Capítulo I

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Tinha Um Ômega Na Minha Porta
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     Jonathan Joestar levava consigo o violão – presente dado por seu papai – para todos os cantos onde pudesse tocá-lo durante alguma folguinha no dia atarefado de estudos. Se tornou praticamente um hábito desde o colégio, praticando nos intervalos e ganhando uma plateia cada vez maior.

Embora gostasse muito de música e de replicar nele inúmeras melodias cada vez mais complexas, nunca teve pretensão de montar uma banda ou fazer parte de uma.

A propósito, se recusou a participar da banda que seu irmão do meio, Joseph, botou na cabeça que criaria, pelo simples fato de ele – juntamente com Caesar – não faziam ideia da real serventia que cada instrumento tinha além de considerá-los como apetrechos ou acessórios legais.

Quando o movimento punk surgiu com a proposta simples de "faça você mesmo", tornou-se uma solução viável àqueles que não tinham paciência para a prática constante e para os solos melodiosos.

Os três acordes simples e pesados eram a base musical de um punk de respeito. Jonathan tentou ensinar a seu irmão aquela fórmula simples, constatando que Joseph seria um ótimo punk rocker, mas por outro motivo: o de que destruiria a guitarra assim que sua mão encostasse nela.

Jonathan, em contrapartida, pirava em bandas progressivas com canções que ultrapassavam qualquer limite de tempo de duração razoável, se tornando verdadeiros pesadelos para qualquer radialista.

Tal gênero não era mais novidade no meio musical, mas a complexidade da melodia juntamente com a letra quase poética das músicas, tornavam cada uma delas uma obra a ser apreciada com atenção. Por essa razão, Jonathan fazia bicos para gastar boa parte do salário ganho em discos que ouvia à exaustão.

Curioso para ouvir e absorver de outras fontes, ouviu de Kakyoin sobre um show que ele assistira um tempo atrás de uma banda prog da universidade onde estudava, que fazia certo sucesso. Mas quando Jonathan conseguiu a transferência e passou a estudar nessa mesma universidade que seus irmãos também eram matriculados, a tal banda entrara em hiato por falta de um guitarrista.

Jonathan lamentou este fato, ainda assim, nada pareceu causar em seu íntimo a vontade de participar dessa história. Em parte, porque era inseguro em público, por mais que soubesse dedilhar com técnica, superando o alto grau de dificuldade que pudesse existir, não se convencia de que era isso que queria fazer. Por outra, não possuía uma guitarra elétrica.

Numa banda de prog que se preze, o guitarrista precisava de uma guitarra no mínimo funcional. E esperar que o seu outro pai lhe desse uma de presente, significava morrer esperando.

Por isso, continuava a se dedicar ao violão, por puro hobby e sem ambição de se tornar músico, pois tinha em mente a carreira de seus sonhos: arqueologia. Estava feliz com esse trajeto planejado de sua jornada.

O que prejudicava esse cenário perfeito era a insistência do senhor seu pai, George Joestar I, em empurrar-lhe um companheiro ômega de reputação respeitável e de renome invejável, num casamento arranjado que mais satisfaria os patriarcas das duas famílias do que os escolhidos, que não tinham o direito aparente de escolher.

Ainda era difícil convencer o seu pai sobre ter idade suficiente para encontrar, por si só, o ômega certo ou lembrá-lo que não estavam mais no século passado – quando casamento arranjado fora a solução para as barbáries recorrentes –, porém, sempre ouvia como resposta que a família Joestar era uma família de alfas fortes, inteligentes e que manter a semente, além do nome, por gerações era uma honra inimaginável e que isso se manteria pelas gerações seguintes. Portanto, uma obrigação delegada ao primogênito da família que seria repassada para os outros irmãos quando chegasse a hora.

Âmbar No Azul-Celeste [✓]Where stories live. Discover now