Capítulo 58: O garoto - Amizade, mas nem tanto.

2 0 0
                                    

Última vez? Será a última vez que irei visitá-la nesse hospital? Poxa, só vim uma vez. Queria tanto conversar com ela. Mas preciso respeitar a decisão dela. Realmente mereço tudo isso. Mas será que nem amigos podemos ser? Seria muito estranho ser amigo da mulher que eu sou completamente apaixonado. Iria sempre sentir vontade de beijá-la, tratá-la como namorada. Mas já que ela não quer, preciso respeitar. E ser amigo é melhor do que não ser nada. Então resolvo sugerir isso. Eu digo:

- Última vez? Nossa... Mas então nem seremos amigos?

Que estranho pedir isso. Ter amizade com a minha ex-namorada. Eu não veria problema com isso se eu não a amasse. Se eu não quisesse me casar com ela.

Ela sorri e diz:

- Amigos, mas não tanto. Você não vai vim me visitar, não iremos mais ler a bíblia juntos, só que quando a gente se ver por aí a gente se fala numa boa. Sem magoa. E também se a gente sair com fulana, já que ela faz parte da nossa roda de amigos. Combinado?

- Combinado. - Damos as mãos. - Eu digo:- Eu entendo. - Vou parecer um abusado, atrevido, mas vou perguntar. Então eu digo: - Então posso ficar mais um pouco? Como uma despedida?

- Não exagera, não é como se fosse a última vez que iremos nos ver. Mas ok, podemos conversar, O que faz aqui? Aqui na cidade?

- Bom, sinceramente foi por sua causa.

Sempre serei sincero com ela, agora quero contar tudo o que sinto. Ela senta na cama do hospital e diz:

- Entendi... E voltou para a igreja dos seus pais?

- Sim, eu amo a igreja. Mas no momento sinto vontade de ir para a igreja da nossa amiga, fulana. Só que sério, isso não foi por sua causa. Eu já vou lá faz um tempo.

Fico até nervoso, muita coisa fiz por causa dela, mas isso não. Não quero que ela pense que estou querendo me intrometer na vida dela novamente. Mas sinceramente eu quero. Quero fazer parte da vida dela novamente.

- Acredito em você, não precisa ficar nervoso. - Ela diz.

- Não estou nervoso. - Digo mentindo me aproximando dela.

Ela também está nervosa. Os olhares dela entregam. Sento na cadeira ao lado da cama dela e ela diz:

- Bom... Eu vendi minha casa e estou sem emprego e sem faculdade.

- Eu estava sem emprego também. Mas conseguir um, mas sem facul ainda.

- Entendi... - Ela fica olhando para a cama mexendo nas cobertas. Ela diz: - E então curou da câncer?

- Jesus me curou, C. Foi surpreendente.

Ela me olha, que bom. E Jesus foi maravilhoso comigo. Ele é com todos nós. Mesmo quando não faz milagres. Ela diz.

- Jesus ainda faz milagres.

- Claro, nunca duvidei disso. Só não imaginei que aconteceria comigo.

- Nem eu...Fico feliz por você.

- Obrigado. Saiba que Jesus também pode te curar dessa crise. As vezes os médicos ajudam, mas a maioria das vezes é o Senhor que faz. Basta crer.

- Eu não sei se creio como antes. Minha fé esfriou.

- Mas você sempre pode voltar. Deus sempre nos espera e não desiste de nós.

- Eu sei. Agradeço a Ele por isso.

- E você já está voltando, glória a Deus.

- Sim. - Ela diz com seus belos sorrisos aparecendo e olha para as mãos dela que estão aos poucos tremendo.

Jesus me curou, querida. Pode te curar também. Onde histórias criam vida. Descubra agora