Capítulo 33: O garoto - Sim.

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Eu levanto a cabeça e olho para a pessoa que falou comigo. Realmente conheço a voz e não só isso, reconheço o rosto. Difícil esquecer o homem que me roubou. Pegou o celular que eu tinha por tantos anos. O homem que eu tentei ajudar. E mesmo ele sendo ruim comigo eu aprendi com meu Senhor Jesus que devo orar por essa pessoa.
Ele tinha dito pra eu passar tudo. Então ele continua roubando e acaba me roubando novamente. Eu não acredito em coincidências, como minha ex acreditava. Eu preciso ajudar esse homem. Ele diz:

- Você é surdo?

Pelo visto ele não me reconheceu. Enxugo as lágrimas do meu rosto e levanto do chão. Eu paro de enxugar as lágrimas, pois não tem mais nenhuma e digo:

- Eu só tenho grana para o uber. O celular você já pegou.

- Como é que é? Há rapaz... Caramba é você. Pelo menos só lembro de ter roubado um celular por agora.

- Eu mesmo.

- Você realmente não tem sorte, sempre cruzando no meu caminho.

- Talvez você tenha sorte por cruzar no meu caminho.

- Piadista ele. Só passa logo a droga do dinheiro.

- Tem certeza? Podemos conversar um pouco. Depois você leva minha grana.

- Quem disse que quero conversar com você? Passa logo o dinheiro, moleque!

- Está roubando pra comprar comida? Posso comprar pra você.

- É muito corajoso mesmo. Sua sorte que não tenho arma, se não acabaria com sua vida agora mesmo.

- Ficaria feliz, iria para os braços de Deus.

O homem rir, e então me olha parando de rir e com as mãos segura em minha camiseta e me joga na parede. Então ele se aproxima de mim e me dá um murro no rosto. Ele pega minha camiseta de novo e me joga no chão. Estou sentindo dor, mas não adiantaria reagir.
Ele se abaixa e me dá mais um murro no rosto e mais outro e mais outro. Sinto sangue saindo pela minha boca. Então ele se afasta me deixando deitado no chão.
Perdoa Pai, ele não sabe o que faz.
Choro com muita dor, principalmente dor no coração por esse homem ser assim.

Então uma mulher me ajuda a levantar do chão e chama um uber pra mim. Eu digo:

- Não sei nem o que dizer, moça.

- Não precisa dizer nada. - A mulher diz. - Ele vai te levar ao hospital.

- Obrigado. Deus te abençoe.

- Amém. Deus vai cuidar de você também.

- Eu sei.

Então ela fecha a porta de trás do carro.

- Deus vai cuidar? - O motorista diz. - Acha mesmo? Você não viu sua cara.

O motorista rir.

Depois saio do hospital com curativo no rosto. E peço para algumas pessoas me ajudar com dinheiro para o próximo uber. Algumas pessoas ajudam, e com três ajuda consigo pegar um uber.
Então peço para o motorista me levar ao apartamento de fulana. Se eu for pra casa agora irei deixar meus pais muito preocupados.

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Jesus me curou, querida. Pode te curar também. Where stories live. Discover now