Capítulo 22: O homem - Ligação.

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Fiquei ansioso para sair logo do trabalho e poder ligar pra C.
Recebi até algumas reclamações dos meus colegas de trabalho por não está recebendo os clientes direito.
Não consigo pensar direito, não consigo me concentrar. Só penso em C. Só quero ligar pra meu número e ouvir a voz dela.

Mas e se... E se o homem que me roubou estiver com o celular e não mais ela? Quem é ele? Ele parecia bem mais velho, ela disse que gostava de homens da idade dela ou até mais novo. Mas nunca os mais velhos. Pois poderiam ser maduros demais, inteligentes demais e ela era madura e inteligente, mas para a idade dela, não para pessoas mais velhas. Ela acha que não iria dar certo a relação. Então ela jamais namoraria um homem mais velho. Não é?
Mas e se for amigo, será então que ela está tentando ajudar ele? Por isso fica próxima? Pra ver se ele larga o roubo e aceita Jesus?
Eu posso perguntar tudo a ela. Preciso ligar, mesmo se ele atender.

Finalmente saio do trabalho. Peço o celular do meu colega de trabalho emprestado pra ligar e ele não empresta, ainda zangado por eu não trabalhar direito.
Peço a colega Peyton e graças a Deus ela empresta. Ela é uma mulher da pele negra com os cabelos cacheados até os as costas. Alta e malhada, sem exagero.

Então eu e Peyton estamos andando pela rua e eu ligo para meu número.
Chama, chama e ninguém atende.
Eu tento ligar novamente e a mesma coisa. Depois cai na caixa postal.

C não atendeu. Mas também porque ela iria atender? Um número desconhecido. E ainda o celular não é dela. Só achei que por um momento ela pudesse pensar que sou eu.
Mas como ela iria imaginar? E nem poderia ser o número de algum dos meus amigos que ela conheceu, pois estaria com o nome deles. Ela realmente pode não querer atender estranhos. Ou o homem misterioso que me roubou não quis atender.
Pelo menos chamou. Então ele ainda não fez nada com o meu celular, ainda está com ele. Ou com ela.
Eu atenderia a ligação, independente de que fosse desconhecido ou não. Mas essa é a minha opinião. Esse sou eu. Não ela.

Ainda com esperanças que pelo menos ela escute a ligação. Eu ligo novamente e na caixa postal, minhas mãos começam a tremer. Eu digo:

- Oi... Será que você ainda lembra da minha voz? Não mudou nada. C... Eu sei que assim que escutar essa mensagem, caso você escute, você deve querer jogar o celular no lixo. Mas eu soube que você estava me procurando. Então... Isso significa alguma coisa. Se quer me encontrar. Então me ligue. Ou vá para a mesma rua amanhã a noite. Sete horas da noite. A rua que você me procurou. Eu prefiro que você vá. Eu preciso te ver. Por favor, vamos conversar. Eu sei que eu te evitei por tanto tempo e eu quero me desculpar por isso. Eu sei que... Bom, não dá pra falar por telefone. Me responda. Eu sempre sentir a sua falta. Eu preciso te ver. Mesmo se for pra me dizer umas verdades, mesmo se for para demonstrar raiva por mim. Venha. Só apareça. Apareça e parta meu coração, pois eu mereço. Mas apareça. Seu... Seu amigo V.

Lágrimas estão no meu rosto. Eu queria dizer tanta coisa, mas não vale a pena por telefone. Já basta que eu terminei com ela por telefone. E também tem esse homem... Se for... Se for algo a mais dela, não consigo nem pensar nisso direito. Mas se for. Não seria uma boa ideia ele descobrir que o ex dela está ligando. Então caso ele escute a ligação vai ver que é um amigo e eles não irão brigar. E realmente já fomos amigos. Amigos e namorados, e se eu não estragasse tudo, poderíamos ser marido e mulher.

Será que ela tem algo com esse homem? Será que ela já me esqueceu?

- Ei! Estou falando com você! - Peyton minha colega de trabalho diz com as mãos mexendo nos meus ombros.

- Oi! Me desculpa! Me desculpa mesmo, Peyton! Eu estava preso nos meus pensamentos. O que foi?

- Meu celular, já acabou? E você acabou de me provar que homens tem sentimentos. Agora enxuga essas lágrimas e não vá atrás dessa mulher. Acredite em mim se apaixonar é horrível e pelo que ouvir você falando, você foi um homem horrível com essa mulher.

Jesus me curou, querida. Pode te curar também. Where stories live. Discover now