Capítulo 15- Um de nós irá morrer

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Será chapeuzinho....

O silêncio que emergiu entre a floresta e a varanda escura, iluminada apenas com a luz das estrelas e da lua, acompanhada do pequeno mata-mosquito brilhante acima da minha cabeça , espantava a submercia da noite conjunta a desesperança crescente em meu peito. O motor que rugia do carro abandonava o bosque aos poucos enquanto lágrimas escorriam, mesmo que minimamente, pelos meus olhos. Esperei que o vento gélido as secasse não querendo dar importância o suficiente para o fato de limpa-las, enquanto Christopher permanecera sentado com a respiração controlada talvez esperando que eu fugisse quando seus olhos piscassem.

-Não precisa esconder suas lágrimas de mim...-comentou quebrando com toda a penumbra de pensamento que nos envolvia-Eu as sinto...-continuou esperando minha resposta, mas não veio.

Virei-me e caminhou à passos calculados em direção a porta aberta deixada por Jhon, no entanto, concedi um segundo ao seu rosto duro, marcado por expressões conflitantes de frieza, contudo, um brilho evoluia no fundo de suas íris azuladas.

-Um de nós irá morrer- prometi em um fio de voz, contido, para não parecer agudo e temeroso. Rapidamente, as mãos do homem agarram meus ombros trazendo-me em direção ao seu rosto, cara à cara, como se verificasse a veracidade de minhas palavras analizando cada centímetro de meu rosto.

-Eu duvido muito disso...-ssgundos se passaram até continuar, afroxando o aperto, se possível o brilho em seus olhos quádruplicara e um sorriso se apossou de seus lábios encobertos pela gradiosa barba-Mas confesso que, não esperava menos...-elogiou soltando-me em baque quando a porta da frente bateu contra uma brisa fervorosa e Jhon abriu-a convidando-nos a iniciar o jantar-Espero que esteja com fome...-comunicou levantando-se com seus músculos se contorcendo sobre o fino tecido de linho quadriculado.

Caminhei sob a sombra inevitável de suas costas que pairava a caminho da cozinha espaçosa o suficiente para armários suspensos em tons amarelos e eletrodomésticos pretos, ambos desgastados pelo tempo. Algumas portas sem seus puxadores davam o toque principal ao ambiente esquecido pelo tempo e uma mesa pequena ao lado de um janela com um vaso posto por lírios murchos adornava a mesa de carvalho. Jhon estava sentado em uma das laterais quando me juntei a sua frente, o vapor pairava em seu rosto bonito e refletia em seus olhos negros pela má iluminação. Um prato com o mesmo conteúdo, aquoso e amarelo foi posto a minha frente pela mãos grossas de Christopher, composta por fios ruivo que banhavam o meio de seus dedos e cobriam seus braços forte.

-Coma...-ordenou severo com um olhar misterioso enquanto repousava uma colher sobre a mobília. A fome impregnou meu estômago e ao levar o talher metálico com o líquido em meus lábios, um pequeno gemido de satisfação ficou preso entre minha garganta, contido-Gostou?-questionou me observando satisfeito, aproximando seu rosto de meus cabelos depositando um beijo com leve tom carinhoso-Jhon cozinha bem...-confessou se afastando-Só é preguiçoso o suficiente para nunca faze-lo...

-Ei!-protestou desviando a sua atenção do grandioso prato, maior do que o comum-Essa tarefa é de Antônio!-protestou olhando para o ruivo.

-Quem é Antônio?-perguntei após tomar mais um gole de sopa e dois pares de olhos simultâneos, passaram a me olhar. Com uma troca de olhar silenciosa entre ambos, Christopher prosseguiu:

-Um amigo nosso...-comentou pigarreando e voltou a se servir do caldo dando o assunto por encerrado. Seria o mesmo o homem ao qual falavam mais cedo com o policial? Talvez eu nunca soubesse por suas bocas...

O silêncio se instaurou acompanhado apenas pela sinfonia ritmada produzida pelas pontas dos galhos das árvores em protesto as correntes de vento uivantes. O talher contra a porcelana também acompanhava com batidas agudas em respeito aos raios e pingos de chuva barulhentos que se presenciava pela janela, às costas de Christopher, iluminado pela aura aroxeada que riscava os céus e as nuvens acinzentadas.

De volta à CabanaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora