse o suficiente para desperta-la. Meu coração retumbante preenchia meus ouvidos surdos a espera de uma sentença-E não espero que entenda agora, apenas que aceite o fato de me ter como seu protetor e amigo aqui...Eu não lhe desejo mal e não pretendo aceitar quem aceite. Eu cuido do que me pertence e espero não ter problemas com isso. Pretendo leva-la, se constatar seguro, ao hospital da cidade para começar o acompanhamente com algum obstreta...

-Não!-neguei afastando-me ligeiramente de suas mãos. Meus olhos estavam arregalados e minha pele empalidecera conforme suas palavras, se assim, o espelho mostrasse a realidade-Eu não posso...-argumentei frivolamente enquanto meu manto de segurança desfalecia por meus dedos.

-E por quê não?-questionou duro arrastando meu corpo para meu lugar de origem, pegando meus fios com uma agressividade desnecessária.

-E-eu não gosto de hospitais, Christopher! Não tenho documentos e alguém poderá me reconhecer, não seja descuidado...-refleti desesperada.

-Não pense que sou principiante, garota! Você acha que precisará de documentos se eu ordenar aos médicos que lhe atendam?-questinou grosseiramente-Acha que serei descuidado a tal ponto de leva-la para ser reconhecida e embora isto acontecesse, concluí que não tenho influências o suficiente para se fazer sumir a alma de quem lhe reconhece?-seu tom de voz cortante despertará meus medos e sentia minhas veias bombearem sangue mais rapidamente. Uma lágrima sorrateira vazou de meus olhos vermelhos ao pensar que a vida de meus pais estariam em risco nesta mísera cidade.

De volta à CabanaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora