Capítulo 27: A mulher - Ligação ignorada.

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Eu ignoro a ligação. Não sei quem está ligando, é perigoso atender um celular roubado. Isso poderia colocar meu namorado em risco.
Mas e se for... Algum amigo do V que eu esqueci o número? Na verdade esqueci o número de todo mundo, conseguir apagar isso da minha memória. Pelo menos isso. Até o número do V eu não lembro... Só lembro os últimos números. Ok só não lembro de um número do celular dele, o último número. Os outros números eu lembro, infelizmente.

Enfim... Não posso mais ficar com esse celular, por mais que eu quero ver o V, eu preciso parar de querer. Agora eu tenho namorado. Não posso trair meu namorado com meus pensamentos.
E não posso perdoar o V.

Então saio do quarto e apareço na sala do apartamento da minha amiga. Meu namorado está gritando com minha amiga. Eu grito:

- CALA A BOCA, PACO!

Ele fica em silêncio e me olha com muita raiva. Ele puxa o meu cabelo e Liaja grita:

- PARA! LARGA ELA! SOCORRO!

Ele me joga na parede e me vira em sua direção e segura em meu pescoço. Eu tento respirar. Liaja segura a camisa dele por trás e ele então me solta e segura o pescoço de Liaja. Eu grito:

- PARA! SOLTA ELA OU EU TERMINO COM VOCÊ!

Paco solta o pescoço de Liaja que respira fundo. Ele me olha e diz:

- Você sabe que não vive sem mim. Morreria de fome, de sede, de tesão. E eu roubaria seu apartamento.

Sinto dor no peito, mostro o celular na cara dele e digo:

- Toma esse maldito celular e sai daqui!Conversamos depois.

Ele sorri e diz:

- Agora sim eu fico feliz. - Ele toma o celular da minha mão e estou respirando fundo, sinto falta de ar, mas tento disfarçar. Paco me dá um beijo na testa e diz: - Vou vender o celular e trago sua comida, querida.

Ele sai do apartamento de Liaja.

Respiro cada vez mais rápido.
Liaja me abraça, eu a abraço de volta. Mas paro de abraçá-la tentando respirar. Minha nossa.

Ela fica me olhando e diz:

- Crise?

- Eu... Eu...

Não consigo falar direito. Sinto mais ainda falta de ar, corro para a janela para tentar sentir o vento. Me desespero tentando abrir a janela.

- Calma, respira C. - Liaja diz. - Tenta se acalmar se não piora.

Eu me jogo no chão. Liaja abre a janela e sinto um pouco do vento. Mas não está adiantando.

Liaja corre gritando socorro.

Eu fecho meus olhos.

Abro meus olhos e vejo Liaja do meu lado segurando minha mão. Ela está em uma cadeira e eu estou em uma cama. Esse quarto parece um... Um hospital ou estou delirando?

Então vejo a mãe de Liaja vestida de médica e ela coloca aquilo que ver os batimentos cardíacos. Sei lá o nome.
Estou com algo que também não sei o nome, mas me faz respirar melhor.
Tem algo que enfiaram na minha veia.

Liaja solta minha mão e me abraça deixando a cabeça em meu peito e diz:

- Graças a Deus você acordou. Graças a Deus você não morreu. Graças a Deus, minha amiga! Deus te ama e te quer perto Dele, mas Ele também quer você perto de mim.

- Voltei pra te dá mais trabalho. - Digo em voz baixa. - Você sempre me ajudando.

- Não é trabalho nenhum! - Liaja diz levantando a cabeça e me olhando com os olhos de lágrimas. - Ok? Eu amo te ajudar. Eu amo sua amizade. Chegou do nada e já significa muito pra mim. Ainda temos muito que viver juntas.

Jesus me curou, querida. Pode te curar também. Where stories live. Discover now