Capítulo 26. A mulher - Escondendo o celular.

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Eu ignoro a mensagem. Não sei quem está mandando, é perigoso atender um celular roubado. Isso poderia colocar meu namorado em risco.
Mas e se for... Algum amigo do V que eu esqueci o número? Na verdade esqueci o número de todo mundo, conseguir apagar isso da minha memória. Pelo menos isso. Até o número do V eu não lembro... Só lembro os últimos números... Ok só não lembro de um número dele, o último do celular. Infelizmente lembro os outros números.

Enfim... Não posso mais ficar com esse celular, por mais que eu quero ver o V, eu preciso parar de querer. Agora eu tenho namorado. Não posso trair meu namorado com meus pensamentos.
E não posso perdoar o V.

Então saio do quarto e apareço na sala do apartamento de minha amiga. Meu namorado está gritando com minha amiga. Eu grito:

- CALA A BOCA, PACO! 

Ele fica em silêncio e me olha com muita raiva. Ele puxa o meu cabelo e Liaja grita:

- PARA! LARGA ELA! SOCORRO!

Paco me joga na parede e me vira em sua direção e segura em meu pescoço. Eu tento respirar. Liaja segura a camisa dele por trás e ele então me solta e segura o pescoço de Liaja. Eu grito:

- PARA! SOLTA ELA OU EU TERMINO COM VOCÊ!

Paco solta o pescoço de Liaja que respira fundo. Ele me olha e diz:

- Você sabe que não vive sem mim. Morreria de fome, de sede, de tesão. E eu roubaria seu apartamento.

Sinto dor no peito e digo:

- Pode roubar tudo o que quiser, mas fique longe da minha amiga!

- Uau! - Paco diz. - Ela está começando a mostrar ser a heroína. Que não tem medo do vilão aqui. Pois isso que sou não é? O vilão! O vilão que gosta de você. Que pede para você arranjar um emprego, mas, você só fica com sua preguiça desnecessária. Mas, não, eu sempre sou o malvado.

- Só sai daqui, por favor.

- Cadê o celular? Se é que vou vender pra te dá comida. Você não está merecendo.

- Nem você. E mesmo assim ainda não terminei contigo.

- CALA A BOCA, C! ME DÁ LOGO O CELULAR! - Ele diz em voz alta.

- Não está comigo. Deixei no apartamento.

- No meu apartamento?

- No nosso apartamento. Agora sai.

Começo a respirar fundo de nervosa, sinto falta de ar, mas tento não demonstrar.

Paco sorri e me dá um beijo na testa.

Ele sai do apartamento de Liaja.

Respiro cada vez mais rápido.
Liaja me abraça, eu a abraço de volta. Mas paro de abraçá-la tentando respirar. Minha nossa.

Ela fica me olhando e diz:

- Crise?

- Eu... Eu...

Não consigo falar direito. Sinto mais ainda falta de ar, corro para a janela para tentar sentir o vento. Me desespero tentando abrir a janela.

- Calma, respira C. Tenta se acalmar se não piora. - Liaja diz.

Eu me jogo no chão. Liaja abre a janela e sinto um pouco do vento. Mas não está adiantando.

Liaja corre gritando socorro.

Eu fecho meus olhos.

Abro meus olhos e vejo Liaja do meu lado segurando minha mão. Ela está em uma cadeira e eu estou em uma cama. Esse quarto parece um... Um hospital ou estou delirando?

Jesus me curou, querida. Pode te curar também. Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz