Capítulo 19-Regras do jogo

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Então o lobo mau, cruel e rabugento, talvez sem um pingo de talento
Agorento
Agora, com discernimento
Em detrimento
De uma jovem, de capuz vermelho
Perdida neste cabeçalho
De embalhados

Jhon

O soar do último instante, uma vez quando, o assoalho protestou contra os derradeiros momentos de vida de uma porcelana intacta com o tinir contante das rachaduras. Foi a última coisa a ser ouvida e após ser preenchida por meu coração retumbante contra a caixa torácica.

-Quem é ela?-questionou Antônio esmagando seu tom curioso para com a garota que adentrava a cabana. Seu olhar era enigmático e estava preso nos cabelos cor de fogo dos quais possuía, um vez, frenéticos contra as rajadas de ventos familiares e cotidianas. Seu cenho se enrugara e notara que não aparava a barba a muito tempo. Ainda que descuidado, Antônio parecia o mesmo e talvez, em meus pensamentos deturpados tudo em algum alvorecer do dia voltasse ao nosso normal.

-Se eu fosse você, não olharia-a desta maneira...-comentei. Seu olhar desviou-se da figura desfalecendo por meio da escuridão ao qual nosso olhos não conseguiam penetrar, um ponto humanamente impossível de se enxergar. E então o pesado olhar retorcido por marcas de expressão examinou-me por breve instantes. As pontas dos dedos formigavam, no entanto, esconde-los sobre os bolsos das calças foi tudo o que me limitei a fazer, perante a petulância de seu cachos desequilibrados, tal como o dono.

-Por que?-seus lábios sibilaram inquietos e curiosos. Logo, um sorriso presunçoso apossou-se de imediato. Suas sobrancelhas manearam sugestivamente. Um arcaico brilho iluminou o fundo de seus olhos esmeraldas, tornando-os quase maléficos. Como um animal, poderia imaginar que eu estava marcando território.

-Por causa dele...-maneei a cabeça em direção a sombra encrustada sobre a porta, de olhar abrasador em nossa direção. Constatei logo, o pomo de Adão de Antônio, de um modo irregular movimentar-se profundamente. Christopher poderia intimidar o próprio Diabo, se assim desejasse. O fato era de que, com seu gélido olhar e rosto firme demarcado com o tempo, veias que inchavam e avermelhavam seu pescoço persoadindo todo seu ante braço descomunal. Logo e portanto, em milésimos de segundos ele já não estava mais lá e como a outra, sua sombra dissipara contra a entrada da cabana.

-Como vocês estão?-questionou alarmado coçando a nuca e logo puxando a barba em um jesto nervoso e sujestivo-Eu voltei...-virou-se novamente para me analisar, após, as grandes árvores e seus topos aos quais nos cercavam como uma jaula invisível e impenetrável-Ela esta muito quieta...-afirmou pressintindo o que estava por vir.

-Espero que esteja melhor em relação a tudo, Antônio....-rumei por águas estranhas, com o instante alerta de me afogar.

-Vai melhorar!-prometeu sorrindo em falso, perdendo nitidamente a cor e o brilho dos olhos-Eu pensei que me vingar seria o suficiente...-admitiu exasperado. Notava seu peito subir e descer a procura de fôlego o suficiente para desabafar-Não foi...-o sorriso que dera desta vez, fez com que ardera meu peito e de imediato abracei-o com força. Sem qualquer cerimônia. Minhas mãos, para tal movimento, agarraram-o com apelo, querendo suprir o que a muitos dias lhe faltavam.

-Pode acreditar Antônio, quem fez isso com ela já está pagando....-confessei.

-Eu ainda quero mata-lo, Jhon! Nunca senti o ódio que sinto por aquele maldito! Eu não consigo acreditar em que Júlia era capaz...Parece que eu nunca a conheci de verdade, apenas uma de suas facetas...Acho que seria capaz de mata-la se a visse agora-desabafou contra o tecido xadrez da minha camiseta, agora molhada pelas lágrimas do loiro-Eu nunca mais serei capaz de amar outra mulher, eu-eu...-sua voz encharcou-se embriaga por desespeiro a muito tempo reprimido-Eu estava a um fio de asfixia-lo com minhas próprias mãos. Segui-o juntamente aos policiais que o conduziam para o tribunal e Christopher, aquele miserável, consedeu-me a última palavra antes que o filho da mãe entrasse para sua sentença final. Eu, por pouco segundos pouparia todo o trabalho para com o juiz e o advogado de defesa...

De volta à CabanaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora