Capítulo XXXIII

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Nas Duchas Do Dormitório Ômega
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     Nunca sentiu tanto frio quando Dio se levantou da cama, em dado momento, parecendo fechar a janela e resmungar alguma coisa sobre uma camisa ter voado pelo campus e, muito tempo depois, dele ter voltado com frescor na pele como se tivesse tomado banho, mas com as mãos terrivelmente frias.

A coberta se tornara inútil na única função designada (de esquentar!), pois sempre havia algum espaço por onde as rajadas de ventos direto da Sibéria passavam por debaixo para congelar o seu corpo tão necessitado de calor.

Como Londres teria congelado tão de repente?

Se Dio voltasse a se deitar ao seu lado, tinha certeza que não passaria por esse sofrimento.

Mas, no que pareceu eternidade, o alfa sentiu o peito doer até perceber que era de tanto tossir. Levou mais tempo do que gostaria para se recordar do banho de chuva gelado que tomara mais cedo e de como ele e Dio se propuseram a se esquentar.

Dormiram de janela aberta, mas a friagem resolveu castigar apenas aquele que não queria ficar gripado após essa sucessão de erros cometidos que culminaram neste seu estado.

— Está me ouvindo, JoJo? Preciso te levar pro chuveiro – Dio dizia, mas a sua voz parecia distante, além de não fazer qualquer sentido para Jonathan.

Afinal, por que o ômega precisaria levá-lo ao chuveiro tão tarde da noite, se ele poderia ir com as próprias pernas, caso quisesse ir? A não ser que Dio quisesse continuar o que começaram no quarto, agora, no chuveiro. Seria bom se a água estivesse bem quente. Mas a ideia de sair da cama pareceu um tormento para o alfa.

— Jonathan, me responde, inútil! – Exigiu com ofensa, sem alterar o tom de voz, mas por um breve momento, Dio pareceu aflito aos seus ouvidos.

— S-Se esto-ou escutando? O so-om da su-ua voz... é o me-eu som favo-orito... agora. – Jonathan tentava não bater o queixo, com a intenção de erradicar qualquer traço de preocupação que pudesse existir no parceiro.

— Você está febril – ele respondeu, ignorando a cantada. — Quero aproveitar que ninguém está nos chuveiros...

— Pra co-ontinu-uar... o que come-eçamos? – parafraseou Dio em sussurros enquanto se levantava – vestido apenas de cueca – com o incentivo dele, que achou graça daquele estado quase embriagado de febre que o alfa se encontrava.

— Me lembre de vê-lo bêbado numa próxima vez, só quero fazer uma comparação.

Uma toalha grande foi posta sobre os seus ombros, que cobriu as suas costas, como também um par de chinelos lhe foi oferecido, que os calçou agradecendo por ter sido salvo do chão frio, embora o seu corpo continuava sendo assolado por calafrios terríveis.

— Uma com-comparação? – indagou ao se escorar todo trêmulo nos ombros de Dio, recebendo dele um rolo de papel higiênico, e caminharem juntos para fora do quarto.

— É... as pessoas ficam mais desinibidas quando bebem, por exemplo, e não quero descobrir agora que o alfa que me marcou só consegue pensar em sacanagem quando está com quase 40° graus de febre – ironizou com humor.

— Oh, ce-certo... por isso tô-ô com frio – observou Jonathan. Os dentes batiam sem controle.

— Não tinha notado ainda, lerdinho? – A pergunta veio acompanhada de um som que não era bem uma risada.

— E-Eu esta-va bem... até vo-ocê se leva-antar da... cama – respondeu depois de muito esforço.

— Acordei suado, e quando eu vi que era você... – Dio começou a contar, mas resolveu deixar a frase morrer, sem que o pensamento fluísse para que Jonathan pudesse descobrir o que ele queria dizer, retomando o assunto por uma outra via enquanto desciam as escadarias. — Bom, percebi que era febre e decidi te acordar. Vamos pro chuveiro primeiro pra abaixar essa febre, se não melhorar... te levarei à enfermaria. Torça pra que haja plantonista depois das 23h de uma sexta-feira.

Âmbar No Azul-Celeste [✓]Where stories live. Discover now